Joaquim Soeiro Pereira Gomes nasceu em 1909 na aldeia de Gestaçô, concelho de Baião, no seio de uma família de pequenos agricultores do Douro. Aprendeu a ler com o pai no «Primeiro de Janeiro», ainda antes de entrar na escola primária. Mais tarde vai para a Escola Agrícola de Coimbra, onde tira o curso de regente.
Em 1930, assina um contrato com a Companhia da Catumbela e embarca para Angola. Em 1931, regressa a Portugal insatisfeito com a experiência, quer pelas condições de trabalho quer pelos rigores do clima.
Nesse ano casa com Manuela Câncio Reis, fixa residência em Alhandra e emprega-se no escritório da fábrica «Cimento Tejo».
No final dos anos 30, Soeiro Pereira Gomes adere ao PCP, ingressa na célula da empresa e pouco depois integra o Comité Local de Alhandra, participando activamente na vasta acção cultural impulsionada pelo Partido em todo o Baixo Ribatejo, em articulação com o trabalho clandestino da organização.
Pioneiro do movimento neo-realista cuja consolidação se acentua a partir de 1939, Soeiro Pereira Gomes colabora nos jornais «Sol Nascente» e «O Diabo». Na sua casa juntam-se, entre outros, Alexandre Cabral, Sidónio Muralha e Alves Redol.
Soeiro organizou ainda cursos de ginástica para os operários da «Cimento Tejo», ajudou a criar bibliotecas populares nas sociedades recreativas e deu corpo ao projecto de construção de uma piscina (a «charca») para o povo de Alhandra, onde se forjaria uma figura ímpar da natação portuguesa, o comunista Baptista Pereira (a personagem Ginêto dos «Esteiros»).
Em 1930, assina um contrato com a Companhia da Catumbela e embarca para Angola. Em 1931, regressa a Portugal insatisfeito com a experiência, quer pelas condições de trabalho quer pelos rigores do clima.
Nesse ano casa com Manuela Câncio Reis, fixa residência em Alhandra e emprega-se no escritório da fábrica «Cimento Tejo».
No final dos anos 30, Soeiro Pereira Gomes adere ao PCP, ingressa na célula da empresa e pouco depois integra o Comité Local de Alhandra, participando activamente na vasta acção cultural impulsionada pelo Partido em todo o Baixo Ribatejo, em articulação com o trabalho clandestino da organização.
Pioneiro do movimento neo-realista cuja consolidação se acentua a partir de 1939, Soeiro Pereira Gomes colabora nos jornais «Sol Nascente» e «O Diabo». Na sua casa juntam-se, entre outros, Alexandre Cabral, Sidónio Muralha e Alves Redol.
Soeiro organizou ainda cursos de ginástica para os operários da «Cimento Tejo», ajudou a criar bibliotecas populares nas sociedades recreativas e deu corpo ao projecto de construção de uma piscina (a «charca») para o povo de Alhandra, onde se forjaria uma figura ímpar da natação portuguesa, o comunista Baptista Pereira (a personagem Ginêto dos «Esteiros»).
Juntamente com Alves Redol e Dias Lourenço, promoveu e animou inúmeras excursões de fragata no Tejo, onde, a pretexto da confraternização, se aglutinavam intelectuais e se estabelecia o contacto político fora da vista do fascismo. A fragata e a bateira transformaram-se então em verdadeiras casas de apoio ao trabalho conspirativo, nas duras condições de luta clandestina.
Entre 1940 e 1942, Soeiro Pereira Gomes participa na reoganização do PCP e passa a fazer parte do Comité Regional do Ribatejo, que integrava Dias Lourenço e Carlos Pato.
Entre 1940 e 1942, Soeiro Pereira Gomes participa na reoganização do PCP e passa a fazer parte do Comité Regional do Ribatejo, que integrava Dias Lourenço e Carlos Pato.
Em Novembro de 1941, é publicado «Esteiros» pela editora Sírius com ilustrações de Álvaro Cunhal, obra que foca aspectos fundamentais da transformação da sociedade portuguesa da época.
O ano de 1941 é também marcado pela passagem de um devastador ciclone, em cujas operações de salvamento Soeiro se empenhou intensamente.
