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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Afonso VII de Leão e Castela, morreu a 21 de Agosto de 1157



Afonso VII de Leão e Castelao Imperador (Caldas de Reis1 de Março de 1105 - Viso del Marqués?21 de Agosto de 1157), foi o primeiro rei da casa de Borgonharei da Galiza a partir de 1111, rei de Leão a partir de 1126rei de Castela e de Toledo a partir de1127, e imperador da Hispânia a partir de 1135.
Baptizado como Afonso Raimundes, era filho da rainha Urraca de Leão e Castela e de Raimundo de Borgonha. O seu reinado, o primeiro da dinastia de Borgonha nesses reinos, caracterizou-se pela tentativa de hegemonia de toda a Península Ibérica, fracassada pela independência de Portugal, pela criação da Coroa de Aragão e pela resistência moura ao invasor cristão.
Em 1111 Afonso foi coroado rei da Galiza pelo bispo Diego Gelmírez e pelo conde de Trava, pai de Fernão Peres de Trava, na catedralde Santiago de Compostela. Apesar de ser uma criança na altura, esta terá sido a forma de D. Urraca, então num casamento conflituoso com Afonso I de Aragão, tentar assegurar que o seu filho lhe sucederia.
10 de Março de 1126, depois da morte da sua mãe, Afonso foi coroado rei de Leão e imediatamente começou o conflito com o Batalhador pela posse do reino de Castela, que recuperou pelas Pazes de Támara (1127).
Por esta altura, Afonso teve de enfrentar várias rebeliões nos territórios mais próximos a Aragão, devido à autonomia obtida por estes durante o reinado de D. Urraca e, em 1128 casou-se com Berengária de Barcelona, filha do conde Raimundo Berengário III de Barcelona e da condessa Dulce de Geuvadun da Provença, e irmã de Raimundo Berengário IV de Barcelona.
Quando o seu rival Afonso I de Aragão e Navarra morreu em 1134, deixou os seus reinos em testamento às ordens militares, o que não agradou à nobreza de ambos. Garcia VI foi eleito rei de Navarra e, apesar de Afonso VII ser um pretendente a essa coroa, os nobres de Aragão escolheram Ramiro II.
Na sua política para o leste da Península Ibérica também ajudou Raimundo Berengário IV, conde de Barcelona, na sua luta contra os condados catalães, obtendo a sua vassalagem e unificando a Marca Hispânica.Afonso VII respondeu com a ocupação de La Rioja e a conquista de Saragoça que, a partir deste momento tem o seu brasão integrado no do Reino de Leão. Após várias escaramuças, Afonso derrotou o exército navarro-aragonês, submeteu os reinos à vassalagem e, apoiado por nobres do norte dos Pirinéus controlou grandes territórios do sul da França até ao rio Ródano.
Uma antiga tradição atribuía o título de imperador ao soberano de LeãoSancho, o Grande considerava a cidade imperiale culmen e, depois de ser coroado nesta, cunhou moeda com a inscrição Imperator totius Hispaniae. Este soberano era considerado o descendente directo dos reis visigodos, representantes eles mesmos do Império Romano. Mas apesar de este título ser usado no rol dos governantes de Leão, particularmente por Afonso VI de Castela e por Afonso, o Batalhador, era considerado pouco mais que um embelezamento honorífico.
Em 1135 Afonso VII fez-se coroar imperador, na catedral de Leão, pelo papa Gregório VII, tendo os vários reis peninsulares, com a excepção de D. Afonso Henriques, lhe prestado vassalagem. Expressava assim a sua pretensão à hegemonia da Península Ibérica e à exclusividade da Reconquista.
Mas em 1143 foi forçado a reconhecer pelo Tratado de Zamora a independência de Portugal sob D. Afonso Henriques, e também o casamento de Raimundo Berengário IV de Barcelona com Petronila de Aragão, que uniu o Reino de Aragão com os condados daCatalunha, criando a Coroa de Aragão. Com este último assinaria em 1151 o Tratado de Tudilén, que estabelecia os limites da reconquista para os dois estados.
Afonso era um rei devoto. Trouxe a Ordem de Cister para o seu reino com a fundação de um mosteiro em Fitero e desejava expulsar os mouros da Península Ibérica.
Desde 1139, Afonso VII empreendia expedições e saques contra os povoados almorávidas, com o objectivo de provocar a revolta destes. Chegou a Córdoba em 1144 mas, a partir da invasão dos almóadas em 1146, foi obrigado a formar um pacto com o soberano almorávida e a fortificar a fronteira contra o novo poder mouro.
Depois de o papa Eugénio III convocar a Segunda Cruzada em 1145, Afonso VII, em coligação com o Reino de Aragão e Navarra e com o Condado de Barcelona, tomou Almeria em 1147, o primeiro porto mediterrânico de Castela.
Em 1157 os almóadas recuperaram Almeria. Afonso VII voltava de uma expedição contra o inimigo mouro quando morreu em 21 de Agosto de 1157, no regresso a Leão. Pensa-se que tenha passado a noite em Viso del Marqués e morrido ali.
É curioso que o poderoso rei que pretendia a unificação da Península Ibérica, depois de falhar em tantas frentes - independência de Portugal, surgimento da Coroa de Aragão, subida ao poder dos aguerridos almóadas, sucedendo ao enfraquecido poder almorávida - acabou por dividir o seu reino entre os seus dois filhos, legando Castela ao primogénito Sancho e Leão a Fernando.

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