Previsão do Tempo

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

É como dar viagra a um eunuco



Eu não sei fazer uma conta de dividir e tenho uma relação dúbia com o conceito de "economia". Para mim, "mercado" é só aquele período estival que marca a saída de jogadores do Benfas. Mas, apesar deste óbvio handicap no mundo dos números, gostava muito de comentar a descida da taxa social única (TSU) para as empresas (não estou a falar da subida da taxa para o trabalhador) . Há um economista da escola taxista em cada português, e eu não sou exceção. Em teoria, a coisa parece certa, porque é necessário baixar os custos do trabalho, que cresceram muito acima da nossa produtividade ao longo dos últimos anos. Se pagarem menos à segurança social, as empresas ficam com mais dinheiro na tesouraria (alívio a curto prazo) e, em teoria, podem contratar mais pessoas (ação a médio prazo). Ora, tudo isto parece muito bonito no papel, mas esquece um pormenor: o aqui e agora, a realidade. Neste momento, as empresas não têm acesso ao financiamento bancário, e sem esse impulso têm poucas oportunidades de lançar investimento criador de emprego. Descer a TSU num contexto de escassez de crédito para as empresas é o mesmo que plantar um belo jardim e esquecer a água, é o mesmo que dar viagra a um eunuco. Mas isto sou eu, que não percebo nada de economia e de números. Para falar verdade, eu ainda acho que "produtividade" é o número de golos a dividir pelo número de jogos do Cardozo.PS: esta medida só terá efeitos no emprego se conseguir atrair uma onda de investimento externo, assim ao estilo de três Auto-Europa e alguns trocos. Eu não sou um dos apocalípticos de plantão , mas confesso que não estou a ver essa onda no horizonte, até porque temos um espanta-estrangeiro incorrigível: a lentidão da justiça e da administração pública.
Henrique Raposo 
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