Entretanto, o regime salarazista tudo fazia para impedir o conhecimento dos crimes do holocausto nazi: as tabernas, os cafés e outros lugares públicos estavam proibidos de ligar os aparelhos de rádio à BBC à hora das emissões em língua portuguesa. Por isso, Soeiro Pereira Gomes, residente numa pequena moradia de um só piso, abria a janela da sala em que tinha a telefonia para que muitos populares pudessem escutar disfarçadamente as informações de Londres sobre a evolução da II Guerra Mundial.
Em 1944, Soeiro começa a escrever «Engrenagem», livro que não terá tempo de concluir, dado o rumo que a sua vida tomaria a partir de então.
Nas greves de 8 e 9 de Maio desse ano, Soeiro encontrava-se no seio dos trabalhadores em luta, como membro do Comité Regional da Greve do Baixo Ribatejo. A Pide teve conhecimento prévio do movimento grevista e começa a preparar uma cilada a Soeiro. Este vence a situação, mergulhando na clandestinidade na tarde de 11 de Maio de 1944.
É-lhe então confiada a Direcção Regional do Alto Ribatejo, entretanto criada, e onde ainda hoje a sua influência é recordada no alargamento da organização do Partido.
Acabada a II Guerra Mundial, o PCP realiza o seu IV Congresso na Lousã, em Julho de 1946, sendo Soeiro Pereira Gomes eleito para o Comité Central. Em Agosto elabora um «esboço sobre a maneira como utilizar as praças de jornas ou praças de trabalho no Movimento de Unidade Camponesa para o derrubamento do fascismo» e, pouco depois, é destacado para o Sector de Lisboa, onde se torna membro da Comissão Executiva do Movimento de Unidade Nacional Anti-Fascista (MUNAF), ao mesmo tempo que acompanha a actividade dos camaradas que actuavam no Movimento de Unidade Democrática (MUD).
Soeiro era elemento de ligação do Partido com o Conselho Nacional de Unidade Anti-Fascista quando adoece gravemente. Ainda participa no início da campanha presidencial de Norton de Matos em 1949, mas a doença progride minando-lhe a resistência física.
O ano de 1941 é também marcado pela passagem de um devastador ciclone, em cujas operações de salvamento Soeiro se empenhou intensamente.
Entretanto, o regime salarazista tudo fazia para impedir o conhecimento dos crimes do holocausto nazi: as tabernas, os cafés e outros lugares públicos estavam proibidos de ligar os aparelhos de rádio à BBC à hora das emissões em língua portuguesa. Por isso, Soeiro Pereira Gomes, residente numa pequena moradia de um só piso, abria a janela da sala em que tinha a telefonia para que muitos populares pudessem escutar disfarçadamente as informações de Londres sobre a evolução da II Guerra Mundial.
Em 1944, Soeiro começa a escrever «Engrenagem», livro que não terá tempo de concluir, dado o rumo que a sua vida tomaria a partir de então.
Nas greves de 8 e 9 de Maio desse ano, Soeiro encontrava-se no seio dos trabalhadores em luta, como membro do Comité Regional da Greve do Baixo Ribatejo. A Pide teve conhecimento prévio do movimento grevista e começa a preparar uma cilada a Soeiro. Este vence a situação, mergulhando na clandestinidade na tarde de 11 de Maio de 1944.
É-lhe então confiada a Direcção Regional do Alto Ribatejo, entretanto criada, e onde ainda hoje a sua influência é recordada no alargamento da organização do Partido.
Acabada a II Guerra Mundial, o PCP realiza o seu IV Congresso na Lousã, em Julho de 1946, sendo Soeiro Pereira Gomes eleito para o Comité Central. Em Agosto elabora um «esboço sobre a maneira como utilizar as praças de jornas ou praças de trabalho no Movimento de Unidade Camponesa para o derrubamento do fascismo» e, pouco depois, é destacado para o Sector de Lisboa, onde se torna membro da Comissão Executiva do Movimento de Unidade Nacional Anti-Fascista (MUNAF), ao mesmo tempo que acompanha a actividade dos camaradas que actuavam no Movimento de Unidade Democrática (MUD).
Soeiro era elemento de ligação do Partido com o Conselho Nacional de Unidade Anti-Fascista quando adoece gravemente. Ainda participa no início da campanha presidencial de Norton de Matos em 1949, mas a doença progride minando-lhe a resistência física.
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