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domingo, 20 de março de 2011

Hoje vamos falar de Virgílio Ferreira

Virgílio Ferreira (1916 - 1996)



Nasceu em Melo, aldeia do concelho de Gouveia, na Beira Alta, a meio da tarde do dia 28 de Janeiro de 1916, filho de António Augusto Ferreira e de Josefa Ferreira que, em 1920, emigraram para os Estados Unidos da América em busca de melhores condições de vida. Então, o pequeno Vergílio é deixado mais os irmãos ao cuidado de tias maternas. Esta dolorosa separação é descrita em Nitido Nulo. A neve - que virá a ser um dos elementos fundamentais do seu imaginário romanesco é o pano de fundo da infância e adolescência passadas na zona da Serra da Estrela. Aos dez anos, após uma peregrinação a Lourdes, entra no Seminário do Fundão que frequentará durante seis anos. Esta vivência será o tema central de Manhã Submersa.

Em 1932, deixa o Seminário e acaba o Curso Liceal no Liceu da Guarda. Entra para a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, continuando a dedicar-se à poesia, nunca publicada, salvo alguns versos lembrados em Conta-Corrente e, em 1939, escreve o seu primeiro romance, O Caminho Fica Longe. Licenciou-se em Filologia Clássica em 1940. Concluiu o Estágio no Liceu D.João III (1942), em Coimbra. Começa a leccionar em Faro. Publica o ensaio "Teria Camões lido Platão?" e, durante as férias, em Melo, escreve "Onde Tudo Foi Morrendo". Em 1944, passa a leccionar no Liceu de Bragança, publica "Onde Tudo Foi Morrendo" e escreve "Vagão "J"" que, publicou em 1946; no mesmo ano em que se casou, com Regina Kaspryzkowsky, professora polaca que se encontrava em Portugal refugiada da guerra e com quém Vergílio ficaria até à sua morte. Após uma passagem pelo liceu de Évora (onde escreveu o romance Aparição, corria o ano de 1953), fixa-se como docente em Lisboa, leccionando o resto da sua carreira no Liceu Camões.

Em 1980, o realizador Lauro António adapta ao cinema o romance Manhã Submersa e Vergílio Ferreira intrepreta um dos principais papéis, o de Reitor do Seminário, contracenando assim com outros grandes vultos da cena portuguesa.
Vergílio Ferreira morreu no dia 1 de Março de 1996, em sua casa, em Lisboa, na freguesia de Alvalade. O funeral foi realizado no cemitério de Melo, sua terra-natal e, a seu pedido, o caixão foi enterrado na ala do cemitério com vista para a Serra da Estrela.

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