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sábado, 3 de julho de 2010

A 3 de Julho de 1642, morreu Maria de Médicis

Maria de Médici


Maria de Médici ou Médicis (Florença26 de Abril de 1575 — Colónia3 de Julho de 1642) foi rainha consorte de França, segunda esposa do rei Henrique IV, o primeiro dos Bourbon no trono francês. Mais tarde, viria a ser regente do reino durante a menoridade do seu filho Luís XIII de França.

 Pais e irmãos

Era filha de Francisco I de Médici, duque da Toscana (1574-1576), Grão-Duque em 1576. Casou-se em Florença em 18 de dezembrode 1565 com a arquiduquesa da Áustria Joana da Áustria (nascida em 21 de janeiro de 1546 e morta em 11 de abril de 1578), filha do Imperador Fernando ou Ferdinando I. Tiveram sete filhos. Enviuvando, Francisco se casou em 5 de junho de 1578 com sua célebre concubina Bianca Capello (nascida em Veneza em 1548 e morta em 1587 em Florença), da família dos Grimani Capello. Sua beleza e espírito fizeram-na notar por Francisco I – era sua amante oficial desde 1574, ao enviuvar de seu marido, Cosme. O grão-duque tardou quatro meses em publicar os banhos e fazer dela sua esposa. Bianca teria a hostilidade permanente do cunhado, o cardeal Ferdinando. Como ambos morreram subitamente, depois de um jantar de caça em Poggio, o cardeal foi acusado de os ter envenenado.
Seus descendentes reinaram como grãos-duques da Toscana até 1737, quando, morto Gian Gastone ou João Gastão, os domínios passaram à Casa da Austria.
A irmã mais velha de Maria, Eleonora de Médicis, foi duquesa de Mântua por se ter casado em 1584 com Vincenzo I Gonzaga (22.9.1562-9/18.2.1612) Duque de Mântua.

 Casamento

Sexta filha, Maria em 1600 foi enviada à França para casar-se em 5 de outubro de 1600 e em pessoa em Lyon em 17 de dezembro de1600 com o rei Henrique IV, muito mais velho (1553-1610) e já divorciado de Margarida de Valois. Tiveram seis filhos, mas acabaram isolados um do outro, cada um em seu reservado círculo de amigos.
Henrique IV morreu assassinado em 1610. Para conhecer os filhos do rei, ver biografia de Henrique IV de França

