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sábado, 14 de agosto de 2010

Estreia do Magico Oz deu-se a 15 de Agosto de 1939

Em setembro de 1939, o mundo estava prestes a entrar em sua Segunda Guerra Mundial. Mas, dias antes de que tudo ficasse mais feio e perigoso, o cinema projetou na tela a face da doçura. Ela vinha no formato de uma menina de tranças, um cachorro, um espantalho, um homem de lata e um leão covarde, protagonistas de uma aventura que vem emocionando gerações e se tornou um dos maiores clássicos da história do cinema.

A grande estreia de O Mágico de Oz foi realizada em Hollywood no dia 15 de agosto de 1939 - portanto, o filme acaba de completar 70 anos. Os cinemas norte-americanos programaram exibições em alta definição, e em uma cidade do Kansas, Wamego, haverá muitos festejos e homenagens à data. Também foi lançada uma edição especial em DVD e uma caixa em blu-ray com 16 horas de extras, quatro delas de material inédito.
Grande fantasia musical, repleta de simbolismos, O Mágico de Oz é baseado no livro de L. Frank Baum, e conta a história de Dorothy (Judy Garland) e de seu cachorro, Totó, que chegam à terra de Oz depois de serem sugados por um tornado no estado americano do Kansas. Dorothy sempre sonhou em conhecer um mundo além do arco-íris, no qual fadas e bruxas convivessem como nos livros. Lá chegando, a primeira pessoa que conhece é a bruxa boa do norte, que a aconselha a seguir o caminho das pedras amarelas até encontrar o Mágico de Oz, que a ajudará a voltar para casa. Nesse caminho de retorno à casa, Dorothy e Totó conhecem um homem de lata (Jack Haley) que almeja ter um coração, um leão que sonha em se tornar corajoso (Bert Lahr) e um espantalho que adoraria ter um cérebro (Ray Bolger). Em 101 minutos, o filme narra as aventuras vividas pelo quinteto percorrendo o caminho de pedras amarelas em direção à Cidade de Esmeralda, para encontrar o Mágico de Oz.
O longa ganhou dois prêmios Oscar, de melhor trilha sonora e melhor música por Over the Rainbow, canção imortalizada na memória coletiva de dez entre dez habitantes do planeta. Perdeu, porém, em outras quatro categorias, entre elas a de melhor filme, que ficou com E o Vento Levou, dirigido por Victor Fleming (que também assina O Mágico de Oz). Apesar de bem cotada, Judy Garland não foi sequer indicada. Levou uma estatueta especial em miniatura.
A Metro-Goldwyn-Mayer não poupou dinheiro no projeto. Investiu no filme US$ 2,7 milhões - um colosso para os padrões da época, mas uma ninharia perto dos megaorçamentos de hoje (na casa dos US$ 200 milhões). Na temporada de estreia, o estúdio obteve um retorno pouco animador, que mal pagou o custo da produção: US$ 3 milhões, valor suficiente para arrematar apenas os sapatinhos vermelhos de Dorothy nas casas de leilão contemporâneas. As sucessivas reprises e as ações de marketing, porém, tornaram o filme um negócio extremamente lucrativo desde então.
Filmagens complicadas
Mesmo com poucos prêmios da Academia, O Mágico de Oz representou um salto tecnológico para a época. Com sequência inicial rodada em preto-e-branco, foi uma das primeiras a usar o technicolor para colorir a história - na cena em que Dorothy chega ao mundo encantado de Oz. Foram utilizados quase 70 sets de filmagem com diferentes esquemas de iluminação e padrão de cores e criados efeitos especiais pioneiros para as sequências do tornado e a dos macacos voadores.
Mesmo com poucos prêmios da Academia, O Mágico de Oz representou um salto tecnológico para a época. Com sequência inicial rodada em preto-e-branco, foi uma das primeiras a usar o technicolor para colorir a história - na cena em que Dorothy chega ao mundo encantado de Oz. Foram utilizados quase 70 sets de filmagem com diferentes esquemas de iluminação e padrão de cores e criados efeitos especiais pioneiros para as sequências do tornado e a dos macacos voadores.
Buddy Ebsen, inicialmente escalado para ser o Espantalho, teve que substituir Ray Bolger, que estava com o papel do Homem de Lata. Bolger pediu ao produtor para mudar porque sofria com a maquiagem de pó de alumínio. Ebsen não teve melhor sorte e, no décimo dia, chegou a ser internado por intoxicação. Somente Jack Haley conseguiu suportar até o fim as longas horas de filmagem com a pintura. O pior mesmo estava reservado para Margareth Hamilton, a Bruxa Malvada do Oeste, que sofreu queimaduras no rosto na cena em que aparece envolta em fumaça vermelha, quando o material químico utilizado na maquiagem entrou em combustão.
Victor Fleming foi único diretor a receber o crédito, mas quatro outros participaram das filmagens de O Mágico de Oz. Richard Thorpe, veterano autor de filmes "B" e a primeira escolha da Metro, foi dispensado após 12 dias de filmagem. Das cenas que comandou, nenhuma foi aproveitada na versão final.
George Cukor foi o substituto seguinte e ficou menos tempo ainda. Durante três dias ele fez testes para tomadas, saindo para dar lugar a Fleming. Porém, sua contribuição foi valiosa: ele instruiu Judy Garland a não copiar o estilo de Shirley Temple, como queriam inicialmente os produtores, e buscar sua própria forma de interpretar a personagem (ela chegara a gravar algumas cenas com peruca loira).
Fleming dirigiu a maioria das seqüências durante os quatro meses seguintes, antes de sair para, novamente, substituir Cukor, desta vez nas filmagens de ...E o Vento Levou. Segundo alguns jornais da época, ele assumiu O Mágico de Oz com relutância, mas mudou de idéia ao ver a felicidade da filha pequena ao vê-lo no projeto.
King Vidor, amigo de Fleming, ficou encarregado da finalização do filme e foi responsável pela seqüência mais famosa: Over the Rainbow, em que Dorothy canta a música composta por Harold Arlen e E.Y. Harburg. Ironicamente, a cena quase foi eliminada porque os executivos acharam que ela quebrava o ritmo da narrativa e era muito sofisticada para o público infantil

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