Previsão do Tempo

sábado, 3 de julho de 2010

A 4 de Julho de 1336, morreu A Rainha Santa Isabel


Rainha Santa Isabel

Mulher absolutamente notável, apoiou numerosas instituições com uma visão que em muito ultrapassa a piedade religiosa! Deixou profundas marcas na paisagem da Cidade de Coimbra, de que é exemplo o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha. Hoje descansa no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova mas simbolicamente, desce à cidade de dois em dois anos, durante as Festas que a cidade lhe dedica. Então, e como que por milagre, multiplicam-se as meninas, vestidas de clarissas, com cheiro a rosas!

Neta de D. Jaime I e filha de D.Pedro III de Aragão, Isabel nasceu a 11 de Fevereiro de 1270, no Palácio de Aljafería em Saragoça. Em Fevereiro de 1281, apenas com 11 anos de idade, casa por procuração, em Barcelona, com o novo rei de Portugal, D. Dinis. O matrimónio por "palavras de presente", só teria lugar em Trancoso, em Julho de 1282. Permanecem casados até à morte de D. Dinis, em Janeiro de 1325. A Rainha viria a falecer onze anos mais tarde, a 04 de Julho de 1336, em Estremoz. Isabel de Aragão é relatada como um modelo de perfeita Rainha, mulher devota, piedosa, culta e prendada. Nos últimos anos da sua vida, D. Dinis, que mantinha predilecção pelo seu filho bastardo, Afonso Sanchez, entrou em guerra com seu filho D. Afonso, o que levou a várias intervenções da Rainha, tendo em vista a obtenção da paz. Em 1336, a Rainha, já doente, desloca-se a Estremoz, onde estava o seu filho, de forma a pacificar a situação de guerra que se desenhava entre ele e Afonso XI de Castela. Fervorosa adepta da práctica do Franciscanismo, a Rainha devotava a sua vida aos mais fracos e carenciados. Durante todo o ano, era comum encontrá-la em várias igrejas, distribuindo esmolas e repartindo pão por religiosos e humildes. Segundo a Lenda que envolve D. Isabel, perante os olhos reprovadores de seu marido, o pão que carregava no seu regaço transfigurava-se miraculosamente em rosas.Após a morte de seu marido, que reprovava a sua devoção à práctica da caridade, dedica-se totalmente à ajuda dos mais necessitados. Honrou a morte de seu marido, ao envergar um hábito das Clarissa, mas como uma leiga.Alguns meses após a morte do monarca, dirigiu-se em peregrinação, ao Templo de Santiago Apóstolo, para aí depor toda a sua riqueza de mulher-rainha, entregando simbolicamente a sua coroa nas mãos do arcebispo. Apoiou igrejas e mosteiros que, para além do culto e devoção, tinham ainda a função da protecção e da caridade. Esteve ligada a mosteiros, hospitais, albergarias e casas destinadas a ajudar e encaminhar prostitutas. À sua vontade deve-se ainda a construção do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, consagrado em 1327 como seu panteão fúnebre. Aquando da sua morte, deixou legado a inúmeras instituições, tais como:
- Sé de Lisboa e de Coimbra
- Mosteiros de Odivelas, de Almoster, de Alcobaça, de Santos e de Chelas (Lisboa)
- Mosteiros de Santa Ana da Ponte, de Celas e de Santa Cruz (Coimbra)
- Aos conventos dos frades pregadores e menores de todo o reino
- Ás Clarissas de Lisboa e de Santarém
- Ás donas de São Domingos de Santarém e às emparedadas de Lisboa, Santarém, Óbidos, Leiria e Coimbra
- Hospitais dos Meninos de Lisboa e de Santarém e os Hospitais de Roncesvales e Santa Maria de Rocamador, além de todos os hospitais e albergarias do reino
- Distribuiu esmolas por cativos, gafos (Lisboa, Santarém, Coimbra, Leiria e Óbidos) e por pobres.
- Ao mosteiro de Santa Clara deixou uma vasta soma de dinheiro e jóias;
- Legou alfaias e paramentos à capela do mosteiro, onde eternamente seria evocada a sua memória.
A 15 de Abril de 1517 é beatificada pelo Papa Leão X.
A canonização seria outorgada mais tarde, por Bento XIV, a 28 de Abril de 1742.

Sem comentários:

Enviar um comentário