Previsão do Tempo

domingo, 24 de outubro de 2010

José Duarte Ramalho Ortigão, nasceu no Porto no dia 24 de Outubro de 1836




José Duarte Ramalho Ortigão foi um escritor português. Nasceu no Porto no dia 24 de Outubro de 1836 e morreu em Lisboa no dia 27 de Setembro de 1915.
Matriculou-se com a idade de catorze anos no curso de Direito da Universidade de Coimbra, começando a leccionar francês no colégio dirigido por seu pai, o Colégio da Lapa, pouco tempo depois e no qual lhe sucedeu em 1860. Dedicou-se ao jornalismo, na função de crítico literário, e à produção de folhetins no "Jornal do Porto".
Interveio na célebre Questão Coimbrã (1865), defendendo Castilho, por meio do folhetim "Literatura de Hoje" batendo-se em duelo com Antero em razão disso.
Em 1868 veio para Lisboa como oficial da secretaria da Academia de Ciências, estabelecendo uma ligação com Eça de Queirós e com o grupo das Conferências do Casino. Em 1870 começa a publicação, no "Diário de Notícias", em folhetins, do Mistério da Estrada de Sintra, em parceria com Eça. Este convívio com Eça deve ter conduzido à sua adesão ao realismo.
Desde 1871 começa a publicar, também com Eça, As Farpas, definidas como panfletos de oposição social e política pelo riso que são publicadas mensalmente. A partir do final de 1872 a autoria desta publicação passa a ser somente de Ramalho, já que Eça vai para Havana, a fim de ocupar o cargo consular para que foi nomeado. Ramalho edita, mais tarde (de 1887 a 1891), As Farpas, por temas. Nestes escritos de sua autoria salienta-se o pendor didáctico da sua sátira política e social dentro do critério positivista mas sem renunciar aos valores patrióticos, a que acedeu, deixando o seu inconformismo revolucionário, e que o tornou figura de destaque na geração nacionalista que conduziu ao Integralismo Lusitano.
A partida de Eça levou-o a ser mais influenciado por Téofilo Braga, com quem organizou o centenário de Camões e a quem se deve, em grande parte, o esplendor do cortejo cívico.
Para além da crítica humorada, que leva a cabo em As Farpas, é de salientar a autoria de livros de viagens como, por exemplo, A Holanda (1885) e John Bull (1887) em que capta uma grande variedade de cores, feitios e movimentos do mundo dos sentidos em feiras e arraias e também em locais pitorescos e que fazem dele um "escritor plástico".
Importante referir ainda o notável e intuitivo dom de crítica de arte, o primeiro que aparece em Portugal, e que é patente em muitas páginas dos seus livros, como na sua obra O Culto da Arte em Portugal, de 1896.
Unia-o a Eça uma grande amizade, que remontava aos tempos de escola de Eça no Porto, onde frequentou o colégio dirigido por Joaquim da Costa Ramalho Ortigão, pai de Ramalho.
No entanto, isto não significa que Ramalho tenha concordado plenamente com o realismo queirosiano, o que é visível em alguma da correspondência que trocaram.
Para Eça, Ramalho era como que um confessor a quem contava os seus projectos, os problemas da sua arte e as suas constantes dificuldades monetárias. Esta amizade que os une mantém-se mesmo após a saída de Eça do país, o que se pode confirmar pelo número de cartas que Eça dirigiu a seu amigo Ramalho, só suplantado pelo número de cartas que enviou a sua mulher, D. Emília de Castro Pamplona (Resende).

1 comentário: