Previsão do Tempo

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Bibi e os Submarinos

      Bibi e os submarinos


Estes dois casos lançados esta semana pela comunicação social portuguesa são o espelho da sociedade actual em que vivemos, é um verdadeiro sinalizador dos tempos.
Em edição publicada ontem no jornal Correio da Manhã (pode ler aqui), o juíz Rui Rangel em artigo de opinião com o título de "Poeira de Democracia", coloca o enfoque de uma maneira muito inteligente, diga-se de passagem, sobre a bipolaridade mediática destes dois casos.

Primeiro, o caso "Casa Pia", com as surpreendentes declarações de Bibi, peça central do processo, que vem agora afirmar que esteve ao longo destes anos todos sob efeito de medicação, e que supostamente - não tem bem a certeza -, com os copos de água que a PJ lhe dava a beber, alegando que possivelmente estariam inquinados, pois o faziam transpirar muito e derivadas sensações, que todos os arguidos referentes a este processo, são inocentes, incluindo-se a ele próprio.
Este processo, que teve na equipa de defesa dos arguidos, uma estratégia de entupimento, arrolando centenas e centenas de testemunhas, que convenhamos, é uma estratégia de má-fé e de quem implicitamente reconhece a culpabilidade dos factos pelos quais são acusados.
As últimas declarações do arguido chave, Bibi, são a continuação do freak-show que a defesa dos arguidos conseguiram transformar este processo, descredibilizando todos os intervenientes, e ao mesmo tempo, alimentando a voragem da comunicação social que vende, o que o público procura, chamando a si os holofotes da atenção nacional

Na mesma semana, o juíz Carlos Alexandre, decide levar a julgamento o caso dos submarinos, em contraponto, de ter sofrido fortes pressões, e mesmo, ameaças à sua vida. Nesta fase, apenas são constituídos arguidos empresários e gestores que negociaram as contrapartidas deste negócio.
Não se chega a tocar ao nível político, mas o susto, fez movimentar uma série de valências para tentar "inibir" o corajoso juíz.
As leis feitas por políticos têm alçapões propositados. O juíz, cabe-lhe apenas, cumprir a lei.
Ou seja, nas democracias, até é, relativamente fácil inquinar a legislação, legalizando, dessa forma, o esbulho da coisa pública.
Este tema, quase passou ao lado da agenda.

Resultam destes dois casos, que a massa prefere o reality-show, o resto não percebe... por circunstâncias várias, algumas criminosas, na qual a nossa legislação não tem capacidade de criminalizar, pois não foi feita para tal.






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João J. C.Couto

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