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terça-feira, 22 de junho de 2010

A 23 de Junho de 363, morreu o Imperador Juliano




Favius Claudius Iulianus nasce em Junho de 322 E.C. em Constantinopla, filho do meio irmão do Imperador Constantino (o mesmo que insidiosamente inseriu o Cristianismo no coração do Império) nunca se pensou que a púrpura imperial estivesse no seu destino, mas dadas as reviravoltas da política bizantina só o facto de ter sangue de tal família tornava esse facto uma possibilidade não desconsiderável. Em 337 E.C. Constâncio II (filho de Constantino e um Cristão Ariano devoto) lidera o massacre da família de Juliano num esforço de eliminar rivais à sucessão. Depois de assassinar todos os elementos masculinos de idade da família Constâncio manda prender Juliano e o seu irmão Gallus que são assim educados segundo o Cristianismo Ariano que mais tarde viria a rejeitar em beneficio do paganismo helénico com grandes influências neo-platónicas (mais correctamente era teurgia). Acabou por ser nomeado César do Ocidente em 355 E.C. (no sistema da tetrarquia em vigor na altura existiam dois governantes imperiais seniores, os Augustos, e dois Juniores, os Césares) devido aos conflitos com os persas que necessitavam da atenção Imperial e a sua carreira foi de tal forma fulgurante que ao fim de poucos anos Constâncio já planeava uma forma de ser ver livre dele. Sabia que as tropas Ocidentais eram leiais a Juliano (quanto mais não fosse porque antes tinham sido exploradas e abusadas e Juliano tinha restaurado a sua eficiência e orgulho) e como tal tentou afastá-las to caminho emitindo um édito requisitando as suas tropas para a frente oriental. As tropas revoltaram-se e em Fevereiro de 360 proclamaram Juliano Imperador em Paris. Antes que tudo pudesse passar a uma guerra civil Constâncio II teve a decência de morrer e nomear Juliano como herdeiro no seu testamento.

Ao subir ao trono Juliano rescindiu a tetrarquia de Dioclesiano instaurando um sistema imperial unificado, restaurou a liberdade religiosa quer para pagãos (ao reabrir os templos fechados pelos Cristãos) quer para Cristãos (permitindo que as vozes dissidentes pudessem regressar sem medo do exílio), restaurou a autonomia cívica (permitindo maior liberdade de acção às cidades), restaurou a credibilidade do poder imperial (todo o séquito acumulado pelos imperadores que o precederam em Constantinopla foi dispensado e as a administração voltou a estar nas mãos de um Imperador em vez de eunucos), proporcionou justiça para os que tinha sido abusados (obrigou a Igreja a indemnizar os cultos e templos pagãos que tinham sido destruídos ou que tinham visto a sua propriedade confiscada) e finalmente ele próprio se assumiu com pagão agora que não temia a retribuição da facção Cristã na capital. O seu reinado começou com os melhores presságios, esperava-se um novo Marco Aurélio, uma época de ouro e assim poderia ter sido se pouco depois da sua ascensão não tivesse liderado pessoalmente um expedição desastrosa contra o Império Persa sendo que a 23 de Junho de 363 E.C. morreu vítima de uma lança. Após este triste incidente Joviano, um soldado, foi eleito Imperador e eventualmente iria restaurar as brutais políticas cristãs que tinham sido prática corrente antes de Juliano.
Foi um breve reinado mas cheio de esperança. Para todos os que ambicionavam a reforma do Império, a estabilidade, a Justiça e o retorno ao clássico foi um período de promessas, de um futuro de ouro que estava ao seu alcance se tivessem tempo de o implementar. Não tiveram. Juliano seria o último imperador a dinamizar o Ocidente, o último a reinar como pagão, o último rei-filósofo, o último Imperador a ser iniciado nos mistérios de Elêusis. Foi-lhe dado o cognome de “o apóstata” mas teria sido mais apropriado ser considerado “o restaurador”.

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