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sábado, 21 de agosto de 2010

Ricardo III, morreu a 22 de Agosto de 1485




Ricardo III (2 de Outubro de 1452 - 22 de Agosto de 1485) foi o último Rei de Inglaterra da casa de York, entre 1483 e 1485. Era filho de Ricardo, Duque de York e Cecily Neville, sendo o irmão mais novo de Eduardo IV, Rei de Inglaterra e de George, Duque de Clarence. A sua subida ao trono foi marcada pelo desaparecimento dos seus sobrinhos (os príncipes na Torre) e iniciou uma revolta liderada por Henrique Tudor que provocou o fim da Guerra das Rosas. A sua vida foi retratada por William Shakespeare na peçaRicardo III, entre em 1592 e 1593.

Ricardo nasceu no Castelo de Fotheringay, numa altura em que o seu pai, o Duque de York, se afirmava como figura alternativa aHenrique VI, um rei fraco e influenciável. Desta disputa iniciou-se a Guerra das Rosas. Após a execução de Ricardo de York ordenada por Margarida de Anjou depois da batalha de Wakefield, o pequeno Ricardo foi entregue aos cuidados do Conde de Warwick, então um firme apoiante da facção de York. Em 1472 Ricardo casou com Anne Neville, a filha mais nova de Warwick, de quem teve o seu único descendente Eduardo de Middleham, futuro Príncipe de Gales.
Em 1461, o seu irmão mais velho sucede em depôr Henrique VI e torna-se Eduardo IV de Inglaterra. Ricardo recebe o título de Duque de Gloucester e nos anos seguintes mostra ser um leal servidor de Eduardo. Por contraste, George de Clarence nunca cessou de conspirar contra o rei e irmão e acabou executado em 1478. Ricardo acumulou o ducado com a nomeação de governador do rei para o Norte, onde se provou como líder militar de talento. A fidelidade ao rei e a competência na gerência do Norte trouxe outros benefícios e Ricardo tornou-se no nobre mais poderoso da corte.
Em Abril de 1483, Eduardo IV morre de repente, sendo sucedido pelo filho de 12 anos Eduardo V. De acordo com o seu testamento, Ricardo de Gloucester é nomeado regente da coroa e protector do jovem rei e do seu irmão de 9 anos Ricardo, o Duque de York. As disposições testamentárias de Eduardo IV não recebidas como boas notícias, principalmente pelos Woodville (os parentes da rainha consorte) que receavam ver a sua posição denegrida. Baseado em factos concretos ou não, Ricardo foi avisado pelo Lord Hastings de uma tentativa de o isolar dos sobrinhos e afastar do poder. O Duque de Gloucester reagiu depressa. Enquanto Eduardo V regressava de Gales acompanhado pelo tio materno Anthony Woodville Conde Rivers, interceptou o cortejo e mandou prender e executar sumariamente Woodville e outros membros da família por alegada tentativa de assassinato.
22 de Junho de 1483, Ricardo de Gloucester faz ler uma declaração sua em que anuncia a sua intenção de se tornar rei, baseado numa alegada ilegitimidade de Eduardo V e do Duque de York. Três dias depois apresenta as provas perante o Parlamento, onde demonstra que o casamento de Eduardo IV com Isabel Woodville era bígamo, como tal nulo e sendo assim, a sua progenitura estava automaticamente barrada de aceder ao trono. O Parlamento analisou as evidências e emitiu um documento conhecido como Titulus Regius, onde excluía o direito de sucessão dos filhos de Eduardo IV. Com esta medida, e uma vez que George, o Duque de Clarence, tinha sido executado por traição, Ricardo de Gloucester tornou-se rei de Inglaterra, sendo coroado a 6 de Julho. Após a coroação de Ricardo III, Eduardo V e o Duque de York foram levados para a Torre de Londres e nunca mais foram vistos em público. A sua sorte é um dos mistérios da história de Inglaterra e Ricardo III um dos principais suspeitos de um possível assassinato.
Os métodos pouco convencionais que Ricardo III usou para subir ao trono, bem como o desaparecimento dos seus sobrinhos, lançaram rumores de usurpação e reacenderam a Guerra das Rosas. Quase de imediato, estalou uma rebelião liderada por Henry Stafford, Duque de Buckingham, o seu antigo melhor amigo e aliado, que não tendo grandes hipóteses de aspirar à coroa por si, decidiu apoiar Henrique Tudor, Conde de Richmond. Ricardo III controlou esta ameaça e Buckingham foi executado em Salisbury em Novembro, mas Tudor já se encontrava a recrutar tropas em Gales.
Em Abril de 1484, Eduardo de MiddlehamPríncipe de Gales, único filho de Ricardo III morre, deixando-o sem herdeiros. Por influência de Anne Neville, Ricardo nomeia então Eduardo Conde de Warwick (filho de 10 anos do Duque de Clarence), como sucessor, mas depois da morte desta muda de ideias e escolhe antes João de la Pole, Conde de Lincoln, um homem adulto que lhe era leal.
Em Agosto de 1485, Henrique Tudor e Ricardo III defrontaram-se na Batalha de Bosworth Field, que haveria de ser a última da guerra das rosas. Ricardo III perdeu o confronto graças à união dos seus inimigos e à deserção de uma parte importante do seu contingente, liderada pelo Lorde Stanley e o Conde de Northumberland. A sua morte nesta batalha abriu o caminho para a subida ao trono de Henrique VII e início da dinastia de Tudor. Segundo Shakespeare as suas últimas palavras foram: "A horse! My kingdom for a horse!"
Ricardo III é um dos reis mais populares da história do Reino Unido, pela sua personalidade dúbia que inspira ainda hoje em dia acesos debates. Henrique VII patrocinou mais tarde John Morton, na sua biografia de Ricardo III, que basicamente se dedicava a denegrir a imagem do último dos York. Morton acusou Ricardo III de inúmeras malvadezes e lançou a acusação do assassinato dos sobrinhos. Recentemente, historiadores começaram a pôr em causa a correcção factual desta biografia escrita claramente com objectivos políticos.

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