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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Antero de Quental morreu a 11 de Setembro de 1891


Antero Tarquínio de Quental
(Ponta Delgada, 18 de Abril de 1842 — 11 de Setembro de 1891). Nasceu na ilha de S. Miguel, Açores, e desde jovem destacou-se pelas suas opiniões revolucionárias e pela forma de estar na vida. Lutador e muito congruente com os seus ideais socialistas.
Antero espalhou saber pela poesia, filosofia e política. Estudou direito em Coimbra, onde brilhou como líder estudantil. Foi o guia espiritual da geração de 70, um agitador político a “tempo inteiro”, que se afirmou pelo desejo de intervenção e renovação da vida política e cultural portuguesa. Tinha uma personalidade complexa, que oscilava entre a euforia e a mais profunda depressão, acabando em suicido.
Antero de Quental herdou, em 1873, uma quantia considerável de dinheiro, o que lhe permitiu viver desafogadamente, dos rendimentos dessa fortuna.
Em 1852, com 13 anos, vem com a sua mãe, para Lisboa. Em Julho de 1858 matriculou-se na Faculdade de Direito, de Coimbra. O primeiro ano decorreu de forma atribulada. Um excesso cometido durante a praxe aos caloiros custou a Antero de Quental oito dias de prisão. Era muito popular no meio académico. Concluiu o curso em Julho de 1864.
Em 1865, foi um dos principais envolvidos na polêmica conhecida por Questão Coimbra, em que humilhou António Feliciano de Castilho, seu antigo professor e renomado crítico literário que se tinha por cânone para os escritores nacionais: ao livro Odes modernas de Antero, Castilho respondeu com críticas duras sobre o aventureirismo de um jovem tolo que escrevia de forma assaz estranha e de gosto muito duvidoso.
Antero respondeu com o opúsculo bom senso e bom gosto, a que definia a sua literatura por oposição à instituída: ao Ultra-Romantismo decadente, torpe, beato, estupidificante e moralmente degradado, Antero opunha o Realismo, a exposição da vida tal como ela era, das chagas da sociedade, da pobreza, da exploração: estas preocupações sociais levaram-no a co-fundar o Partido Socialista Português: Antero defendia a poesia como Voz da Revolução, como forma de alertar as consciências para as desigualdades sociais e para os problemas da humanidade.
A polémica só terminou com um duelo entre Antero de Quental e Ramalho Ortigão travado, a 6 de Fevereiro de 1866, no Jardim de Arca d'Água, no Porto, que se saldou por ferimentos ligeiros.
Ainda em 1866 foi viver em Lisboa, onde experimentou a vida de operário, trabalhando como tipógrafo. Uma profissão que exerceu também em Paris, em janeiro e fevereiro de 1867. Em 1868 regressou a Lisboa, onde formou o Cenáculo, de que fizeram parte, entre outros, Eça de Queirós e Ramalho Ortigão. Em 1874 adoeceu de psicose maníaco-depressiva (doença bipolar), que desde então o afligiu. Foi convidado pelo Partido Republicano para candidatar-se como deputado, mas teve de recusar.
Em 1890, devido à reacção nacional contra o ultimato inglês, de 11 de Janeiro, aceita presidir à Liga Patriótica do Norte, mas a existência da Liga é efémera. Quando regressou a Lisboa, em Maio de 1891, instalou-se em casa da irmã, Ana de Quental. Neste momento o seu estado de depressão era permanente. Passado um mês, em Junho de 1891, regressa a Ponta Delgada, acabando por suicidar-se dia 11 de Setembro de 1891, com um tiro na cabeça, disparado num banco de jardim.

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