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sábado, 31 de julho de 2010

Ney Matogrosso nasceu a 1 de Agosto de 1941




Ney de Sousa Pereira (Bela Vista, 1º de Agosto de 1941), mais conhecido como Ney Matogrosso, é um cantor e ator brasileiro, ex-integrante do Secos & Molhados.



Atualmente considerado um dos intérpretes brasileiros mais produtivos, o nome artístico Ney Matogrosso foi adotado somente em 1971, quando se mudou paraSão Paulo. Desde cedo demonstrou dotes artísticos: cantava, pintava e interpretava. Teve a infância e a adolescência marcadas pela solidão, e ao completar dezessete anos deixou a casa da família para ingressar na Aeronáutica, Ney ainda estava indeciso quanto à futura profissão. Gostava de teatro e cantava esporadicamente, mas acabou indo trabalhar no laboratório de anatomia patológica do Hospital de Base de Brasília, a convite de um primo.
Tempos depois foi convidado para participar de um festival universitário e chegou a formar um quarteto vocal. Depois do festival, fez de tudo um pouco, até atuou em um programa de televisão. Também concentrou suas atenções no teatro, decidido a ser ator. Atrás deste sonho, ele desembarcou no Rio de Janeiroem 1966, onde passou a viver da confecção e venda de peças de artesanato em couro. Ney adotou completamente a filosofia de vida hippie.
Neste período, viveu entre o Rio, São Paulo e Brasília, até conhecer o produtor musical João Ricardo, que procurava um cantor de voz aguda para um conjunto musical e convidou Ney para ser o cantor do grupoSecos & Molhados, com o qual gravou dois discos, ambos auto-intitulados e lançados pela extinta gravadora Continental, entre 1973 e 1974. O álbum chegou a marca de um milhão de cópias vendidas e gerou vários sucessos, como O Vira de Luli e João Ricardo, Rosa de HiroximaSangue Latino de João Ricardo e Paulinho Mendonça, O Patrão Nosso de Cada Dia de João Ricardo, e no segundo álbum o destaque foi para Flores astrais de João Ricardo, em parceria com João Apolinário.
Saiu dos Secos & Molhados em 1974 e no ano seguinte, lançou o primeiro disco solo, Água do Céu - Pássaro (também conhecido como O homem de Neanderthal em referência à faixa homônima de abertura, de autoria de Luís Carlos Sá, e por ter sido o título do antológico primeiro espetáculo da carreira solo), que vinha numa capa de papelão cru, com Ney Matogrosso pintado, vestido com pêlos de macaco, chifres e pulseiras de dentes de boi, apresentando sonoridade vanguardista, com músicas interligadas por sons da floresta, macacos, ventanias, água corrente e pássaros. Foi considerado extravagante demais e obteve vendagem inexpressiva, destacando no repertório as músicas América do Sul de Paulo Machado e o mambo Kubanacan, além da regravação de um fado de Amália Rodrigues (Barco negro) e canções de Milton Nascimento/Rui Guerra e João Bosco/Aldir Blanc (Bodas e Corsário, respectivamente), além das músicas Açúcar candy (de Sueli Costa e Tite de Lemos) e Idade de ouro (de Jorge Omar e Paulo Mendonça); o trabalho foi distribuído juntamente com um compacto, que apresentou duas músicas que ele gravou na Itália com o músico e compositor argentino Astor PiazzolaAs Ilhas e 1964. Em 1976 veio o reconhecimento com o disco Bandido. A canção Bandido Corazón, no repertório deste foi composta por Rita Lee, tornou-se um grande sucesso na voz de Ney. Além desta, o disco trazia, dentre outras, as músicas Pra não morrer de tristeza de João Silva e Caboclinho, Trepa no coqueiro de Ari Kerner, Gaivota (de Gilberto Gil), Usina de prata de Rosinha de Valença e Mulheres de Atenas (Chico Buarque, em parceria com Augusto Boal), contando com a produção musical da violonista Rosinha de Valença com direção musical do empresário Guilherme Araújo. Nessa época, Ney escandalizava o Brasil. Bandido é considerado o espetáculo mais ousado da carreira do cantor e perfomático Matogrosso.
