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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Manuel Lopes da Fonseca nasceu em Santiago do Cacém,a 15 de Outubro de 1911




Manuel Lopes da Fonseca nasceu em Santiago do Cacém, em 1911, mas cedo veio para Lisboa, onde iniciaria a sua actividade literária.Poeta, romancista, contista e cronista, toda a sua obra é atravessada pelo Alentejo e o seu povo.
Manuel da Fonseca foi um dos maiores escritores do neo-realismo literário português. Fez parte do grupo do Novo Cancioneiro e através da sua arte teve uma intervenção social e política muito importante, retratando o povo, a sua vida, as suas misérias e as suas riquezas, exaltando-o e, mesmo, mitificando-o.

Da sua obra como poeta destacam-se Rosa dos Ventos (1940) e Planície (1941). "A publicação de "Rosa dos Ventos" em 1940, altura em que o neo-realismo na poesia não conseguira ultrapassar a inconsistência de algumas tentativas exploratórias, veio viabilizar uma alternativa ao presencismo dominante". "A sua poesia propor-se-á como oralidade dramática, pela qual a enunciação é delegada num vasto friso de personagens que assim conquistam finalmente a sua voz, no que é afinal uma reparação feita a todos aqueles a quem a História interditara a voz, relegando-os para a esfera do não-dito - e daí a oralidade desta poesia, tão devedora no tom e nas formas poéticas de tradições maioritariamente populares, isto é, não cultas. É esta, pois, uma poesia em que o realismo se declina em termos históricos e, sobretudo, materialistas, pela forma como se enraíza na concretude de personagens e situações." (Osvaldo Silvestre, 1996)
Da sua obra como romancista destacam-se Cerromaior (1943) e Seara do Vento (1958), duas das obras que melhor representam o neo-realismo português.
Contos, escreveu vários, Aldeia Nova (1942), O Fogo e as Cinzas (1951), Um Anjo no Trapézio (1968) e Tempo de Solidão (1973) são os principais.
A obra de Manuel da Fonseca "acaba por realizar (...) o destino interventivo que desejou. De tal modo que não é possível estudá-la hoje à margem da mitologia revolucionária de que se alimentou, por longas décadas, a resistência ao regime, mitologia para a qual, afinal, contribuiu decisivamente. De certo modo poderíamos mesmo dizer que a sua obra coloca, como nenhuma outra, a questão da mitologia neo-realista - assim como a do neo-realismo enquanto mitologia." (Osvaldo Silvestre, 1996)
Manuel da Fonseca morreu em 1993.

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