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sexta-feira, 25 de junho de 2010

A 26 de Junho de 1282, realizou-se o casamento de D. Dinis com Isabel de Aragão

D. Dinis, "O Lavrador". Foi rei da Primeira Dinastia e o 6º Rei de Portugal.
Filho de Afonso III, rei de Portugal e de Beatriz de Castela, rainha de Portugal. Nasceu em Lisboa a 09-10-1261 e morreu em Santarém a 07-01-1325. Está sepultado em Odivelas no Mosteiro de Odivelas. 
Casou com Isabel de Aragão. 
Descendentes legítimos: D. Constança e D. Afonso (futuro D. Afonso IV). 
Descendentes ilegítimos: D. Afonso Sanches, D. Pedro Afonso conde de Barcelos, D. João Afonso, D. Fernão Sanches e D. Maria Afonso.
Começou a governar em 1279 e terminou em 1325.

D. Dinis subiu ao trono com dezoito anos. Era um homem de personalidade muito rica e capaz de tomar iniciativas. Se ficou conhecido por o Lavrador foi porque prestou muita atenção ao desenvolvimento da agricultura. Mas também Ihe chamaram o Rei Poeta porque amava a música e a poesia e ele próprio compunha poemas. Administrador severo, exigente e autoritário, suscitou um dito popular elucidativo: «D. Dinis fez tudo quanto quis». 
A escolha do seu nome deve-se ao facto de o pai ter vivido no estrangeiro, pois S. Dinis é o patrono da França. A influência francesa também terá marcado a educação. Além das aprendizagens tradicionais, o príncipe foi sensibilizado para a leitura e para a escrita, para a música e as artes. Esse despertar precoce explicaria em parte a grande importância que veio a dar à cultura. 
Desempenhou a primeira missão política quando tinha apenas quatro anos e o pai decidiu enviá-lo a Castela à frente de um grupo de cavaleiros. Oficialmente ia «ajudar o avô» (o rei de Castela) na luta contra os mouros. Claro que não pôs os pés no campo de batalha mas regressou coberto de êxito, pois o avô desistiu das suas pretensões que tinha sobre o Algarve e ofereceu-o ao neto. 
Tratado como gente grande desde pequenino, amadureceu cedo e o pai, talvez por reconhecer nele as qualidades necessárias ou para as consolidar, atribuiu-lhe uma casa independente quando ele tinha 15 anos. O pai, quando ele tinha 17 anos, decidiu entregar-lhe o governo por se sentir velho e doente. 
D. Dinis procurou desde o início impor a sua autoridade a todo o país, incluindo aos grandes senhores da nobreza. Teve até o cuidado de nomear funcionários para irem pelo país fora com a incumbência de investigarem quais os limites das terras dos nobres e, a serem legítimos, quais os impostos que cobravam dos camponeses (Inquirições). Com base no resultados destas Inquirições mandou fazer um cadastro geral, ou seja, um registo escrito, para evitar que os ambiciosos se apoderassem de terrenos e direitos que não lhes pertenciam. Naturalmente surgiram protestos, reclamações, algumas tentativas de revolta, mas a vontade e as ordens do rei prevaleceram. 
A noiva escolhida por D. Dinis foi uma filha do rei de Aragão. Nunca a tinha visto, ignorava se era bonita ou feia, alta ou baixa, simpática ou insuportável. Mas para o efeito nada disso tinha grande importância. O casamento do rei era sobretudo um negócio de Estado e a forma de consolidar uma aliança com outro país.
Acontece que naquela época Aragão era uma potência intemacional com muita força no Mediterrâneo. A escolha pareceu pois acertada, e o casamento acabou por se realizar depois de longas negociações entre os embaixadores que circularam para cá e para lá durante bastante tempo. 
A princesa Isabel tinha 12 anos. Antes de sair de Barcelona casou por procuração. Depois atravessou montes e vales com a sua comitiva ao encontro daquele que era ao mesmo tempo noivo e marido. Conheceu-o em Trancoso, onde se realizaram cerimónias para festejar a boda. 
Até que ponto o rei amou a mulher não é possível dizer. Mas o povo, esse, entregou o coração à nova rainha sem quaisquer reservas. Atribuíram-lhe todas as qualidades do mundo, mesmo antes de ser considerada santa. Na Crónica dos Sete Primeiros Reis estão descritos com muito carinho alguns dos milagres que teria feito. 
A Rainha Santa Isabel, apesar da sua natural discrição, foi uma presença forte e constante no país. Além de ter contribuído para pacificar lutas internas, desenvolveu também uma actividade diplomática importante, sobretudo com o reino de Aragão, a sua pátria. 
D. Dinis era um homem de grande visão. Tomou consciência dos problemas do país e desenvolveu iniciativas para tentar resolvê-los.
Mandou reforçar os castelos localizados na fronteira para o caso de haver guerra com o país vizinho.
Ordenou que os concelhos passassem a ter um grupo de besteiros sempre prontos para se integrarem no exército. Chamavam-se «besteiros do conto».
Como em Portugal havia muitas zonas pantanosas que não se podiam cultivar, D. Dinis mandou secar os pântanos, conseguindo assim ampliar o terreno arável.
Segundo a tradição, também se deve a ele o plantio de pinhais nas zonas costeiras, para fixar as areias (por exemplo, o ponhal de Leiria).
Para incentivar o comércio interno, criou muitas Feiras. Em 42 delas os comerciantes ficavam dispensados de pagar impostos. Chamavam-se por isso Feiras Francas.
Para desenvolver o comércio externo, criou a Bolsa de Mercadores Portugueses, que era uma espécie de companhia de seguros.
Criou uma frota de navios destinada a proteger a costa dos ataques dos piratas. O genovês Manuel Pessanha foi o segundo almirante desta frota e também se encarregou de organizar a construção naval e de ensinar aos marinheiros técnicas de navegação e tácticas de luta no mar.
Para desenvolver a pesca, D. Dinis criou Póvoas Marítimas e Póvoas Fluviais, ou seja, deu benefícios aos homens do povo que quisessem viver junto do mar ou de rios e dedicar-se à pesca.
Protegeu também aqueles que se dedicavam à extracção mineira.
Nos reinados anteriores, os documentos oficiais eram escritos em latim. D. Dinis determinou que passassem a ser escritos em português.
Em 1 de Março de 1290, criou o primeiro Estudo Geral (Universidade) em Lisboa. Mais tarde foi transferido para Coimbra. Nesta primeira universidade havia vários cursos: Medicina, Artes, Direito Canónico (leis religiosas) e Direito Civil.
No seu reinado foi criada a Ordem de Cristo. Recebeu todos os bens da Ordem dos Templários que foi extinta por Ordem do Papa.

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