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terça-feira, 20 de julho de 2010

João Carlos Craveiro Lopes, morreu a 21 de Julho de 1945




João Carlos Craveiro Lopes (Lisboa, 16 de Março de 1871 — Lisboa, 21 de Julho de 1945) foi um militar e administrador colonial, que atingiu o posto de general-de-divisão do Exército Português.
Filho e neto de generais do Exército Português, os seus pais foram Maria Luísa Adelaide Capon e o general Francisco Higino Craveiro Lopes, um dos primeiros comandantes da Divisão de Lisboa. O seu avô, Francisco Xavier Lopes, fora também general e igualmente ilustre.

Casou com Júlia Clotilde Salinas Cristiano de quem teve quatro filhos: Alda Luísa Craveiro Lopes, Francisco Higino Craveiro Lopes (marechal da Força Aérea Portuguesa e presidente da República Portuguesa); Maria Cristina Craveiro Lopes e António Carlos Craveiro Lopes (inspector superior da então Província de Moçambique).

Aluno do Colégio Militar (nº154,1882-1888).

Alistou-se como voluntário no regimento de Cavalaria 2 (1888), como tenente foi ajudante de campo do comandante da 1ª Divisão Militar (1901).

Uma punição que lhe foi imposta deu origem ao Movimento das Espadas (1915) e à subsequente queda do Governo.
Então no posto de major, João Carlos Craveiro Lopes estava colocado na Figueira da Foz quando foi compulsivamente transferido pelo Governo do Regimento de Infantaria n.º 28 para o Regimento de Infantaria n.º 19 em virtude de pressões por parte da Carbonária por um caso puramente particular em que fora interveniente um militante do Partido Democrático, então no poder, e fora objecto de denúncia ao Comité Democrático Militar, uma estrutura política ligada àquele Partido. Os oficiais das unidades aquarteladas na Figueira da Foz protestaram e o movimento alastrou a Lisboa, onde nos dias imediatos os oficiais da guarnição daquela cidade se movimentaram no sentido de se solidarizarem com o ofendido. Foi este protesto que levou ao incidente do Movimento das Espadas, o qual ocorreu a 22 de Janeiro de 1915, quando numerosos oficiais do Regimento de Cavalaria n.º 2, liderado pelo capitão Martins Lima, mas sob as ordens de Machado Santos e Pimenta de Castro, marchou a caminho do Palácio de Belém, onde, em sinal de repulsa, pretendiam entregar as espadas ao Presidente da República Manuel de Arriaga.

Comandante do Corpo de Polícia em Macau como major (1915-1917).

Foi comandante de brigada do Corpo Expedicionário Português na Primeira Guerra Mundial, tendo ficado prisioneiro na batalha de La Lys.
Numa descrição da batalha de La Lys feita pelo comandante francês, onde o então tenente-coronel João Carlos Craveiro Lopes foi feito prisioneiro, afirma-se:
"No nosso flanco direito, uma divisão alemã atacou e penetrou no intervalo existente entre o nosso flanco e o flanco esquerdo britânico. Enquanto que uma parte arrasava as nossas primeiras linhas atacando-as por trás, a outra parte atacava o quartel general da 5.ª brigada, matando ou fazendo prisioneiros todos os que aí se encontravam: O coronel Martins, o bravo tenente-coronel Craveiro Lopes e outros; depois atacaram o posto de La Couture, onde o 13.º e 15.º batalhões, com alguns soldados ingleses resistiam de tal maneira que os alemães o não conseguiram tomar enquanto houve um homem vivo."
Após libertado foi presidente da Comissão de Assistência dos Portugueses Prisioneiros de Guerra, na Alemanha.

Apoiante do Golpe de 28 de Maio de 1926, destacou-se na repressão da Revolta de 3 de Fevereiro de 1927, um movimento pró-democrático centrado na cidade do Porto, com a intenção de derrubar a Ditadura Nacional saída do golpe de 28 de Maio de 1926 e que deu início ao "Reviralho". O então coronel João Carlos Craveiro Lopes, ao tempo comandante da Região Militar do Porto e governador militar da cidade, conduziu as operações do cerco aos revoltosos, encurralando os sitiados num círculo de ferro e fogo de tal modo apertado de que só puderam sair pela rendição quase sem condições. Como consequência deste conflito, houve no Porto 80 mortos e 360 feridos, e em Lisboa 70 mortos e cerca de 400 feridos.

Foi 122.º Governador-Geral do Estado da Índia de 1929 a 1936, tendo como ajudante-de-campo o seu filho Francisco Higino Craveiro Lopes, futuro Presidente da República. Durante o seu mandato promoveu uma exposição sobre São Francisco Xavier, que incluiu a exibição, numa caixa de cristal, do cadáver do santo, e a fundação em 1930 do Arquivo Geral e Histórico da Índia Portuguesa.

Passou à reserva em 1936, no fim da sua comissão de Serviço como Governador-Geral do Estado da Índia.

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