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sexta-feira, 9 de março de 2012

Cavaco boca aberta...


Cavaco Silva, ao acusar José Sócrates, no prefácio do livro "Roteiros VI", de falta de lealdade institucional, “por não o ter informado previamente da apresentação do PEC IV”, em 2011, além de ser pouco credível, confirmou que o rancoroso discurso da sua reeleição não foi um caso emocional, é um problema de caráter.
Parece não ter digerido ainda o ressentimento da lei que impediu todos os portugueses de acumular pensões e vencimentos, como se o governo de Sócrates devesse isentar o PR do sacrifício que exigiu a todos os cidadãos.
Os portugueses não sabem se o caso das célebres escutas que Fernando Lima inventava em Belém para, através de um jornalista sem escrúpulos, denegrir o Governo, é exemplo da lealdade institucional que corresponde aos padrões do atual inquilino de Belém.
Foi infeliz, na forma e na substância, a comemoração do primeiro ano do seu segundo mandato com a publicação de um livro vingativo, que provavelmente todos pagamos. Depois de se ter negado a explicar se a permuta de dois terrenos no Algarve, em que o atual é maior, melhor localizado e com uma bela vivenda dentro, levou ao pagamento de mais valias, devia ter evitado comentários que excedessem a apreciação sobre o sorriso das vacas açorianas.
Cavaco Silva acumulou ao longo da vida factos que, não sendo crimes, não são bonitas ações. É o caso da ficha preenchida para a Pide em que, para além da prevaricação ortográfica, insinua que a madrasta da mulher não é digna de privar com ele. Talvez isso justifique a atribuição a dois pides de uma pensão que negou a Salgueiro Maia. Talvez a nostalgia da polícia política seja superior à simpatia pelo 25 de Abril ou pelo 5 de Outubro.
Por mais que os portugueses desejem ajudar o atual PR a cumprir o segundo mandato com dignidade, o inquilino de Belém tudo faz para o impedir. Já estavam esquecidos os ataques que fez à Assembleia da República, quando da votação unânime do Estatuto dos Açores, e veio agora falar de lealdade institucional quem a quebrou de forma intolerável perante dois órgãos de soberania popularmente sufragados.
Enfim, quem nunca mais explicará as relações com o BPN, perdeu a oportunidade para unir os portugueses e reacender a animosidade que o pior, mais inculto e vingativo PR da democracia não se cansa de atrair.


posted by Carlos Esperança

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