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terça-feira, 27 de abril de 2010

A 28 de Abril de 1999, morreu Alf Ramsey


A história deste senhor dava dois livros. Um como futebolista (campeão nacional pelo Tottenham, capitão da selecção inglesa e apelidado de General). E outro como treinador (campeão mundial em 1966). Por isso, meia Inglaterra parou de trabalhar no dia seguinte à morte de Alf Ramsey para assistir ao seu funeral. Hoje, muitos ingleses voltaram a prestar uma sentida homenagem à efeméride, respeitando um minuto de silêncio da parte da tarde.
Diz quem viu que Ramsey era um defesa lento mas energético, resmungão, bom toque de bola (sobretudo para o guarda-redes e não, não estamos a brincar), com óptimo sentido posicional e imparável na marcação de penáltis. Foi assim que marcou à Hungria naquela memorável tarde de 11 de Novembro de 1953, quando a Inglaterra perdeu em casa pela primeira vez (3-6 com Hungria).
Como seleccionador, Ramsey deu o único título de campeão mundial à Inglaterra. Para isso, a Inglaterra teve de jogar em casa e beneficiar da ajuda dos árbitros nos quartos-de-final (o decisivo 1-0 sobre a Argentina foi em fora-de-jogo, com os alvi-celestes a jogarem sem o capitão Ratín, expulso ainda na primeira parte), nas meias-finais (o jogo estava marcado para Liverpool, onde Portugal deu 5-3 à Coreia do Norte, mas foi mudado para Londres na véspera) e na final (no 3-2 de Hurst, a bola simplesmente não entrou).
Um tique curioso de Alf Ramsey era surpreender os jogadores com perguntas irrelevantes durante jogos importantes. Antes do intervalo do prolongamento da final do referido Mundial, Ramsey virou-se para Hurst, o herói da tarde com três golos, e atirou-lhe: "Geoff... sabes quanto tempo demora este prolongamento? Pergunta lá ao árbitro, que ele está aí ao pé de ti!"
Uma evolução de Ramsey foi a ausência de extremos na Inglaterra campeã mundial. O lendário Bobby Charlton ainda se lembra de um determinado jogo com Espanha em 1965, um ano antes do Mundial. "Entrámos sem extremos e os defesas laterais espanhóis estavam a olhar um para o outro enquanto nos viam a entrar pelo meio com uma facilidade tremenda."
Uma acção digna de registo de Ramsey foi o afastamento de Gordon Banks a meio do Mundial-1970. Garantido o apuramento para os quartos-de-final, a selecção organizou uma festa para descomprimir. Nela, o guarda-redes bebeu uma cerveja, razão pela qual não jogou com a RFA. Foi Bonetti o titular e a Inglaterra perdeu 3-2, após prolongamento.
Faz hoje onze anos que Ramsey morreu, mas o seu nome perdurará na história. Com minutos de silêncio.

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