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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Pedro Santana Lopes, nasceu em Lisboa a 29 de Junho de 1956

Pedro Santana Lopes
 

Advogado. Nasceu em Lisboa a 29 de Junho de 1956. Entre 1965 e 1973 estuda no Liceu Padre António Viera que fez os seus estudos secundários. É um aluno médio. Em 1973 entra para a Faculdade de Direito de Lisboa. Nesta faculdade, em 1975, evidencia-se na luta contra os comunistas, com um grupo de amigos funda o Movimento Independente de Direito (MID). Razões para esta luta encontra-as na Faculdade e em casa: A primeira fora tomada pelo MRPP e a segunda vê-se em graves dificuldades económicas. O pai de Santana Lopes fora saneado, em 1974, da Grundig por um grupo de "comunistas". Em fins de 1976, é eleito presidente das RGA (Reuniões Gerais de alunos), e por essa altura adere ao PSD. Em 1978 ganha a presidência da Associação de Estudantes. É nesta altura que defende publicamente a estratégia de ruptura de Sá Carneiro, com a Constituição de 1976 e os militares de Abril. Por interferência deste é chamado para assessor jurídico de Alvaro Monjardino, no efémero governo de Mota Pinto e Mário Soares. Ganha então uma bolsa de estudo na Alemanha, para uma pós-graduação em Direito Constitucional e Ciência Política, que virá a abandonar no ano seguinte. 

No PSD ( I )
Em 1979, quando a AD ganha as eleições, Sá Carneiro convida-o para seu assessor jurídico, para participar na revisão na revisão da Constituição. Em 1980 é eleito pela primeira vez deputado à Assembleia da República, sendo reeleito 1985. Nesta fase torna-se assistente na Faculdade de Direito de Lisboa e um boémio inveterado nas noites lisboetas.Quando o PSD,pela mão de Cavaco Silva ganha as eleições, em 1986, assume a pasta da secretárias de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.No ano seguinte encabeça a lista do PSD ao Parlamento Europeu, sendo eleito eurodeputado, o que implicou o abandono do seu cargo no governo.Não fica muito tempo em Bruxelas, regressando a Portugal em 1989. Insinua-se para um cargo governamental no sector das pescas. Cavaco Silva não cede. É nesta fase que se envolve na criação de um grupo na comunicação social, que se revela um desastre económico. 

Na Cultura
Cavaco Silva dá-lhe a mão e em 1991, nomeia-o Secretário de Estado da Cultura. Substitui a Teresa Patrício Gouveia que era acusada pelo PSD de estar demasiado comprometida  com a Esquerda. Santana Lopes, desenvolve  então uma polémica gestão da cultura, pondo fim a tudo o que havia sido criado na sequência do 25 de Abril de 1974, como a Direcção-Geral de Acção Cultural. Jornais como o Público ou o Diário de Notícias acusam-no de inculto e de praticar uma gestão mediática e ruinosa. Pelo meio sucedem-se os casos que alimentam a comunicação social: a "Pala" do estádio do Sporting (que leva à queda da Subsecretária de Estado Maria José Nogueira Pinto); o subsídio à actriz brasileira Tornoli; as aquisições ilegais para o seu gabinete; a censura de uma obra de José Saramago (realizada pelo seu Subsecretário de Estado Sousa Lara); as questões passionais, onde se torna indistinto o público e o privado; etc. Não há memória de nenhum membro do governo ter uma semelhante exposição pública. Em finais de 1994 abandona o governo debaixo de uma enorme pressão por parte da comunicação social, que o transforma no símbolo da incultura do Governo de Cavaco Silva, coroada pelas suas preferências pelo "concerto de violinos de Chopin". Em 1995 inicia uma romance com Cinha Jardim, filha uma destacada figura da Ditadura. O caso termina em 2000. 