 Regência na menoridade de Luís XIII, de 1610 a 1617

Maria de Medici já tinha sido nomeada regente, com Conselho de 15 pessoas, quando seu marido Henrique IV se preparava para conduzir uma expedição contra a Alemanha, Espanhóis e Imperialistas; cedendo a sua insistência, ele fê-la ser coroada rainha em 13 de maio de 1610.
Duas horas depois do assassinato de Henrique IV em 14 de maio de 1610, o duque de Epernon foi ao Parlamento e conseguiu que fosse declarada regente, pois Luís XIII nem tinha nove anos. A política de Henrique IV, que se tivesse vivido teria lutado cada vez mais por assegurar alianças com os Estados protestantes, foi substituída por uma política católica, visando à aliança espanhola.
O primeiro ato em tal direção foi o noivado de Luís XIII com a Infanta (mais tarde Ana de Austria), e de Elizabeth de France a Filipe, futuro Filipe IV (1612). Ana era a primogênita de Filipe III e da Arquiduquesa Margarida de Áustria ou Estíria.
Cresceu a agitação entre os príncipes e os protestantes.
Maria de Médici aliou portanto a França à Espanha. A maior parte do reinado de seu filho seria dominada por Richelieu, que entrou para seu conselho de ministros em 1624 graças justamente aos esforços de Maria , e serviu como Primeiro Ministro até morrer em1642. Foi um reinado marcado por lutas religiosas entre os católicos os protestantes ou huguenotes e as muitas conspirações contra Richelieu.
A regência é interessante do ponto de vista da história religiosa pela agitação galicana. Depois da condenação pelo Parlamento de Paris do Tratado de Bellarmine sobre o poder temporal do Papa, em 1610, Edmond Richer, síndico da faculdade de Teologia, em seuLibellus de Ecclesiastica, Política Potestate desenvolveu a teoria de que o governo da Igreja deveria ser aristocrático, não monárquico. Maria opôs-se decididamente e o depôs, fazendo-o condenar por uma assembéia de Bispos [Sens] presidida pelo Cardeal du Perron, e eleito um novo síndico [1612].
Quando Harlay abandonou a presidência do Parlamento, recusou-se a nomear em seu lugar o galicano Thou e nomeou um ultramontano, Nicolas de Verdun. Ns Estados Gerais de1614, o Terceiro Estado, por seu porta-voz Miron, fez declaração de princípios galicanos, e tentou, apoiando-se em Condé, introduzir artigo sobre o poder dos reis, contra os ultramontanos. Maria de Médicis deu fim ao problema, ordenando que o artigo fosse retirado e proibindo discussão posterior.
Outra questão da Regência foi a Assembléia de Saumur (1611) na qual os protestantes, ansiosos por manter e aumentar os privilégios políticos recebidos pelo Edito de Nantes, começaram a organizar rede de assembléias provinciais para cuidar dos interesses do Protestantismo, e assembléias de círculos, combinando diversas províncias, que fossem capazes de impor seus desejos ao Estado. Assim, por iniciativa de Henri de Rohan, genro de Sully, começou a se formar na França uma espécie de partido protestante ao qual Richelieu poria fim.
Os Estados Gerais, convocados pela Regente em 1614, como concessão aos príncipes, foi a última tentativa da velha monarquia para associar representantes da nação ao governo nacional, tentativa mal sucedida. Finalmente, desafiando suscetibilidades de Condé e dos Protestantes, Luís XIII casou-se com Ana da Áustria em 28 de novembro de 1615, e a revolta dos príncipes, seguindo-se à prisão de Condé (1 de setembro de 1616), fez com que a Regente chamasse para seu Conselho Richelieu, Bispo de Luçon, como seu ministro de guerra. A opinião pública detestava a influência que Maria de Médicis permitira a sua dama de companhia Leonora Galigaï e a seu marido florentino Concini, Maréchal d'Ancre (assassinado em 24 de abril de 1617). A partir de então, predominou a influência de Albert de Luynes, favorito do jovem rei. Maria de' Medici teve que deixar Paris em 2 de maio de 1617, e apenas a intervenção de Richelieu fez com que lhe fosse dada permissão para se estabelecer em Blois.

 No reinado do filho

Depois de 1617, viveu com vicissitudes uma vida de intrigas e conspiração. Escapando de Blois em 22 de fevereiro de 1619, partiu para Angoulême e obteve de Luynes o governo do Anjou, ponto de encontro dos descontentes. As tropas que a apoiavam foram vencidas pelas do rei em Les Ponts de Cé [em agosto de 1620]. Morto Luynes em 15 de dezembro de1621, Maria recuperou parte de sua influência e conseguiu que Richelieu fosse admitido no Conselho em 1624, recebendo mesmo a regência durante a guerra na Itália.
À medida em que a hostilidade de Richelieu crescia contra a Espanha, procurou obter seu afastamento. Aliando-se a Gastão de Orleans, Maria – no Dia dos Tolos ou 12 de novembrode 1630, acreditou poder conseguir que Luís XIII despedisse o cardeal. Enganava-se: banida para Compiègne em Fevereiro de 1631, em vão tentou obter admissão no forte de La Capelle, de onde teria podido ditar termos ao rei. Afinal exilou-se, esperando a vitória de seu outro filjo, Gastão d'Orléans, que acabou derrotado.
Maria jamais recolocou os pés na França. De 1631 a 1638 viveu nos Países Baixos, enviando pela fronteira manifestos que ninguém na França lia. Refugiando-se na Inglaterra de1638 a 1641 com o genro, Carlos I, ali era, sendo católica, suspeita aos protestantes. Por fim, partiu para a Alemanha, onde morreu, observando impotente o triunfo da política externa de Richelieu, exatamente oposta a que desenvolvera na Regência.
A altiva rainha, cujo luxo e esplendor se estampa nas enormes telas de Rubens, detinha moderada fortuna ao morrer no exílio na Alemanha. Para fugir, dizem foi auxiliada pela noraAna da Áustria, mulher de Luís XIII, que também sofria com a desconfiança do cardeal.

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