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sexta-feira, 16 de julho de 2010

‘Buraco’ de 17 mil milhões na Banca " A saúde dos nossos bancos"


‘Buraco’ de 17 mil milhões na Banca

Um relatório do Barclays Capital, divulgado ontem, aponta para calotes irrecuperáveis na ordem dos 17 mil milhões de euros nos quatro maiores bancos portugueses (Caixa Geral de Depósitos, Millennium /BCP, Banco Espírito Santo e Banco Português de Investimento).
Por:Miguel Alexandre Ganhão
Aquele documento tomou por base os relatórios e contas divulgados no final de 2009 e sobre eles aplicou uma série de testes de resistência, que tiveram como resultado final a necessidade de aumentar o capital daquelas instituições financeiras em 5,9 mil milhões de euros.
O incumprimento no crédito à habitação é o grande responsável pela degradação dos balanços dos bancos (corresponde a 38% do total do malparado), seguido pela actividade de construção e obras públicas e promoção imobiliária (com 21%) e crédito ao consumo (que responde por 11% do total dos calotes à Banca).
O mesmo relatório considera que, ao nível da dívida soberana, as instituições financeiras portugueses têm carteiras "relativamente modestas". O Barclays Capital identificou cerca de 14 mil milhões de euros de dívida pública nos balanços daquelas quatro instituições e considerou uma desvalorização de 30 por cento naquelas aplicações. Isto significa que BES, BCP, BPI e CGD poderão perder 4,2 mil milhões de euros com investimentos em dívida pública portuguesa.
A instituição financeira inglesa considera que os quatro bancos analisados terão um ‘Core Tier 1’ (o indicador mais importante para apurar a saúde financeira de um banco e que compara todo o capital da instituição com todos os activos que ela possui ponderados pelo risco) de 3,6% em 2011 e que será necessário uma subida para os 6%. Isto obrigará a uma injecção de capital no valor de 5,9 mil milhões.
O relatório refere ainda que, ao contrário do que se passa em Espanha, na Alemanha e na Grécia, Portugal não tem um fundo de recapitalização para os bancos. O CM tentou obter uma reacção das instituições visadas, mas tal não foi possível até ao fecho desta edição.
PORMENORES
"ESTAMOS TRANQUILOS"
Teodora Cardoso, administradora do Banco de Portugal, disse ontem que a banca portuguesa tem uma situação sólida. "Fizemos testes adicionais e estamos tranquilos".
"SOPORÍFERO"
O presidente da Comissão admitiu que o euro foi um "soporífero" para alguns países. Para Durão Barroso, as taxas de juro baixas facilitaram o recurso ao crédito, criando uma falsa sensação de confiança económica. 
TRICHET CONTRA O PAGAMENTO DE DIVIDENDOS
Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu (BCE), apelou aos bancos para que não distribuam dividendos e reforcem as suas bases de capital. No relatório mensal publicado ontem, aconselha os banqueiros a aproveitar as medidas de apoio à recapitalização, criadas pelos governos. O BCE avisa que "poderão ser necessários objectivos mais ambiciosos, tais como os já adoptados por vários países, nos casos em que os planos actuais não cumpram o principal desígnio de parar e inverter o aumento do rácio da dívida pública".
In "correio da manhã"

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