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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Hermann Wilhelm Göring nasceu em Roseheim, morreu a 15 de Outubro de 1946





Comandante-em-Chefe da Luftwaffe, Presidente do Reichstag (Parlamento Alemão), Ministro do Interior da Prússia e, como sucessor direto de Hitler, o segundo homem na hierarquia do III Reich, Hermann Wilhelm Göring nasceu em Roseheim, Bavária, em 12 de janeiro de 1893, filho de um Juiz que havia atuado nos governos das colônias alemãs na África.
Göring ingressou na Academia Militar de Karlsruhe aos doze anos, sendo designado para um batalhão de infantaria em 1912, após con-cluir o curso na Academia Central Militar de Berlim. Quando irrompeu a I Guerra Mundial, Göring destacou-se por sua bravura muitas vezes temerária, sendo que, em 1915 - após um período internado devido a uma artrite - transferiu-se para o recém-formado Corpo Aéreo do Exér-cito, atuando como observador de outro ás, Bruno Lörzer (1891-1960).
Após o devido treinamento, tornou-se piloto de caça abatendo sua pri-meira vítima em 16.11.1915. Ele serviria em vários esquadrões (então chamados Jastas) nos três anos seguintes, sendo que, ao final da guerra em 1918, tinha abatido um total de 22 aviões inimigos e assu-mido o comando da lendária Jagdgeschwader 1 “Richthofen” - o cha-mado “Circo Voador” do Barão Vermelho. Pelos seus feitos, Göring re-cebeu a Orden Pour Le Merite(1), ambas as classes da Cruz de Ferro (2ª e 1ª) e a Medalha de Cavaleiro da Ordem da Casa Real de Hohen-zollern.
Após a guerra, Göring ganhou a vida como acrobata e piloto de táxi aéreo na Dinamarca e Suécia, onde ele en-controu sua primeira esposa, Baronesa Karin von Fock-Kantzow, com quem se casou em Munique em fevereiro de 1922.
As origens aristocráticas de Göring e seu prestígio como herói de guerra o tornaram uma figura atraente para o jo-vem partido nazista, ao qual se filiou em 1922. Hitler rapi-damente o apontou como líder das S.A. (Sturm Abtleilung - tropas de assalto). Em contrapartida, o movimento de Hitler oferecia à Göring a promessa de ação, aventura, companheirismo e a perspectiva de poder.
Em 1923 Göring tomou parte na tentativa de golpe fracassada dos nazistas (o Putsch de Munique), durante o qual ele foi gravemente ferido, sendo forçado a fugir da Alemanha por quatro anos, até que uma anistia geral fosse decretada. Nesse período ele viveu na Áustria, Itália e Suécia e chegou a ser internado em um asilo psi-quiátrico devido ao vício por morfina que desenvolvera.
Retornando à Alemanha em 1927, ele novamente juntou-se ao Partido Nazista e foi eleito deputado do Reichstag no ano seguinte.
No Parlamento, ele se encarregaria de pavimentar o cami-nho de Hitler para o poder, usando de seus contatos nos círculos conservadores. De outro lado, procurou assegurar sua eleição para Presidente do Parlamento em 31 de julho de 1932.
Com a ascensão de Hitler ao cargo de Chanceler em 30. 01.1933, Göring se tornou o ministro do Interior da Prús-sia, o Comandante em Chefe da Polícia e da temida Ges-tapo (Geheime Staats Polizei - Polícia Secreta do Estado) e Comissário da Aviação. Como criador da Gestapo - que
depois seria entregue ao comando de Heinrich Himmler -, foi Göring que criou o conceito de campos de con-centração para aprisionar os “inimigos políticos” do Reich, mostrando formidável energia em aterrorizar toda a oposição.
Em 1º de março de 1935, Hermann Göring foi nomeado Comandante em Chefe da Luftwaffe e, com a ajuda de Erhardt Milch (1892-1972) e do tam- bém ás da I Guerra Ernst Udet (1896-1941), foi o responsável pela organi-zação e rápida expansão da indústria aeronáutica e do programa de treina mento de pilotos. Em 1936 seus poderes foram aumentados com sua indi cação para a função de Plenipotenciário para Implementação do Plano de Quatro Anos, que dava a Göring um controle ditatorial sobre a economia a lemã. A criação da estatal Hermann Göring Werke, um gigante industrial que empregava 700 mil operários e tinha um capital de 400 milhões de marcos, permitiu a ele acumular uma enorme fortuna pessoal.
