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sábado, 18 de dezembro de 2010

Em 18/19 de Dezembro de 1961 tropas indianas invadiram Goa, Damão e Diu

Operação Vijay


Em 18/19 de Dezembro de 1961 tropas indianas invadiram Goa, Damão e Diu. Portugal viria a reconhecer a soberania indiana em 1974, com Mário Soares. Desde 1987 que Goa é um estado na União Indiana, tendo sido de 1961 até 1987 um "Union Territory". Para saber mais sobre a história milenar de Goa até os nossos dias veja História de Goa.

Nos dias 17/18 de Dezembro de 1961, durante a denominada Operação Vijaya, 50 000 tropas indianas apoiadas por blindados, artilharia, meios aéros (aviões de combate Canberra) e navais (1 porta-aviões) ocuparam militarmente Goa, Damão e Diu.

Os 3500 militares portugueses e goeses tinham ordens de Salazar para lutar até à morte, sendo que o chefe-de-estado português comunicou que só esperava como resultado do combate "militares vitoriosos ou mortos".

Contudo, o Governador Vassalo e Silva apercebeu-se da situação desesperada e perante o avanço dos indianos mandou recuar as forças e destruir todas as pontes e meios militares pelo caminho.

Sem meios aéreos portugueses, a aviação indiana teve tarefa fácil ao destruir a torre de telecomunicações em Bambolim e a base militar em Dabolim. Pouco depois entravam em território de Goa, Damão e Diu as tropas da União Indiana, que ao contrário do que se esperava ainda se depararam com resistência de alguns militares portugueses, nomeadamente em Vasco da Gama, onde 500 militares fortemente armados obrigaram as forças indianas a combate.

Também a fragata Afonso de Albuquerque entrou em combate à frente da barra de Mormugão, mas foi presa fácil para os modernos navios indianos que a afundaram.

A destruição de pontes por parte dos portugueses fez também com que a ocupação total se tenha prolongado por mais de 2 dias, porque as tropas indianas não tinham meios para passar os rios de Mandovi (á frente de Pangim), e Zuari (a sul de Pondá). Como tal tiveram de pernoitar à espera de prosseguir em condições e para aceitarem a rendição das forças portuguesas em 19 de Dezembro de 1961.




A PERDA DE GOA, DAMÃO E DIU
"Estávamos em 1960.
O momento da verdade, relativamente às colónias portuguesas, aproximava-se. Não tardaria que o primeiro ministro da União Indiana, Pandita Nehru, no seguimento do mandato que os "não alinhados" lhe conferiram em Bandung, desencadeasse a ofensiva, primeiro diplomática, depois militar, sobre Goa, Damão e Diu, ofensiva essa que acabaria por levar à integração dos territórios portugueses na União Indiana.
Aceitemos, para facilitar mas não por concordar, que nessa primeira fase, Oliveira Salazar tivesse procurado resistir- diplomaticamente- à pressão exercida por Nehru, embora os dados de que já dispunha fossem suficientes para lhe permitirem divisar as dificuldades insuperáveis que se avizinhavam.
A "presciência dos acontecimentos"- tão cara a Raymond Aron- era mais do que evidente, não sendo necessária uma inteligência de tão elevado nível, como a de Salazar, para ser detectada.
Salazar começa por travar, com Pandita Nehru, primeiro-ministro da União Indiana, um interessantes e notável duelo diplomático de que (aparentemente) sai vencedor. Mas ganhar uma ou mais "batalhas" não significava vencer a guerra.
Baseado no proclamado pacifismo do adversário, Salazar "joga tudo" nessa cartada: Nehru jamais anexaria pela força os territórios que Portugal detinha no Indostão. Erro clamoroso.
Em solidariedade com os "movimentos de libertação", prestes a desencadear a guerra em Angola, em Moçambique e na Guiné, Nehru "manda às malvas" o seu apregoado pacifismo, ordenando a invasão dos territórios portugueses. Convencido de que é indispensável dar ao mundo a certeza de que Portugal está disposto a combater até onde lhe seja humanamente possível na defesa intransigente daquilo que considera ser a integridade territorial portuguesa, Salazar ordena que a guarnição sediada em Goa ofereça resistência militar até ao "sacrifício total", do mesmo passo que sugeria ao general comandante que se imolasse, gesto simbólico digno de memória de outras portugueses "libertados pela lei da morte" através da heroicidade das respectivas condutas.
Salazar não é obedecido. A guarnição militar entrega-se praticamente sem disparar um tiro. O general regressa a Lisboa, são e salvo, embora humilhado e comprometido. Novo contratempo. O mundo interroga-se sobre a disponibilidade portuguesa de lutar pela preservação do Império... Um autêntico fracasso. Dos mais dolorosos da nossa História.
Que irá acontecer?"



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