Na seqüência, vieram: Pecado (1977), que trouxe músicas do espetáculo calcado na divulgação do disco anterior que ainda não haviam sido registradas em disco; este também foi o último trabalho feito para a gravadora Continental, em um repertório que misturou roque (Metamorfose ambulante de Raul Seixas e Com a boca no mundo de Rita Lee, em parceria com Luís Sérgio e Lee Marcucci), bossa nova (Desafinado, de Tom Jobim e Newton Mendonça), tango (Retrato marrom, de Fausto Nilo e Rodger Rogério), San Vicente de Milton Nascimento e Fernando Brant, e as regravações das músicas Da cor do pecado, de Bororó - com a participação especial do grupo Regional do Evandro - e Sangue latino, esta última consagrada pelo grupo Secos & Molhados e ainda originou um especial gravado para a Rede BandeirantesFeitiço e Seu tipo, nos anos 1970. Os dois últimos contaram com a produção de Mazzola, nome que seria recorrente em sua discografia a partir desta época.
O álbum Feitiço (1978) marcou a estréia na gravadora WEA, e trouxe alguns sucessos como Bandoleiro, da dupla Luli e Lucina, Mal necessário de Mauro Kwitko, a regravação de O Tic-Tac do Meu Coração, de Alcir Pires Vermelho e Valfrido Silva (sucesso de Carmen Miranda em 1935), Dos Cruces de Carmelo Larrea, e o frevo Não existe pecado ao sul do Equador, de Chico Buarque e Rui Guerra, cujo arranjo evoca a batida da disco music, que naquela época, já era executada no Brasil inteiro; a regravação da canção, originalmente gravada pelo autor 5 anos antes no censurado álbum Calabar, impulsionou as vendas do álbum e foi utilizado como tema de abertura da novela global Pecado Rasgado, de Sílvio de Abreu. Já em Seu tipo (1979), onde tirou pela primeira vez a fantasia para se apresentar de cara limpa, o repertório foi puxado pela faixa-título, de autoria do então desconhecido Eduardo Dusek em parceria com Luís Carlos Góis, bem como Tom Jobim (Falando de amor) e canções de Fátima Guedes e Joyce, compositoras que despertavam na emergente cena feminina de 1979 (Dor medonha e Ardente, respectivamente), a regravação de Rosa de Hiroxima de Gerson Conrad sobre poema de Vinícius de MoraisTem gente com fome(poema de Solano Trindade musicado por João Ricardo) e Encantado (versão de Caetano Veloso para Nature boy de autoria de Eden Ahbez, sucesso de Nat King Cole), dentre outras.
Ney terminou a década de 1970 e começou a de 80 totalmente transgressor, sendo ameaçado várias vezes pelo regime militar. Nesse período, Ney lançou alguns dos maiores sucessos: Homem com H, Vida, Vida, Pro dia nascer Feliz, Vereda Tropical, Amor Objeto, Seu tipo, Por debaixo dos panos, Promessas demais, Tanto amar, Ando meio desligado, Sangue latino, entre outros.
É considerado um dos principais percussores da androginia enquanto estética de arte, desenvolvida inicialmente com a Tropicália. Apresentando coreografias erotizantes e expondo sua masculinidade como um contraponto à ousadia nos tempos de chumbo, Ney acaba por influenciar toda uma geração de artistas. Também é coreógrafo, iluminador e dançarino, atuando como diretor geral de seus espetáculos musicais; o espetáculo Sou eu, dirigindo Simone, foi considerado o melhor do ano (1992), um espetáculo de Cazuza (O tempo não pára), RPM e ganhou o extinto Prêmio Sharp de Música com os temas Gilberto Gil e Ângela e Cauby de Ângela Maria e Cauby Peixoto. Atuou também como ator de cinema (no longa-metragem Sonho de valsa, de Ana Carolina e no curta Caramujo flor de Joel Pizzini), foi responsável pela iluminação de espetáculos de Nana CaymmiNélson Gonçalves, Chico Buarque, da Fundação Osvaldo Cruz e peças de teatro, como Somos irmãs e Mistério do amor.
