Previsão do Tempo

sábado, 25 de junho de 2011

A Tempestade perfeita

A Tempestade Perfeita



Actualmente, a América do Norte tem 7,5% da população mundial e 30% do PIB, a Europa cerca de 5% da população e 30% do PIB mundial, a Ásia tem também cerca de 30% do rendimento criado em todo o mundo e 60% da população do planeta. Este reajustamento ou pressão vai continuar, pelo lado asiático com fortes crescimentos económicos anuais, a subir na percentagem do PIB mundial, tal como os países que lhes sobram os restantes 10% do PIB, África e América Latina, por contrapartida da estagnação e até redução dos dois blocos económicos América do Norte e Europa. Deste caldo prestes a entornar, está principalmente a Europa, que vê a crescente incapacidade de manter a filosofia do estado social que criou a partir da 2ª Guerra Mundial.

Com crescendo contínuo, a Ásia, liderada pelos seus dois gigantes, China e Índia, criarem excedentes financeiros colossais e que para terem valor, foram investidos na dívida pública norte-americana, que acabou por ter um efeito perverso, uma espécie de vírus a circular nas veias do sistema financeiro.
Os banqueiros e traders norte-americanos sempre com sede de dinheiro e com índices elevados de ganância, começaram a constituir fundos de fundos, inventaram ainda mais fundos investimento de coisas absurdas, criaram fundos cotados na base de créditos a estudantes universitários e a créditos habitação de risco na crença da eterna valorização imobiliária. Quando as pessoas deixaram de pagar os seus créditos hipotecários por incapacidade financeira, o mercado imobiliário foi inundado de imóveis devolutos, à qual e impiedosa lei da oferta e procura, fez com que os imóveis desvalorizassem e por consequência muitos fundos de investimento começaram a ruir, levando alguns bancos a colapsarem. Esses fundos já tinham sido vendidos um pouco por todo o mundo, criando prejuízos irreparáveis, também um pouco por todo o mundo.

Já em 2005 o economista Nouriel Roubini afirmava "o preço dos imóveis residenciais surfava em uma onda especulativa, que brevemente faria afundar a economia", foi apelidado de Cassandra, hoje é considerado um génio. Hoje afirma que se está a formar a "Tempestade Perfeita" com base na crise orçamental dos E.U.A., no abrandamento da economia chinesa, na reestruturação das dívidas na Europa e na estagnação económica do Japão, "todos os países estão a adiar a questão da elevada dívida pública e privada, e todos estes problemas poderão vir ao de cima em 2013, o mais tardar", afirma o economista.
Não nos esqueçamos que há milhares de anos houve previsões para uma espécie de evento para Dezembro de 2012. Ou é uma enorme coincidência, ou é um enorme acaso das circunstâncias!

Sendo que agora se têm levantado algumas vozes dos principais credores da Grécia, que se esta cair terá consequências para a economia mundial. O factor psicológico do medo e da incerteza para assustar os mais incautos, que são a maior parte das pessoas.
Enquanto isso "ajudam" a Grécia com mais contratos de negócio, ou seja, mais empréstimos remunerados, só aprovados à consignação de extorquir ainda mais o povo.
Se há um ano a Grécia não tinha condições para pagar a dívida, hoje e mais endividada, obviamente menos condições tem. Tal como Portugal, tal como a Espanha, a Bélgica, a Itália e por aí adiante. As economias europeias estão estagnadas, os mercados para onde antes exportavam, tem agora cada vez mais concorrentes a vender mais, melhor e mais barato, sem esquecer que esses concorrentes não têm estados sociais para alimentar, nem direitos laborais para acautelar.

A questão de que se fala acerca da regulação é outra enorme falácia, não existe, nem existirá. Pois a quem cabe regular é uma das partes interessadas na desregulação, porque no caos, se fazem bons negócios.
Tal como o clima e as tempestades cada vez mais violentas, que custam muito dinheiro. Vejam-se os casos recentes do Japão e da Nova Zelândia.

Isto está demais ...!
Ou será que passou na cabeça de alguém de que vivemos numa sociedade regulada?



Publicado em simultâneo no Cheira-me a Revolução!


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João J. C.Couto

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