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quarta-feira, 14 de abril de 2010

A 15 de Abril de 1996, morreu Beatriz Costa

BEATRIZ COSTA

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Foi talvez a figura iconograficamente mais forte da cultura popular do século XX. Sabe-se pouco da sua infância, mas o suficiente para saber que foi humilde e difícil.
Tem uma atracção precoce por cinema e por teatro e vem para Lisboa decidida a triunfar. Estreia-se como corista aos 15 anos e sobe a pulso. Em 1924 parte como corista para o Brasil e regressa, um ano depois, como actriz de elenco na revista Ditosa Pátria. Mas é no Sete e Meio (1927) que cria a sua primeira rábula para a história, O Cocas, onde surge pela primeira vez com a célebre franja, inspirada no corte de cabelo de Louise Brooks. Dois anos depois triunfa estrondosamente ao lado de Álvaro Pereira no dueto D. Chica e Sr. Pires. Com O Mexilhão, em 1931, torna-se definitivamente primeira figura, estatuto que não mais a abandonará até partir para o Brasil, em 1939, por aí ficando dez anos, grangeando enorme popularidade. Voltará ainda aos palcos da revista numa breve e triunfal reaparição (Ela aí Está, 1949) e numa série de revistas a partir de 1956, estas já sem o êxito a que se habituara.
Mulher de múltiplos e extraordinários talentos, tem uma curta mas cintilante carreira cinematográfica, onde pairam a grande altura os filmes A Canção de Lisboa (com o inesquecível número A Agulha e o Dedal) e A Aldeia da Roupa Branca, onde recria uma definitiva figura de saloia alegre.
Se no cinema o brilho de Beatriz Costa é evidente, não deixou de produzir outras memoráveis criações, como os seus livros Sem Papas na Língua (1975) e Quando os Vascos Eram Santanas (1977), onde, com um sentido narrativo delicioso e uma língua afiada, conta múltiplos episódios das suas memórias. Irreverente, alegre, cheia de vida, esta mulher, de apenas 1,53 m de altura tornou-se um gigante da cultura popular portuguesa.

Marcos principais da sua carreira:

1907   Nasce no Concelho de Mafra, numa família humilde.
1923   Estreia-se como corista no teatro de revista.
1927   Primeiro papel de relevo na revista Sete e Meio.
1930   É cabeça de cartaz na revista O Cavaquinho, que se torna um grande êxito.
1931   Primeiro filme, a versão portuguesa de Her Wedding Night (A minha noite de núpcias), com Estevão Amarante. Na revista O Mexilhão consagra-se como a maior actriz do género.
1933   Estrondoso êxito no filme A Canção de Lisboa, com António Silva e Vasco Santana, produção de viragem no cinema português.
1936   De novo o sucesso com na revista Arreburro.
1939   Outro filme excepcional. É a protagonista do célebre filme A Aldeia da Roupa Branca. Neste ano parte em digressão para o Brasil e aí ficará cerca de dez anos.
1949   Regressa com sucesso a Portugal, na revista Ela aí Está! As revistas seguintes já não terão tanto sucesso.
1975   Primeiro livro de memórias Sem Papas na Língua torna-se um sucesso de vendas.

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