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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

José Antonio Primo de Rivera e Sáenz de Heredia, morreu a 20 de Novembro de 1936




José Antonio Primo de Rivera e Sáenz de Heredia nasceu no dia 24 de Abril de 1903, em Madrid, se bem que as suas raízes familiares o ligam a Jerez de la Frontera, em terras de Cádis. Foi o mais velho de cinco irmãos que ficaram órfãos de mãe em 1908. Membro de uma família com tradições militares, optou, porém, pelas Leis, estudando Direito na Universidade Central de Madrid, onde obteve a Licenciatura em 1922. Embora fosse filho de Miguel Primo de Rivera, que governou Espanha entre 1923 e 1930, permaneceu completamente afastado da actividade política até ao falecimento do seu pai, que morreu no exílio, em Paris, apenas algumas semanas depois de se demitir do seu cargo de Chefe do Governo, e de quem herdou o marquesado de Estella. Com o único objectivo de reabilitar a memória do pai, duramente atacada pelos representantes da velha política, participou no projecto da União Monárquica Nacional, organização política que teve uma vida muito breve. Tentou obter um mandato no parlamento, por Madrid, nas eleições às Cortes de 1931, para cumprir o seu objectivo filial, mas foi derrotado, pelo que teve que limitar as suas acções públicas, em defesa do labor desenvolvido pela Ditadura de Primo de Rivera, à sua intervenção como jurista em diversos julgamentos. Embora, em 1932, fosse preso por suspeita de ter colaborado na sublevação protagonizada pelo General Sanjurjo, foi finalmente e incondicionalmente libertado. A sua rejeição pelas velhas fórmulas políticas levou-o a interessar-se pelo fenómeno fascista, participando, em 1933, no único número do jornal El Fascio, com um artigo em que defendia um novo modelo de Estado social. Fundou, pouco depois, o Movimento Espanhol Sindicalista (MES), com Julio Ruiz de Alda –célebre aviador que, em 1926, tinha feito a travessia aérea do Atlântico Sul, de Espanha até a Argentina–, o qual entrou imediatamente em contacto com alguns membros da organização Frente Español (FE), criada por seguidores do filósofo José Ortega y Gasset. O projecto político de José Antonio –como a personagem é conhecida– foi amadurecendo ao longo dos meses seguintes até que, finalmente, foi apresentado no Teatro de La Comedia, de Madrid, no dia 29 de Outubro de 1933. Alguns dias mais tarde, o novo movimento foi registado com o nome de Falange Espanhola (FE).



Começava, assim, uma etapa de intensa actividade política, em que alternaria a exigência da consolidação do novo movimento com a sua condição de deputado, pois, nas eleições de 1933, obteve um mandato no parlamento como candidato independente integrado na lista eleitoral conservadora apresentada no círculo eleitoral de Cádis. Em Fevereiro de 1934, a FE fusionou-se com as Juntas de Ofensiva Nacional-Sindicalista (JONS), passando a organização a ser regida, a partir de então, por uma Junta de Comando, sob a forma de triunvirato, que era composta por José Antonio Primo de Rivera e Ramiro Ledesma Ramos, sob a presidência de Julio Ruiz de Alda. Mas o peso do seu apelido, a plataforma parlamentar e a sua forte personalidade fizeram de José Antonio o representante máximo da FE de las JONS (Falange Espanhola das Juntas de Ofensiva Nacional-Sindicalista) desde o primeiro momento, sendo finalmente proclamado Chefe Nacional do partido, em Outubro de 1934.

À medida que cresciam, as fileiras falangistas iam-se libertando de conspícuos monárquicos que perturbavam o projecto político de José Antonio. Mas será a defecção de Ramiro Ledesma que irá marcar o ponto de viragem determinante na trajectória do pensamento joseantoniano, cada vez mais afastado do corporativismo fascista. Nas Cortes, referiu as verdadeiras causas da Revolução de Outubro de 1934 –sublevação socialista e nacionalista catalã contra a República–, descreveu o problema do sentimentalismo catalão, opôs-se à contra-reforma agrária concebida pelos conservadores e criticou, com dureza, a corrupção dos políticos do Partido Radical, naquela altura no Governo. Apesar da proposta que lançou quanto à criação de uma Frente Nacional contra o perigo marxista que ameaçava Espanha, a sua voz foi ignorada pelas forças de direita, o que levou os candidatos falangistas a concorrerem sozinhos às eleições realizadas em Fevereiro de 1936, não conseguindo nenhum mandato parlamentar.

José Antonio foi preso, juntamente com a maior parte da Junta Política da FE de las JONS, no dia 14 de Março de 1936, sob a acusação de associação ilícita, acusação que foi recusada pelo Tribunal. Mas, uma vez que ficou retido na prisão por decisão das autoridades governamentais da Frente Popular (vencedora nas eleições), já não recuperaria a liberdade. Enquanto os seus camaradas eram perseguidos –encarcerados ou assassinados–, José Antonio teve que defrontar diversos processos judiciais, até que, no dia 5 de Junho de 1936, foi transferido para a prisão de Alicante, onde se encontrava quando teve início a guerra civil, em 18 de Julho. Desejando pôr termo à tragédia da guerra, ofereceu-se como intermediário junto dos sublevados, com o intuito de estabelecer um Governo de Salvação Nacional, mas a sua oferta não foi aceite pelo Governo da Frente Popular. Julgado por rebelião, foi condenado à morte e fuzilado na madrugada de 20 de Novembro de 1936. Apenas algumas horas antes tinha deixado escrito no seu testamento: “Oxalá seja o meu o último sangue espanhol que se verta em discórdias civis”.

Terminada a Guerra, os seus restos mortais foram trasladados para o Mosteiro de San Lorenzo de El Escorial. Ali repousaram até 30 de Março de 1959, data em que recebeu sepultura diante do Altar-Mor da Basílica da Santa Cruz do Valle de los Caídos, aonde chegou transportado aos ombros dos seus camaradas, muitos dos quais não tiveram a oportunidade de o conhecer em vida. No granito da laje que o cobre, aparece muito simplesmente gravado o nome com que passou à Historia: José Antonio.

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