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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Giovanni Pico della Mirandola,morreu a 17 de Novembro de 1494



Giovanni nasceu em Mirandola, na Itália, em 24 de fevereiro de 1463. Veio de uma família nobre e de muitas poses, além de muito influente na política e na arte Renascentista italiana. Era filho de Francesco I, Lorde de Mirandola e Conde de Concórdia ( 1415 – 1467 ) e de Giulia, filha de Feltrino Boiardo, Conde de Scandiano ( Itália ). Teve dois irmãos, ambos muitos anos mais velhos, eram eles: Conde Galeotto ( 1442 – 1499 ), que seguiu com a dinastia, e Antonio ( 1444 – 1451 ), que virou general do exército Imperial.
Desde pequeno, sua mãe destinou-o à vida eclesiástica, proporcionando todo o necessário para que ele ocupasse um alto cargo na Igreja. Assim, durante sua infância estudou o latim e o grego.
Aos 14 anos (1477), mudou-se para Bolonha para estudar o Direito Canônico, deixando sua parte do principado ancestral para seus irmãos. 2 anos depois, em 1479, largou o estudo do direito canônico ( que não lhe agradava por ser muito positivista) para estudar filosofia na Universidade de Ferrara ( Itália ), pois queria um conhecimento mais aprofundado sobre a realidade humana e as coisas do mundo. Lá ficou por dois anos, estudando os textos originais de autores gregos e latinos, sob a orientação de Battista Guarino, um humanista influente na época.
De 1480 a 1482 Pico estudou na universidade de Pádua ( na Itália ), que era referência em Aristotelismo. Lá, teve contato com o pensamento escolástico. Nesse período, estudou hebraico e árabe com Elia Del Mendigo. Este transcreveu manuscritos judaicos para Pico e lhe introduziu à Cabala.
Os próximos anos ele passou estudando em casa e visitando grandes centros de Estudos humanistas na Itália.
Em 1484 foi para Florença, onde teve contato com diversos pensadores platônicos, entre eles Lourenço de Medici, o Magnífico, que depois se tornou um de seus maiores amigos e protetor. Além dele, conheceu o artista Michelangelo e Marsilio Ficino, um importante filósofo neoplatônico. Neste período, também reencontra seu antigo amigo, Angelo Poliziano, com quem manteve uma forte amizade até o fim da vida.
Em 1485, ainda em Florença, escreveu a “Carta a Ermolao Barbaro”. Este, era um professor da universidade de Pádua a quem Pico criticava por valorizar mais a filologia do que a filosofia, dando mais importância à estilística literária do que à busca da verdade.
Em 1485 foi para a Universidade de Paris, onde ficou até 1486 estudando a filosofia e o humanismo. Crê-se que foi nesse período que começou a escrever as 900 teses pelas quais ficou conhecido.
Em 1486, com 23 anos, foi para Roma, com a intenção de defender suas 900 teses em público. No caminho, parou em Arezzo, onde teve um caso com a mulher de um dos primos de Lorenzo de Médici. Tentou fugir com ela, mas foi descoberto, machucado e preso. Só foi solto, algum tempo depois, quando Lorenzo interviu em seu favor.
Após sair da prisão, passou alguns meses se recuperando em Perugia. Lá, teve contato com 60 manuscritos hebreus, que falavam sobre misticismo e Cabbala e que, na época, ele acreditava terem sido escritos por ordem de Esdras; hoje, não há certeza sobre a origem dos manuscritos, especula-se que um impostor vendeu-lhe manuscritos falsos.
Assim, com tantas influências diferentes, Pico tentou, em suas 900 teses, conciliar religião e filosofia, catolicismo e Cabbala, Aristóteles e Platão...
Já em Roma, em dezembro de 1486, ele publicou suas 900 teses e se ofereceu para pagar os custos da viagem de qualquer filósofo que se dispusesse a ir à Roma para discuti-las em um debate público. Também nesse ano, publicou “De hominis dignitate oratio” (Discurso sobre a Dignidade do Home) que serviu de introdução às teses.
Em fevereiro de 1487, o papa Inocente VIII condenou 13 das 900 teses. Pico, então, aceitou escrever uma Apologia, se desculpando por elas; porém, a Apologia mais reafirmava do que retratava as teses. Assim, o papa montou um tribunal inquisitorial, forçando Pico à renunciar à Apologia. Não satisfeito, o papa, considerando as teses não hereges, mandou prendê-lo.
Em 1488 Pico foi preso a caminho da França. Lorenzo tentou usar suas influencias para soltá-lo, mas só conseguiu fazê-lo em 1491, quando Alexandre VI foi nomeado papa. Ao sair da prisão, Pico mudou-se para uma casa em uma vila perto de Fiesole, preparada para ele por Lorenzo. Lá ele escreveu “Heptaplus id est de Dei creatoris opere” (1489) e “De Ente et Uno” ( 1491).
Em 1492, quando Lorenzo morreu, della Mirandola mudou-se para Ferrara, fazendo viagens constantes à Fllorença, onde reencontrou um antigo amigo seu, Girolamo Savonarola. Savonarola era um monge dominicano anti-humanista e contra o Renascimento, que tinha muitos problemas com a família Médici e que tinha ganhado muito poder político em Florença. Pico, decidido a virar monge, desistiu da Cabbala, dos seus textos e poemas, da sua fortuna e da sua herança e virou um seguidor de Savonarola.
Em 1494, Pico morreu em Florença. Ainda não se sabe com certeza qual a causa de sua morte. Suspeita-se que foi envenenado por sua secretária, que não aceitava sua aproximação com Savonarola ou, que foi envenenado pelo sucessor de Lorenzo, Piero de Médici.
Após sua morte, seu sobrinho, Giovanni Francesco Pico della Mirandola, escreveu sua biografia detalhada.

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