Previsão do Tempo

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Bancarrota...


Bancarrota...

Este artigo merece uma reflexão séria.
Em primeiro lugar, qualquer opinião dada por alguém ligado ao FMI deixa-me sempre com o pé atrás mas a minha questão hoje é outra. É outra porque eu não tenho dados, nem estudos, nem conhecimentos para refutar convenientemente a tese do Sr. 
Simon Johnson, nem tampouco sei se existe refutação possível ou não.

O que sei é o efeito que este artigo tem em mim e na minha percepção das coisas e, ainda, consigo imaginar o efeito que tem nas outras pessoas. Assim, o que vou fazer é uma reflexão leiga sobre este tema, mais de índole política do que económica.

Assim, parto do princípio que Portugal está mesmo em enorme risco, financiando-se à custa de um esquema em pirâmide, que
"vai chegar a altura em que os mercados financeiros se vão recusar pura e simplesmente a financiar este esquema ponzi", que faltam medidas mais duras para corrigir os desequilíbrios e que só um crescimento espantoso a nível mundial e que não se perspectiva, podia tirar o país da situação em que se encontra.

Portanto, a conclusão, a partir daqui é que se exigem sacrifícios, cortes radicais na despesa, aumentos dos impostos, a um nível extremo, muito superior ao nosso PEC.

Tudo isto a ser verdade, somos confrontados com a impossibilidade de exigir sacrifícios a todos por igual: impostos às empresas reduzem a competitividade, impostos elevados sobre as mais-valias bolsistas provocam fuga de capitais - restam os cortes nos salários da função pública, nas prestações sociais e aumento dos impostos indirectos como o IVA.

Agora, a questão é: se isto tudo for realmente necessário, vamos continuar a votar nos mesmos para o nosso governo?Se é verdade que temos o país hipotecado, vamos deixar como gestor de insolvência os mesmos que nos levaram à insolvência?

Se são precisos sacrifícios, muito bem, mas então muita coisa vai ter de mudar. Os portugueses não podem deixar que lhes sejam exigidos sacrifícios gratuitamente, quando cada um desses portugueses não tem culpa do pântano em que nos deixaram décadas de governação, sempre igual e sempre no mesmo sentido.

Assim, se o medo é a fuga de capitais, nacionalizem-se empresas, lute-se pelo pleno emprego, organizem-se os gastos e melhorem-se processos em todo o lado. Se se lutar pelo pleno emprego e por medidas que permitam a estabilidade no mercado de trabalho, também os trabalhadores aceitarão melhor os tais sacrifícios. Se virem que estão a ser bem governados, aceitam os sacrifícios, se os capitais fugirem mas o país conseguir estabilizar em paz social criar-se-á riqueza.

Muito deste texto não reflecte a minha real opinião sobre este tema mas o objectivo é mostrar que, se calhar, o que precisamos é de uma revolução. Não estou a dizer que é uma revolução socialista ou comunista, mas sim uma mudança séria das coisas. Não podemos continuar pelo mesmo caminho nem com as mesmas pessoas.

Isto é o que pensará muita gente deste país e que eu próprio me sinto tentado a pensar. Não é esta a minha opinião por uma razão simples: lembro-me imediatamente que os regimes fascistas encontraram sempre o seu meio de cultura em graves problemas financeiros. Quando vejo este panorama percebo porquê. Quem depois de ler este texto não ansiou sequer por uma fracção de segundo que o salvador da pátria nos viesse salvar?


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