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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tragédia - Thiago C. de Olveira (Airbus A320 - vôo 3054 TAM)

O acidente com o Airbus A-320 da TAM em 17 de julho de 2007 foi provocado por uma série de erros em sequência, de acordo com o Centro de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). A informação foi revelada nesta terça-feira (27) pelo jornal O Estado de São Paulo. O Jornal Nacional também teve acesso ao documento em que os peritos apontam, como causas do acidente, desde falhas de gerenciamento da companhia aérea, na operação e no treinamento dos pilotos, até erros de projeto do Airbus A-320.

A Aeronáutica informou que os resultados oficiais da investigação serão apresentados, primeiramente, às famílias das vítimas do voo 3054. A TAM declarou que só vai se manifestar quando receber, oficialmente, as conclusões dos investigadores.

Em 17 de julho de 2007, 199 pessoas morreram na queda do Airbus A-320 da TAM. O avião ia de Porto Alegre para São Paulo. Debaixo de chuva, pousou no Aeroporto de Congonhas e desgovernado saiu da pista, bateu em um prédio e explodiu.


Em novembro de 2008, a Polícia Civil indiciou dez pessoas sob acusação de atentado contra a segurança no transporte aéreo. Cinco eram funcionários da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), três da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) e dois da TAM.

O indiciamento foi suspenso pela Justiça de São Paulo e tudo passou a ser investigado pela Polícia Federal. No começo de outubro, o inquérito terminou sem apontar culpados.

Nesta terça (27), peritos brasileiros, americanos e europeus participaram de uma reunião sobre a investigação do que foi o maior acidente aéreo do país.


Segundo o documento do Cenipa, a falta de coordenação entre os setores de operação e treinamento da TAM provocou uma deficiência na formação dos pilotos. O curso para pilotar o Airbus A-320 foi feito por computador, o que, segundo o relatório, não garante qualidade.

Além disso, os peritos destacam que o copiloto Henrique Stefanini di Sacco tinha apenas 200 horas de voo naquele modelo de avião.

A posição das manetes na hora do pouso foi apontada, desde o início da investigação, como uma das possíveis causas do acidente. A da esquerda deveria estar na posição reverso, que ajuda a frear. A da direita deveria estar em 'idle', marcha lenta, para não acelerar o motor, uma vez que o reverso direito estava desativado.

O relatório confirma, com base nos dados da caixa preta, que o motor direito do Airbus estava acelerado. Mas não foi possível constatar as posições exatas das manetes porque elas ficaram praticamente destruídas. Com isso, não dá para afirmar, segundo o relatório, se houve erro dos pilotos ou uma falha de transmissão dos dados das manetes para a caixa preta.

A gravação feita minutos antes da colisão com o prédio revelava a consciência dos pilotos de que havia algo errado.

" Desacelera, desacelera", dizia um deles.

Os peritos também constataram erro de projeto no Airbus A-320. O avião não tem sinais de alerta eficientes para esclarecer os pilotos sobre problemas com a potência dos motores. O relatório diz: "Essa situação pode colocar a aeronave em situação crítica".

O documento revela também o que o antigo Departamento de Aviação Civil constatou: a inexistência de área de escape na pista de Congonhas. E advertiu: a Infraero será responsabilizada por eventuais danos por não corrigir a irregularidade.

Ficou constatado ainda que no A-320 é possível colocar as manetes em posições erradas para pouso sem que algum dispositivo alerte de modo eficiente os pilotos.


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