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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Ana de Castro Osório, nasceu a 18 de Junho de1872


Ana de Castro Osório e a causa feminista


FÁTIMA MARIANO
Figura incontornável da primeira vaga do movimento feminista em Portugal, Ana de Castro Osório faz parte do grupo de mulheres que desde a primeira hora se colocaram ao lado dos dirigentes do Partido Republicano Português, tendo, inclusive, sido convidada a participar no Congresso Repúblicano de Setúbal, em 1909.
Filha única de João Baptista de Castro e Mariana Osório de Castro Cabral de Albuquerque, Ana de Castro Osório nasceu em Mangualde, a 18 de Junho de 1872. Até aos 23 anos viveu em Setúbal, tendo publicado as suas primeiras crónicas no jornal semanal A Mala da Europa.
Foi ainda na cidade sadina que começou a compilar contos populares portugueses, a partir de narrativas orais que lhe tinham sido transmitidas por um pastor e uma velha rendeira da sua terra natal. Estes escritos foram primeiro publicados em folhetim, entre 1897 e 1935, sob o título "Para as Crianças". Dado o sucesso que alcançaram, foram mais tarde editados numa colecção de 18 volumes.
Em 1898, casou com Francisco Paulino Gomes de Oliveira, poeta e tribuno republicano. Anos antes, tinha recusado veementemente o pedido de casamento de Camilo Pessanha, de quem foi o grande amor. Contudo, a amizade manteve-se até à morte do poeta, em 1926.
Influenciada pelo marido, Ana de Castro Osório começou a dedicar-se às causas sociais e políticas, nomeadamente as que dizem respeito à protecção da criança e à condição da mulher. Em 1905, publicou "Às Mulheres Portuguesas", aquele que é considerado o primeiro manifesto feminista editado em Portugal.
Dois anos mais tarde, foi iniciada na Maçonaria, passando a militar na Loja Humanidade, e cria o Grupo Português de Estudos Feministas, a primeira associação feminista em Portugal. Antes de partir com o marido para o Brasil, em 1911, fundou a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas (1908) e a Associação de Propaganda Feminista (1911).
A criação desta agremiação resultou de uma cisão entre o grupo apoiante de Ana de Castro Osório, que defendia que os esforços se deviam concentrar na defesa do direito ao voto, e o de Maria Veleda, que considerava ser mais importante a luta pela independência económica.
Ainda em 1911, publicou "A Mulher no Casamento e no Divórcio", tendo colaborado com Afonso Costa, ministro da Justiça, na elaboração da Lei do Divórcio. Três anos mais tarde, após a morte do marido por tuberculose, a escritora regressou a Portugal e fixou residência em Lisboa. Morreu em Setúbal em 1935.

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