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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Genghis Khan, morreu a 18 de Agosto de1227


Genghis Khan (aportuguesamento: Gêngis Cã), ou O Senhor de Toda a Terra (1155, 1162 ou 1167 - 18 de agosto de 1227), conquistador e imperador mongol, nasceu com o nome de Temudjin (Temuchin) em algum momento no último quarto do século XII, nas estepes mongóis.
Seu nascimento é cercado de lendas xamânicas sobre a vinda de um lobo cinzento que devoraria toda a terra. Ainda jovem, enfrentou a rejeição de sua família por seu próprio clã, mas voltaria para conquistar sua liderança, vencer seus rivais de clãs distintos e unificar os povos mongóis sob seu comando. Estrategista brilhante, com hábeis arqueiros montados à sua disposição, venceria a Grande Muralha da China e conquistaria aquele país e estenderia seu império em direção ao oeste e ao sul. Genghis morreria antes de ver seu império alcançar sua extensão máxima, mas todos os líderes mongóis posteriores associariam sua própria glória às conquistas de Genghis Khan.
Temudjin nasceu na década de 1160, provavelmente em 1161, na Mongólia. Supõe-se que era descendente de um líder mongol conhecido como Kabul Khan, do clã Bojigin, que por breves anos obteve controle sobre uma Mongólia unificada. Entretanto, na época do nascimento de Temudjin, os mongóis estavam divididos em diversas tribos e clãs, cada uma governada por um cã, ou "Senhor", que impunha-se mais pela força do que pela descendência nobre. Com Temudjin não seria diferente. Seu pai, Yesugei, foi envenenado por membros da tribo dos tártaros quando o jovem tinha 9 anos de idade. O resto da família foi abandonada pelo seu próprio clã e forçada a sobreviver nas estepes sem gado ou cavalos.
Aparentemente, a família de Temudjin teria recuperado sua fortuna através de doações de clãs solidários.
Temudjin provavelmente tinha sido treinado como arqueiro montado ainda muito jovem, como era comum entre as crianças mongóis. Ao assegurar uma posição de liderança entre clãs amistosos, empreendeu uma campanha contra a tribo Merkit, que teria raptado sua noiva Bortei. Temudjin teria atacado os guerreiros Merkit um a um e derrotado todo o clã. Tomou Bortei de volta, e ao seu lado viveria até o fim.
Neste momento, Temudjin já era famoso e respeitado, e, como de praxe entre os nômades mongóis, foi nomeado líder de diversas tribos distintas por seu valor como guerreiro. Com um exército respeitável à disposição, Temudjin consolidou seu domínio sobre tribos rivais conquistando-as e eliminando seus inimigos, muitas vezes com crueldade. Em 1206, uma assembléia entre os chefes de todas as tribos das estepes proclamou Temudjin, com 45 anos, como Genghis Khan, o Cã dos Cãs.
Genghis estabeleceu um sistema de governo e leis para impor ordem aos nômades, até então independentes e belicosos entre si. Na prática, a lealdade à figura de Genghis Cã era o ponto de equilíbrio de toda a nação. Criou-se uma hierarquia admnistrativa e militar, e um exército foi treinado e organizado.
Em 1207, os mongóis foram forçados a expandir seu território de pastagem devido a algum problema climático nas estepes, e conquistaram o reino tangute de Hsi Hsia. Em seguida, atravessaram a Grande Muralha e chegaram à China, cujo reino estava dividido entre as dinastias Jin, ao norte, e Song ao sul. As vastas plantações de arroz e a riqueza da cidade atraíram a atenção de Genghis do que a possibilidade de se tornar senhor da China. Na conquista do reino Jin, Genghis Khan recrutou um jovem chinês chamado Yeh-lu Ch'u-ts'-ai como seu conselheiro pessoal. A sua influência tornou Genghis mais tolerante e menos agressivo em batalha, estimulando-o a evitar esforços exagerados na guerra e conservar as terras cultivadas ao invés de transformá-las em pastagens.
Genghis, após o ataque inicial aos Jin, retirou-se para a Mongólia, enquanto seus generais se encarregavam de estabelecer seu domínio na China Jin. Em 1218, um acidente diplomático provocou a ira de Genghis sobre o reino turco de Kharizm, no norte da Pérsia. O Cã cavalgou à frente de mais de 200 mil homens e cerca de 10 mil máquinas de assédio adquiridas dos chineses. Houve poucas batalhas campais, e os mongóis empreenderam guerras de cerco às cidades fortificadas da Pérsia, que capitularam uma a uma. Algumas, como Bucara e Samarcanda se tornariam, no futuro, espelhos longínquos da presença mongol no sudoeste da Ásia. A velha cidade de Nichapur foi arrasada, e nem mesmo os animais ali sobreviveram ao ataque mongol.
As perdas humanas em Khwarizm contavam-se aos milhares. Genghis e seus generais impunham punições brutais aos inimigos. A proximidade da Pérsia com a Europa gerou a fama de selvageria dos mongóis, que assombraria o continente pelas décadas seguintes.
Em 1227, enquanto os generais de Genghis conquistavam territórios no sul da Rússia e na Ucrânia, o Grande Cã foi forçado a retornar para as estepes para conter uma revolta de Hsi Hsia, que havia recusado a convocação para a campanha contra Khwarizm. Após vencer os tangutes, Genghis Khan morreu acometido por uma febre alta.
Antes de sua morte, Genghis estabeleceu seu filho, Ogedei, como seu sucessor. Ogedei encarregou-se de expandir o território mongol ao máximo, da Síria à Indochina, da Pérsia à Sibéria, da Hungria à China. Posteriormente, o grande império seria dividido em 4 partes, entre filhos e netos de Genghis, porém nenhum destes novos reinos, ou canatos, teria uma existência longa.
No início do Século XIV, Timur, o Coxo, alegando ser descendente de Genghis Khan, se tornaria o Cã de um breve império mongol que abarcaria toda a Mesopotâmia, a Pérsia, o Afeganistão, o Paquistão e o norte da Índia. Ainda nesse século, os tártaros ressurgiriam, inspirados pelas conquistas de Genghis, para tomar o território do dissolvido Canato da Horda Dourada, na Rússia. Vários outros levantes mongóis de menor importância tomariam lugar nos séculos seguintes, mas o meio de vida nômade e a incapacidade de estabelecer uma indústria armamentista logo tornaria os hábeis cavaleiros montados obsoletos frente às novas artilharias dos países vizinhos.
Na Mongólia atual, Genghis Khan é considerado o herói máximo e o pai daquela nação, cujo culto à imagem jamais se deixou apagar, mesmo durante o regime comunista.

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