Com o dinheiro veio a luxúria, e Göring passou a viver ora em um palace-te, ora em uma casa de campo construída por ele e batizada com o nome da primeira esposa: Karinhall - ela havia morrido de tuberculose em 1931. Neste local, ele organizava festas, caçadas, exibia seus tesouros particu-lares (roubados de judeus ou de países ocupados) e procurava atender aos seus gostos extravagantes: mudava de roupas pelo menos cinco ve-zes por dia, cultivava um guarda-roupa espalhafatoso (chapéus de caça medievais, capas de couro verde, etc.), brincava com suas medalhas e jó- ias e com os presentes que recebia de seus ricos amigos. Tudo isso acabou por corromper seu senso de julgamento, sendo que ele chegou a se considerar “o último homem do Re-nascimento”, o que deixava clara sua egomania que se confundia com o mundo real. Já entre o povo alemão permaneceu popular já que consideravam uma pessoa mais acessível que o Führer.
Mas Göring ainda era frio e calculista quando necessário: boa parte dos créditos decorrentes da Anexação da Áustria (Anschluss ) em 1938 devem-se aos seus esforços. O mesmo papel chave ele desem penharia na submissão da Tchecoslováquia no ano seguinte.
Indicado por Hitler em 1º de setembro de 1939 como seu sucessor di-reto, Göring dirigiu a Luftwaffe na Blitzkrieg que varreu a Polônia, a Bél-gica, a Holanda e a França no primeiro ano da guerra. O estrondoso sucesso de seus pilotos o levou a ser promovido àReichsmarshall e a receber a Grã-Cruz da Cruz de Ferro.
Em agosto de 1940 ele confiantemente lançou-se na grande ofensiva contra a Grã-Bretanha, convencido que a sua Luftwaffe exterminaria a RAF dos céus e asseguraria a rendição dos britânicos. Contudo, Gö- ring perdeu o controle da Batalha da Inglaterra e a tornou um erro tá- tico fatal ao trocar o bombardeamento das bases aéreas por cidades, o que deu à RAF tempo precioso para recuperar suas perdas e virar o conflito. A falha da Luftwaffe (que Hitler nunca esqueceu) levou ao aban
dono do plano de invasão da Inglaterra e marca o início do declínio do Reichsmarshall.
Outras derrotas se seguiram na frente Russa e no norte da África, cul minando com a completa incapacidade da Luftwaffe em defender os céus da Alemanha contra os bombardeiros aliados a partir de 1943. Tais problemas só ressaltaram a sua incompetência como Supremo Comandante e o distanciou ainda mais de seus pilotos.
Göring rapidamente afundou na letargia e em um mundo de ilusões tornando-se desacreditado e isolado da cúpula nazista a partir de 1943.
O vício da morfina retornou com mais força à medida que sua influência decrescia e sua personalidade se desintegrava.
No final de abril de 1945, quando Hitler declarou que ficaria em Berlim até o fim, Göring que já tinha se refugiado na Bavária entendeu esse gesto como uma renúncia e requereu que o cargo de chanceler fosse transferido para ele. Hitler respondeu furiosamente demitindo-o de to-dos seus postos e expulsando-o do partido.
Em 09 de maio de 1945, Göring se entregou ao 7º Exército Norte-Ame-ricano, ocasião em que foi despojado de todas suas condecorações e feito prisioneiro e, para sua surpresa, levado a julgamento no Tribunal Internacional de Nuremberg em 1946.
Durante seu julgamento, Göring (que no cativeiro livrou-se das drogas e perdeu boa parte de seus 126 Kg) conduziu sua própria defesa habil-mente e com vigor, freqüentemente superando o conselho de acusação. Com Hitler morto, ele assumiu a personalidade dominante sobre os de-mais réus - voltara a ser o Göring dos velhos tempos conforme observou um dos juizes aliados : “Cortês, arguto e hábil ele via rapidamente to-das as alternativas da situação (...) seu auto controle era notável...”
Contudo, Göring falhou em convencer os juizes que o consideraram cul-pado de todas as acusações e o condenaram à morte por enforcamen-to. O Reichsmarshall, entendendo que a forca não era um fim glorioso para um soldado requereu que fosse executado por um pelotão de fuzi-lamento, o que foi negado. Em 15.10.1946, duas horas antes de sua execução ocorrer, Göring cometeu suicídio em sua cela ao ingerir uma cápsula de cianureto que ele tinha conseguido esconder de seus guardas durante o cativeiro. Seu corpo foi cremado e suas cinzas jogadas ao vento. 

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