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sábado, 13 de novembro de 2010

Amadeo de Souza-Cardoso, nasceu a 14 de Novembro de 1887



Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918)


Precursor da arte moderna, tendo falecido prematuramente aos 31 anos de idade vítima de pneumonia, Amadeo de Souza-Cardozo não teve oportunidade de ver o seu trabalho reconhecido: seguiu o mesmo trilho dos vanguardistas de todos os tempos e de todas as actividades, administrando a incompreensão alheia. À humanidade custa a aceitar novos processos ou ideias e, por conseguinte, para os precursores, a apreciação objectiva e o coroamento dos seus esforços dá-se, ou no final da vida, ou somente após sua morte.
Nascido em 1887 e falecido em 1918, as primeiras experiências de Souza-Cardozo deram-se no desenho, especialmente como caricaturista. Aos 19 anos, mudou-se para Paris, tomando contato primeiro com o Impressionismo e depois com o Expressionismo e o Cubismo.
Valeu-lhe muito sua aproximação com Amadeu Modigliani, de quem se tornou grande amigo, compartilhando com ele um ateliê e até realizando exposições juntos, em 1911.
Preso ainda ao traço, em 1912 publicou um álbum com 20 desenhos e em seguida, «com paciência de beneditino» copiou o conto de Flaubert La légende de Saint Julien l’Hospitalier, trabalhos ignorados pelo apreciadores de arte. Este último trabalho, depois de ficar por muitos anos nas mãos do editor, acabou por ser adquirido pela própria viúva do pintor, para evitar que fosse destruído.
Depois de participar numa exposição nos Estados Unidos, em 1913, voltou a Portugal, onde teve a ousadia de realizar duas exposições, respectivamente no Porto e em Lisboa, causando escândalo entre os seus compatriotas: suas obras foram criticadas, ridicularizadas e, por breves momentos, houve até confronto físico entre críticos e defensores da arte moderna.
Com o término da Primeira Guerra Mundial, em 1918, surgiria a grande oportunidade de desenvolver e encontrar reconhecimento da sua obra, mas Souza-Cardoso não teve tempo para esperar. Morreu nesse mesmo ano e muito tempo se passou até que as opiniões fossem revistas e seu nome ocupasse o devido lugar na história da pintura portuguesa.
Em 1925, a França realizou uma retrospectiva do pintor, com 150 trabalhos, bem aceites pelo público e pela crítica. Dez anos depois, em Portugal, foi criado um prémio para distinguir pintores modernistas, que recebeu o nome de «Prémio Souza-Cardoso». Em 1953, a Biblioteca-Museu de Amarante, sua cidade natal, deu a uma de suas salas o nome do pintor. Em 1958, a Casa de Portugal, em Paris, realizou uma exposição das suas obras.
Lentamente, à medida em que os preconceitos em relação ao modernismo foram sendo afastados, o nome de Souza-Cardoso ganhou a devida importância em Portugal. Ninguém é culpado. Ele era um visionário, vivia fora do seu tempo, tal como outros tantos, pagou um alto preço por isso.

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