Começou a década de 1980 com o álbum Sujeito estranho, de 1980, produzido por Gutti Carvalho, que não obteve maior repercussão; no repertório, todo composto por canções apresentadas no espetáculo Seu tipo mas que não haviam sido gravadas no álbum homônimo, destaque para a canção Napoleão da dupla Luli e Lucina - a faixa de abertura do álbum -, duas canções de Rita Lee (Doce vampiro e Ando meio desligado, esta última em parceria com Arnaldo e Sérgio Baptista) e duas regravações da cantora e compositora Ângela Rô Rô, lançadas por ela no primeiro álbum no ano anterior: Balada da arrasada e Não há cabeça. Prosseguiu com o álbum auto-intitulado de 1981, que marcou a estréia na gravadora Ariola. O álbum contou com a produção de Mazzola, arranjos de César Camargo Mariano e Lincoln Olivetti, trazendo alguns êxitos como Viajante de Teresa Tinoco, Amor objeto (Rita Lee e Roberto de Carvalho), a marchinha Folia no matagal (de Eduardo Dusek e Luís Carlos Góis, que dois anos antes foi gravado por Maria Alcina, não obtendo sucesso), Vida vida (tema de abertura da novela global Jogo da Vida de Sílvio de Abreu) e principalmente o forró Homem com H, de Antônio Barros, que a princípio não queria gravar, o fez depois de muita insistência e se tornou um dos maiores sucessos da carreira, e a participação especial da cantora Gal Costa e da Orquestra Tabajara na faixa Espinha de bacalhau, de Severino Araújo - com arranjo e regência do próprio - e Fausto Nilo.
No ano seguinte lançou o álbum Mato Grosso, produzido por Mazzola, que não obteve o total êxito artístico do disco lançado no ano anterior; o trabalho emplacou outro tema de abertura em novela global, no casoPromessas demais utilizada na abertura da novela Paraíso, de Benedito Ruy Barbosa, com destaque também para Por debaixo dos panos de Cecéu, Primeiro de abril, de Antônio Brasileiro e Roderiki, e Tanto amar, de Chico Buarque - lançada pelo cantor e compositor no ano anterior -, e a canção Johnny pirou teve a execução pública proibida à época do lançamento do disco, que contou inclusive com a participação especial de Rita Lee na faixa Uai uai, composta por ela e o marido Roberto de Carvalho.
Em 1983 lançou o disco …Pois é, com faixa-título de John Neschling e Geraldo Carneiro, cujos maiores sucessos foram Pro Dia Nascer Feliz (gravada também pelo grupo Barão Vermelho e composta pelos integrantes desta, Cazuza e Frejat) e a paródia Calúnias - Telma eu não sou gay (da música americana Tell me once again), com a participação especial do grupo João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, e incluiu também um pot-pourri, que abria o álbum, contendo as regravações dos sucessos ao longo de dez anos de carreira, completados naquele ano.
O álbum subseqüente, Destino de aventureiro, de 1984, com faixa-título de Eduardo Dusek e Luís Carlos Góis, que contou com a participação especial do grupo Placa Luminosa, cujo repertório incluiu músicas do espetáculo calcado na divulgação do trabalho anterior, trouxe duas regravações: uma do grupo Barão Vermelho (Por que a gente é assim, de Frejat, Cazuza e Ezequiel, que não obteve o mesmo sucesso da canção gravada no disco anterior), e a música Retrato marrom - gravada pelo cantor sete anos antes, além da canção Pra virar lobisomem de Cecéu e o bolero Vereda Tropical, de Gonzalo Curiel, utilizado como tema de abertura da novela homônima global, de Carlos Lombardi. O último trabalho nesse caminho foi Bugre (1986), época onde o roque brasileiro se expandiu no mercado fonográfico, por isso o disco apresentou uma sonoridade pop com alta dose de eletrônica, onde o cantor mostrava seu lado compositor assinando músicas com Leoni (Dívidas de amor) e a dupla Paulo Ricardo e Luiz Schiavon, ex-integrantes do grupoRPM; no repertório, destaque para a regravação de um sucesso do grupo Os MutantesBalada do louco, de Rita Lee e Arnaldo Baptista, trazendo também algumas canções como o samba-enredo História do Brasil de Jorge Aragão e Nilton Barros, Fratura não exposta de Pisca, Cazuza e Ezequiel Neves, e a rumba Las Muchachas de Copacabana, de Chico Buarque, gravada também no álbum Malandro produzido por Homero Ferreira e Carlinhos Vergueiro, tendo sido incompreendido por público e crítica.
Com o relativo fracasso de Bugre, em 1987 Ney Matogrosso entra em uma nova fase: com o elogiadíssimo LP Pescador de Pérolas, lançado pela gravadora CBS, gravado ao vivo na temporada do projeto A luz do solo, ele mostra uma faceta mais segura. Abandona as maquiagens, veste um terno e atrai um novo público. O repertório deste apresentou clásssicos da música brasileira e latina (Dos Cruces de Carmelo Larrea - esta já gravada pelo cantor -, Alma llanera de Pedro Elias Gutierrez - que viria a ser regravada dois anos depois - e a célebre Bésame mucho de Consuelo Velásquez - compositora mexicana), uma ária de ópera(no caso, Mi Par D'udir Ancora - I Pescatori di Perle de Bizet), foi apresentado no teatro Carlos Gomes (compositor campineiro a quem homenageou com a canção Quem sabe, no repertório deste), contou com a participação especial de quatro músicos: Rafael Rabello (violão), Arthur Moreira Lima (piano), Paulo Moura (sax) e Chacal (percussão).
Motivado pelo êxito artístico e comercial deste, prosseguiu com o denso álbum Quem não vive tem medo da morte (1988), que não obteve repercussão e a primeira tiragem deste em CD foi pequena e produzida na época do lançamento; no repertório, algumas canções como Dama do cassino (Caetano Veloso), Todo o sentimento (Chico Buarque, em parceria com o pianista Cristóvão Bastos) - esta, já gravada por Chico no ano anterior -, Tudo é amor (Cazuza e Laura Finochiaro), Felicidade zen de Arnaldo Brandão e Tavinho Pais, Vamos pra lua de Pisca e Ronaldo BastosCaro amigo de Lucio Dalla - cantor e compositor italiano-, Aluísio Reis e Byafra - as duas últimas canções foram impostas pela CBS -, e Chavão abre porta grande (Itamar Assumpção). Em 1989 lançou o álbum Ao vivo, o último para a extinta gravadora CBS, a qual pouco tempo depois se transformaria na Sony Music, gravado na casa Olympia (SP) em 11 e 12 de março de 1989, voltou a se apresentar com fantasia, o repertório trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras músicas as quais nunca havia gravado, como Comida (do repertório do grupo Titãs) e O beco (gravada originalmente pelo grupo Os Paralamas do Sucesso), além da regravação da música Morena de angola(Chico Buarque), sucesso na voz de Clara Nunes.
Durante a década de 1990 voltou a trabalhar com Raphael Rabello (no elogiadíssimo álbum À Flor da Pele, de 1990, lançado pela gravadora Som Livre, que trouxe releituras de clássicos da MPB), e ao transferir-se para a extinta gravadora PolyGram (atualmente Universal Music), gravou um disco junto com o grupo Aquarela Carioca (As aparências enganam, de 1993) e também álbuns dedicados a intérpretes/compositores, como um abordando o repertório da SapotiÂngela Maria (Estava escrito1994). Seis músicos participaram do preojeto: Leandro Braga (direção musical, arranjos e piano), Bruce Henry (baixo), Fábio Nim (violão), Zero (percussão), Márcio Montarroyos (trompete e flugelhorn) e as participações especiais de Cláudio Jorge (violão) nas faixas Amendoim torradinho de Henrique Beltrão e Nem eu de Dorival Caymmi, e da homenageada na faixa Só vives pra lua, de Othon Russo e Ricardo Galeno. Já o grupo Aquarela Carioca é formado por: Paulo Brandão (baixo e violão), Lui Coimbra (violoncelo, violão e charango), Mário Sève (saxofone, flauta, flautim e Wind Control Yamaha), Paulo Muylaer (guitarra, viola e flauta) e Marcos Susano (pandeiro e percussão).
