David L. Wolper, produtor de filmes e séries, com destaque para a série "Raízes" de 1977, morreu aos 82 anos em casa, em Beverly Hills, a ver televisão, informou a Associated Press.
O porta-voz de Wolper, Dale Olson, revelou que o produtor morreu em casa, na noite de terça-feira, quando via televisão com a mulher, devido a problemas cardíacos e a complicações da doença de Parkinson.
Com uma longa carreira iniciada nos anos 1950, David Wolper produziu o clássico de 1971 "Willy Wonka and the Chocolate Factory" de Mel Stuart, protagonizado por Gene Wilder, e, já em 1997, "L.A. Confidencial" de Curtis Hanson. Mas foi em televisão que o seu trabalho se destacou, em particular com a série de oito episódios "Raízes", uma saga que foi vista por 130 milhões de pessoas.
"Eu faço as coisas acontecer", disse Wolper à AP numa entrevista, em 1999. "Quem comprou o livro 'Raízes' de Alex Haley para televisão? Eu. Contratei o realizador, o argumentista e juntei-os. Sou um cozinheiro. Se misturar bem todos os ingredientes, o sabor vai ser ótimo. Se não o fizer, não vai sair bem."
A minissérie contava a história de Kunta Kinte, um escravo levado da África ocidental para a América no séc. XVIII, e dos seus descendentes, uma saga familiar contada do ponto de vista dos negros. O romance que deu origem à série mereceu a Alex Haley o Prémio Pulitzer.
A série arrebatou nove prémios Emmy e um prémio Peabody e representou um marco na história da televisão.
Em 1964, tinha já recebido quatro Emmy, entre os quais o maior prémio de televisão, pelo documentário "The Making of the President 1960".
Foi também Volper o produtor, para a National Geographic, de "O Mundo de Jacques-Yves Cousteau".
As cerimónias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, foram produzidas por ele, bem como os festejos do centenário da Estátua da Liberdade, em 1986, em Nova Iorque.
Volper publicou as memórias em 2003, sob o título "Producer".
Afirmava que gostava do anonimato de estar longe das luzes da ribalta: "Ganho dinheiro e não tenho de passar pelos abusos por que passam algumas estrelas, que abrem a vida pessoal. Posso ir a um restaurante, sentar-me e tomar uma refeição simpática sem ser incomodado. Arnold Schwarzenegger não pode fazer isso."
Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário