A 16 de Julho de 1969 partia a Apollo 11 com destino à Lua

Homem na Lua: O que se dizia nos jornais portugueses a 17 de Julho

17 de Julho de 2009, 01:00

“Com um rugido devastador e um rasto de fumo e chamas a Apollo 11 voa para a Lua”. Foi assim, de forma bem visual, que o jornal O Século descreveu a partida da nave em direcção ao satélite terrestre. Já o Diário Popular criou uma imagem menos imponente para ilustrar a Apollo 11 e a sua tripulação, a caminho do seu destino: “a Nave espacial rodando, como um frango no espeto, para evitar que o Sol os queime”.

Longe da rota da Apollo 11 o Primeiro de Janeiro publicou a opinião de algumas estrelas do firmamento terrestre. E se Salvador Dali declarava que não iria ser nem um russo nem um norte-americano a chegar primeiro à Lua, mas sim um espanhol (ele próprio, obviamente) já Brigitte Bardot confessava ter medo de ir à Lua: “Sabe, eu sou antes bonacheirona”. Sofia Loren considerava a viagem à Lua “um acto poético” e esperava que uns anos mais tarde o seu filho Carlo Ponti Jr. pudesse ir passar uns fins-de-semana em solo lunar.

Outros jornais colocavam a possibilidade de Neil Armstrong e restantes astronautas encontrarem companhia em solo lunar. De acordo com a edição d’O Comércio do Porto, uma lenda chinesa referia que a primeira pessoa a chegar à Lua, e a se instalar no local, tinha sido a Impreatriz Sheung Ngor. O Século citava um reverendo inglês da Igreja Nova de Jerusalém que se encontrava preocupado com a influência que a ida do Homem à Lua podia ter nos fiéis da sua comunidade. Tudo porque, de acordo com o profeta da religião, a Lua era habitada por pigmeus com uma voz semelhante a um trovão.

Relacionado ou não com a iminente chegada do homem à Lua, em Lourenço Marques, a actual cidade de Maputo, “o incrível aconteceu”, referiu o Diário de Notícias. A responsabilidade desta manchete do jornal era um “evangelista brasileiro, de nome Schiliro” que, através dos seus “milagres”, conseguiu roubar um pouco do protagonismo de capa à viagem espacial. O título diz tudo: “ Os surdos ouvem, os paralíticos andam, as hérnias fogem e... até os ladrões se acusam”.