Prosseguiu com outro álbum só com canções de Chico Buarque (o elogiadíssimo Um Brasileiro1996) todos produzidos por Marco Mazzola, um voltado para as canções da dupla Tom Jobim e Heitor Villa-Lobos(O cair da tarde1997); dois em homenagem a Cartola (Ney Matogrosso interpreta Cartola, 2002 e Ney Matogrosso interpreta Cartola - ao vivo, de 2003), e o elogiado Batuque, lançado em 2001, apenas com canções anteriores à revolucionária década de 1960, priorizando canções de Carmen Miranda, além de um disco com canções inéditas, homenageando compositores da nova geração (Olhos de farol1999). O espetáculo calcado na divulgação deste último acabou por gerar um CD ao vivo (Ney Matogrosso ao vivo, gravado no Rio de Janeiro em 1213 e 14 de novembro e lançado no final de 1999), e também um DVD, cujo repertório abordou regravações dos antigos sucessos entre outras canções do álbum de estúdio anterior, bem como algumas músicas inéditas na voz. A produção foi assinada por João Mário Linhares, que produziria a partir do referido O cair da tarde todos os seus discos - alguns em parceria - e Zé Nogueira.
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, sobre o álbum Batuque, no qual contou com a participação especial do grupo Nó em Pingo D´Água em várias faixas, declarou: Eu conhecia essas canções sem saber porque as ouvia desde criança. Mas não faço um espetáculo da época de resgate, porque essas músicas não se perderam. Estão à disposição de quem as quiser cantar e gravar. A seleção de repertório contou com a colaboração de quatro pesquisadores (Jairo Severino, Zuza Homem de Mello, Paulinho Albuquerque e Fausto Nilo), originando também um espetáculo homônimo que saiu em DVD. Apesar de trazer várias canções gravadas por Carmen Miranda, a Pequena Notável, Ney revelou não se tratar de uma homenagem a cantora: Não estou prestando uma homenagem a Carmen, não quis me limitar a ela. Mas o melhor daquelas décadas passava por ela mesmo. Eu teria que passar, inevitavelmente. As luzes e cenários foram dirigidos pelo próprio Ney, definido por ele como de teatro de revista. Já o figurino contou com a assinatura do estilista Ocimar VersolatoÉ extravagante, embora sóbrio, mas é erótico porque é todo preto, explicou em entrevista ao jornal Estadão.
Já o disco dedicado a Cartola surgiu junto com a publicação de um livro com várias fotos, de suas fases da carreira. Ousar ser, lançado em 2002, trouxe 272 páginas, e também 135 fotos de Luís Fernando Borges da Fonseca, sobre os espetáculos que projetou ao longo da carreira, revelando mudanças e contou com depoimentos do artista. O disco contou com a participação especial de cinco músicos: Ricardo Silveira (violão e arranjos), Marcelo Gonçalves (violão sete cordas), Zero (percussão), Zé Nogueira (saxofone) e Jorge Hélder (baixo e cavaquinho), e o coro As Gatas na faixa Ensaboa. O espetáculo também originou um CD ao vivo, bem como um DVD - gravado em novembro de 2002 no Centro Integrado de Cultura em Florianópolis (SC), contando também com a participação do músico Celso José (Celsinho) da Silva (percussão) e foi sucesso de público e crítica, contando inclusive com apresentações no exterior. Ainda em 2003, a canção Kubanacan gravada no primeiro álbum solo, foi o tema de abertura da telenovela homônima global, de Carlos Lombardi.
Em 2004 voltou aos meios de comunicação com o projeto Vagabundo, em que canta com o grupo carioca Pedro Luís e a Parede com produção de Carlos Matau, obtendo relevante sucesso de público e crítica, originando também um espetáculo homônimo, do qual saiu o álbum ao vivo e o DVD, gravado na casa Olympia (SP) em 15 de julho de 2005, com a participação especial também dos músicos Glauco Cerejo (saxofone e flauta) inclusive produtor do álbum, Pedro Jóia (violão e alaúde) e Ricardo Silveira (guitarra). Ainda em 2005, chegou às lojas o álbum e DVD Canto em qualquer canto, gravado ao vivo no SESC Pinheiros, que trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras releituras de sucessos alheios e duas canções inéditas (Uma canção por acaso e Duas nuvens, ambas de autoria de Pedro Jóia e Tiago Torres da Silva). O projeto contou com a participação especial de quatro músicos: Pedro Jóia (violão e alaúde), Ricardo Silveira (guitarra e violão de aço), Marcelo Gonçalves (violão sete cordas) e Zé Paulo Becker (violão e viola caipira).
Ney mantém no estado do Rio de Janeiro uma área de preservação ambiental para micos-leões-dourados, espécie ameaçada de extinção. Estreou no segundo semestre de 2007 um dos espetáculos mais comentados, Inclassificáveis, originando um CD, lançado pela gravadora EMI com produção de Ricardo Fábio, gravado em dezembro e um DVD. Este permaneceu em cartaz até 2009 contando com apresentações pelo Brasil inteiro, com visual impactante e andrógeno, e sonoridade comportando apenas guitarra, violão, percussões, programações e baixo.
Em junho de 2008 os 15 primeiros discos do artista foram reeditados em CD, na caixa Camaleão, que também trouxe um CD com gravações avulsas, em participações especiais do artista em projetos especiais e discos de outros artistas, bem como sobras de estúdio, fonogramas de compactos raros, registros ao vivo e músicas gravadas exclusivamente para a trilha sonora de novelas e filmes (Pérolas raras) e outro trabalho coletivo, com Caetano Veloso e João Bosco (Brazil Night - Montreux 83), gravado ao vivo em Montreux, na Suíça, em 9 de julho de 1983; Ney apresentou o espetáculo Mato Grosso, cujo repertório era baseado no trabalho homônimo lançado em 1982; o repertório do referido álbum trouxe as músicas Deixar você e Andar com fé - ambas de Gilberto Gil -, Napoleão (apresentada no álbum Sujeito estranho) e Folia no matagal (do repertório do álbum auto-intitulado de 1981). Alguns destes trabalhos eram inéditos no formato digital, como os cultuados Água do céu Pássaro, Bandido, Pecado e Mato Grosso. Os álbuns estavam fora de catálogo há tempos e trouxeram capas, contracapas e encartes originais dos LPs completos (na edição anterior o encarte havia sido suprimido ou reduzido), letras de todas as músicas e texto interno com a história do álbum no encarte redigido pelo jornalista e crítico musical Rodrigo Faour, que também idealizou a coleção.
Protagonizou o especial da Rede Globo exibido em 28 de junho do mesmo ano, cantando músicas de Cazuza. Ainda em 2008, regravou a música Lig Lig Lig Lé para ser a abertura da novela das seis Negócio da China, de Miguel Falabella, e fez uma participação como um dançarino em Macau nesta novela, logo no primeiro capítulo. Também participou do curta-metragem Depois de tudo.
Em março de 2009, Ney protagonizou o filme Luz Nas Trevas, de Helena Ignez, roteiro de Rogério Sganzerla, continuação do filme O Bandido da Luz Vermelha, de 1968. O mais recente trabalho é o elogiado CDBeijo bandido, com produção de Paulo Junqueiro e Victor Kelly, que conta com a participação especial de quatro músicos: Leandro Braga, que já havia trabalhado com o cantor em projetos anteriores (piano), Ricardo Amado (violino e bandolim), Felipe Roseno (percussão) e o multiinstrumentista Lui Coimbra (violoncelo e violão), trazendo músicas inéditas e regravações.

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