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domingo, 17 de outubro de 2010

Henri Bergson nasceu em Paris, a 18 de outubro de 1859




Filósofo francês, Henri Bergson nasceu em Paris, a 18 de outubro de 1859 e morreu na mesma cidade a 4 de janeiro de 1941. Filho de pais judeus de origem polonesa, apesar de sua excepcional aptidão para as ciências, optou pela filosofia. Ensinou em Angers e, depois, em Clermont, até 1888. Retornando a Paris em 1889, ensinou no Liceu Henri 4º, na École Normale Supérieure e no Collège de France.

Bergson é um marco na filosofia moderna: substituindo pela visão biológica a visão materializante da ciência e da metafísica, ele representa o fim da era cartesiana. Exprime, em nível filosófico, um novo paradigma baseado na consciência, adquirido pela cultura de seu tempo, das conexões entre a vida orgânica e a vida social e psíquica. Chamando a sua metafísica de "positiva", ele dá a essa palavra um significado tão original quanto o que atribui ao "dado imediato". 

Sua originalidade reside, fundamentalmente, no tipo de ruptura que ele introduz no racionalismo do século 17. Enquanto outros oporiam ao racionalismo a subjetividade ou a história, Bergson tem uma visão nova (que também o distancia de Hegel) da dialética e da existência.


Quatro ideias fundamentais

Bergson constrói a sua filosofia sobre quatro ideias fundamentais: a "intuição", a "durée", a "memória" e o "élan vital". Para ele, a filosofia não só se distingue da ciência, como mantém com as coisas uma relação que é o oposto da relação científica. Uma é o conhecimento do absoluto, e outra, do relativo. Um absoluto não poderia ser dado senão numa intuição, ao passo que todo o resto depende da análise.

Bergson chama de "intuição" essa espécie de simpatia intelectual pela qual nos transportamos ao interior de um objeto para coincidir com aquilo que ele tem de único e, por conseguinte, de inexprimível. Ao contrário, a análise é a operação que liga o objeto a elementos já conhecidos, isto é, comuns a esses objetos e a outros. Portanto, analisar consiste em exprimir uma coisa em função daquilo que não é ela. 

Essa forma de conhecimento interior e absoluto contraria a tendência espontânea de nosso espírito. A inteligência, a ciência, a técnica, a vida social, etc., nos afastam das coisas e de sua interioridade, porque esta representa o ser contraído (tensão), enquanto aquelas atividades não podem organizar-se senão sobre o ser em repouso (distensão). 

Para Bergson, a inteligência conceitual desloca a realidade do tempo para o espaço, suprimindo o fluxo que a constitui e fixando-lhe contornos precisos e permanentes, através dos quais ela se torna suscetível de ser "definida" e "utilizada". Nesse caso, a "durée" é materializada. 

A matéria, na opinião de Bergson, é uma das metades da natureza, pela qual esta se distende e se faz conhecer fora de si mesma. A oposição entre matéria e espírito, entre tensão e distensão, não é concebida, aqui, em termos dualistas, mas como impulsos constitutivos da mesma "durée". Para ir de um a outro, a "durée" percorre uma série de alterações qualitativas. 

Só podemos conhecer a "durée" instituindo-a no momento global e unido que compreende a sua trajetória. O seu fracionamento em instantes separados - em "paradas" ou imobilidades sucessivas - representa a espacialização do que é temporal. O tempo é "durée" na medida em que ele próprio constitui a substância, isto é, na medida em que "substância" é "alteração".

Depois de estudar a alteração, através da qual a "durée" se diversifica, Bergson procura identificar o processo oposto: o da unificação, o "reencontro do simples como uma convergência de probabilidade". O "élan vital" é a virtualidade da "durée". Como uma "gerbe" (um feixe), cria direções diferentes pelo simples fato de crescer. A "memória" integra os diferentes momentos da "durée", absolutamente diferentes entre si, mas unificados numa totalidade movente. 

Henri Bergson recebeu o Prêmio Nobel de literatura em 1927.

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