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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A 12 de Outubro de 1862, realizou-se o casamento de D. Luis com Maria Pia de Sabóia

"DA BELLA ITÁLIA ESTRELLA SOBERANA SEJAES BEM VINDA À PRAIA LUSITANA". Esta era uma das saudações inscritas em pórticos que, no Terreiro do Paço, saudavam Maria Pia de Sabóia, na sua entrada em Lisboa, a 6 de Outubro de 1862.

A filha de Vitor Emanuel II, rei da Sicília e de Itália, e de Maria Adelaide, arquiduquesa da Áustria e rainha da Sardenha, tinha sido a escolhida para casar com o rei de Portugal, D. Luís.
O casamento do segundo filho da rainha D. Maria II não era uma preocupação até à morte prematura, em 1861, do D. Pedro V, rei jovem, casado, mas sem descendência. D. Luís, com 23 anos, subiu ao trono e o seu casamento passou a ser uma questão prioritária para o Estado português.
Em "Maria Pia - Rainha e Mulher", de José Manuel Pavão e João Cerqueira, lê-se que "das Casas Reais Católicas onde El’Rei poderia escolher a sua futura esposa entre as respectivas princesas, destacavam-se a de Saxcoburgo, a de Hallenzoelm, a de Orleans e a de Sabóia".
A opção pela Casa de Sabóia é explicada por Júlio Vilhena, em "D. Pedro V e o seu reinado", pelo facto de Itália ser vista como "desinteressada" em questões coloniais. O reino italiano não tinha possessões noutros continentes, o que dava algumas garantias de não se criarem conflitos nessas questões e poderia até permitir ganhar um novo aliado. Acresce que o negociador indicado pelo rei - João Schwalbach, Visconde de Setúbal - tinha preferência pela opção Sabóia. "Diplomata hábil e tenaz", segundo Pavão e Cerqueira, o velho influente da Corte conseguiu estabelecer um acordo matrimonial com os soberanos de Itália, que cederam a mão de Maria Pia, de 15 anos.
D. Luís aceitou o acordo, ao que consta, sem entusiasmo pessoal, mas convicto do seu papel de primeiro defensor dos interesses do reino. Casar por amor era, à época, algo quase inacessível a uma cabeça coroada.
A boda foi oficiada pelo arcebispo de Génova, nesta cidade, a 27 de Setembro de 1862, sendo D. Luís representado pelo príncipe Carignan de Sabóia.
Dois dias depois, Maria Pia, acompanhada por várias figuras da nobreza portuguesa, que se deslocaram a Itália, embarcou na corveta Bartolomeu Dias. O barco fundeou em Belém a 5 de Outubro e, logo nesse dia, D. Luís e D. Maria Pia terão satisfeito a sua maior curiosidade: conheceram-se a bordo.
O casamento realizou-se a 12 de Outubro de 1862 O cortejo partiu de Belém e passou pelo Terreiro do Paço a caminho da Igreja de São Domingos, onde o matrimónio foi ratificado com a celebração de um Te Deum. As festividades prolongaram-se por três dias.

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