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sábado, 28 de agosto de 2010

António Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, nasceu a 29 de Agosto de 1730


António Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho
, (Vila Rica, 29 de Agosto de 1730 — Vila Rica, 18 de Novembro de 1814) foi um escultor, entalhador, desenhista e arquitecto brasileiro.

É considerado o maior expoente do estilo barroco nas Minas Gerais (barroco mineiro) e das artes plásticas no Brasil, não só à época, mas durante o período colonial.

Embora não haja registros oficiais, acredita-se que tenha nascido em Vila Rica (hoje Ouro Preto), em Minas Gerais, filho do mestre-de-obras português, Manuel Francisco da Costa Lisboa, com uma escrava africana, Izabel. A sua obra compreende desde imagens em madeira e pedra-sabão, matéria-prima típicamente brasileira, até igrejas. Suas obras são as mais representativas do Brasil colonial, com características do rococó e dos estilos clássico e gótico.

Com aproximadamente quarenta anos de idade começou a desenvolver uma doença degenerativa dos membros (não se sabe ao certo se porfiria, lepra, escorbuto, reumatismo ou sífilis), que lhe comprometeu gradativamente os movimentos das mãos. Para poder trabalhar, um ajudante amarrava-lhe as ferramentas aos membros. Dessa anomalia em seu corpo causada pela doença veio seu apelido, Aleijadinho.

Já bem velho, Aleijadinho piora de saúde, e de 1812 à 1814 quem cuida de Aleijadinho é sua nora Joana que considerava-o como um pai que não teve, nora a qual não teve valor por seu filho que passando alguns anos a abandonou. Aleijadinho veio a falecer em 18 de Novembro de 1814, com aproximadamente oitenta e quatro anos, dois meses e vinte um dias.

Morreu pobre, mas até hoje suas obras estão aqui para contar os mistérios e a vida das pessoas de Minas da época colonial.

Além da Via Crucis, descrita no verbete relativo à cidade, fez os 12 Profetas. Teria 58 ou 66 anos, estando no auge de sua carreira, o primeiro artista de Minas, pois em 1790 Joaquim José da Silva, encarregado de uma monografia sobre os principais fatos da capitania para enviar a Lisboa, o descreveu como «superior a todos e singular nas escultura de pedra e desenho de ornamentos irregulares do melhor gosto francês.»

Diz-se que esculturas e arquitetura estão tão ligadas que deve ter sida reconstruída a área dos Profetas em Congonhas segundo seu plano, num fluído desenho barroco setecentista, muros ligeiramente arqueados, ângulos arredondados, escadaria ao centro. Na parede central desta, uma espécie de escudo de pedra sabão, com inscrição latina com os fatos essenciais da história da igreja, inclusive as datas de construção da capela-mor — 1758–61, placa em estilo português com flores nos rebordos, volutas, formas amendoadas, largo painel convexo com talha em alto relevo — recorda o mobiliário contemporâneo.

Também a brancura luminosa da igreja, sua escadaria, capelas votivas, recordam os santuários no Norte de Portugal. Mas atores serão brasileiros: os Profetas, introduzidos na arte da Idade Média para dar mais vida ao drama litúrgico, chamados a testemunhar na Paixão e no Natal contra os juízes do Cristo — daí sua eloquência. Proporções pouco convencionais, maiores que na verdade, tem trajes patriarcais segundo a tradição portuguesa e seus rostos mostram variadas emoções.

Abrindo a cena, de cada lado, Jeremias (figura curta, cabeça forte, nariz aquilino, lábios apertados, olhos intensos, homem preocupado com a denúncia do pecado, fanático: «Choro o desastre da Judéia e a ruina de Jerusalém e rogo ao meu povo que volte ao Senhor», está inscrito no pergaminho. É sacerdote no templo como o pai, mas o formalismo religioso não pode salvar Israel; sua missão o escolhe, o profeta da urgência. O Reino do Norte não mais existe e o Reino do Sul está ameaçado, os exércitos de Babilônia vão invadir Jerusalém: na perda do templo e do homem se perde o império material. Necessidade de se separar de suas paixões e afeições para estar livre ao encontro de Deus. O templo é caverna de ladrões, expressão retomada por Jesus. Traidor que prega a renúncia… Suas orações mostram não mais Yahvé na boca do profeta, mas a boca do profeta falando a Deus no santuário interior. Não há mais Terra Prometida. Vê a chegada de um Messias de Justiça, a Nova Aliança. Suas profecias se tornam insuportáveis, seus companheiros na fuga para o Egito o matam).

Isaías e Jeremias estão de frente, sustentando suas inscrições como pilares fundamentais (Isaias o primeiro entre os profetas maiores, o vidente que anuncia a chegada de Emanuel, ocupa plano de precedência com Jeremias, mãos eloquentes, manto cobrindo a cabeça, seu barrete, como capucho monástico que suaviza o rosto e o perfil; mas sua idealização ou abstração mística, real a barba emaranhada e os sulcos da testa: «Depois que os serafins celebraram o Senhor, um deles trouxe a meus lábios uma brasa ardente com uma tenaz.» É a memória cósmica; entrevê a destruição de Babilônia. Aparentado à familia real, castas superiores do Reino de Judá. Começa sua missão no dia da morte ppor lepra do Rei Osias, antes da invasão pelos exércitos assírios; visão da destruição do grande templo de Jerusalém; impõe respeito por sua casta, sua conduta não escandaliza, mas surpreende e provoca interrogações. Os exércitos inimigos são o braço vingador de Yahvé, é necessário purificação brutal. O que promete é o Apocalipse. Anuncia o futuro Messias, Rei de Justiça; a Virgem grávida de Emanuel; mas o Rei Achaz não o ouve e alia-se ao rei da Assíria, sua estratégia protege o povo — Isaías se despe e caminha nu por Jerusalém — o teatro subversivo. O templo é o interior do coração, Deus ali está como uma aurora. A redenção de Deus no Homem, o restabelecimento da Antiga Aliança não mais gravada na pedra mas no coração. Prevê o cataclisma por fogo. Foi martirizado sob o Rei Manassé, serrado em dois.

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