No Sporting  
Pela mão de José Roquette é eleito, a 2 de Junho de 1995, presidente do Sporting Clube de Portugal, que nesse mesmo ano ganha a taça de Portugal. Os resultados do Sporting ficaram sempre longe das expectativas e acaba por deixar o Clube a 4 de Abril de 1996. A sua imagem está então pela rua da amargura. Instala-se a ideia que não consegue levar nenhum projecto até ao fim, abandona o barco quando as coisas começam a ficar feias. Não passa de um boémio, hábil na arte da sedução e da palavra fácil.A comunicação social explora amplamente a questão dos lençóis, dos casamentos e des-casamentos com empresárias e ricas herdeiras.  Torna-se entretanto comentador desportivo, o que lhe permite nunca sair do palco da política portuguesa. 
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Na Universidade Moderna
Exerce funções de assistente convidado na licenciatura de Direito, e chefia o centro de sondagens fundado por Paulo Portas, líder do CDS-PP. O caso nada tinha de especial, não fosse o facto de nesta Universidade ter ocorrido um dos casos mais graves de corrupção na sociedade portuguesa, e que ainda decorre nos tribunais. No processo constam alegadas ligações dos seus mentores à maçonaria e é frequentemente citado, um dos seus colaboradores directos, o monárquico Sousa Lara. Até que ponto Santana Lopes conhecia o que se passava? Esta é a questão ainda por esclarecer. Ver
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Nas Câmaras Municipais
Marcelo Rebelo de Sousa, então lider do PSD, desafia-o para concorrer às autárquicas de 1997. Escolhe a Câmara Municipal da Figueira da Foz, um bastião do PS. Contra todas as expectativas obtém uma significativa maioria absoluta (60% dos votos expressos). Tinha aqui a sua possibilidade de mudar a sua imagem pública. Ninguém acredita que ficaria muito tempo afastado de Lisboa e das suas festas.A boémia está-lhe na massa do sangue dizia-se. Acaba por ficar 4 anos. A obra que realizou Figueira da Foz, nomeadamente criação de infra-estruturas culturais e de zonas de lazer especialmente destinadas aos mais novos e velhos , passa a constituir um sólido argumento sobre as suas capacidades como gestor público. 

Nas eleições autárquicas de 2001, concorre à CML. Contra todas as sondagens é eleito, ainda que seja por apenas 856 votos mais do que o seu adversário, João Soares. A expectativa é grande, não apenas no modo como irá conviver com a "esquerda ", mas sobretudo se irá cumprir um ambicioso programa eleitoral que implica afrontamento dos grupos instalados, nomeadamente o dos especuladores imobiliários. Após o primeiro ano de mandato, Santana Lopes revelava já um total desnorte: as promessas eleitorais foram rapidamente esquecidas. A sua obsessão agora era ser eleito presidente da República ( em 2005) e construir um casino em Lisboa.

Nota: Foi na Igreja de São João de Brito que fez a catequese e ajudou à missa.
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NO PSD ( II )A credibilidade de Santana Lopes no PSD e sobretudo no país foi sempre muito pouca. Todos lhe admiravam as suas prestações circenses e pouco mais. Nos congressos de 1995 (Lisboa, Coliseu) e 1996 (Santa Maria da Feira), ainda chegou a ameaçar a ir a votos par disputar a liderança do partido, mas perante a risota geral acabou por desistir. A viragem ocorreu, em 1997, quando conquistou a Câmara Municipal da  Figueira da Foz ao PS. A partir daqui muitos passaram a olhar o seu estilo populista como uma óptima receita para conquistar votos e ganhar eleições. A verdade é que Santana Lopes é uma figura errática, hoje diz uma coisa e amanhã outra. Um ano depois deste êxito, incomodado com uma reportagem televisiva que o envolvia em pandegas em boites, alcool e mulheres de vida fácil, dirige-se ao presidente da República para anunciar o abandona da vida política (Novembro de 1998). Ninguém o levou a sério, mas todos se continuaram a divertir com o seu estilo de fazer política. Os orgãos de comunicação social usaram-no, e ele usou-os para se projectar no PSD. No Congresso do PSD, em 2000 (Viseu), concorre contra Durão Barroso e perde, recolhendo 34% dos votos. Santana não desiste e Durão Barroso para o manter controlado, acaba por lhe dar a Vice-Presidência do PSD. Santana não se contenta e começa a colocar na cúpula do partido algumas figuras de proa que o acompanharam na CML. O objectivo é o de tomar posições para atacar na melhor altura.  
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No Terramoto PolíticoO balanço de dois anos e meio à frente da CML não podia ser pior.  E por mais incrível que possa parecer, Santana Lopes, sem nunca ter ganho eleições nacionais, nem sequer nenhum congresso do seu partido, recebe de mão beijada a presidência do PSD e apresenta-se por este facto como o sucessor de Durão Barroso na chefia do governo de Portugal (28 de Junho de 2004). Tudo isto porque este último resolveu abandonar o país, aceitando o convite para presidir à União Europeia. O país ainda na euforia do Euro2004, toma consciência da magnitude do problema político em que está mergulhado: o avanço do mais genuíno populismo. Santana é alvo de chacota na imprensa internacional. Quatro meses depois é afastado por Jorge Sampaio. Todos os indicadores económicos, sociais e culturais de Portugal  tinham regredido. O Estado estava mais endividado do que nunca e os níveis de confiança da população eram os mais baixos de sempre. Pior era impossível.

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