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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A origem do busto da República Portugues


Há mais de cem anos, Simões d’Almeida esculpiu aquele que seria, para sempre, o rosto da República Portuguesa. Era o busto de Ilda Pulga, uma mulher de Arraiolos que morreu com 101 anos, em 1993.
A história do busto de Simões d’Almeida começa em 1908, quando "o elenco de republicanos do presidente Braamcamp Freire e o vereador Ventura Terra lhe fazem uma encomenda para um busto”. Simões d’Almeida foi bolseiro da instituição e esteve a estudar em Paris e Roma. Em 1911, abriu-se um concurso público nacional para a criação de um busto da República.
Concorrem nove artistas, ganha Francisco dos Santos, outro dos grandes escultores da época, igualmente bolseiro da Academia e que também estudou em Paris e Roma. Simões d’Almeida ficou em segundo, mas foi o busto de Simões d’Almeida que se sobrepôs à ética republicana do concurso público, devido à sua exposição inicial, nos primeiros actos públicos oficiais da República. A 6 de Outubro, o novo regime faz um funeral conjunto a duas das figuras da luta contra a monarquia: Miguel Bombarda (1851- 3 Outubro de 1910) e Carlos Cândido dos Reis (o Almirante Reis, 1852 – 4 Outubro de 1910). Os novos símbolos ganham o seu primeiro grande espaço de divulgação em massa. E o busto de Simões d’Almeida é o que é exibido à multidão em apoteose republicana. A juntar a isto, em “A Revolução Portugueza”, o manifesto de Machado dos Santos, um dos rostos principais da luta republicana, também a peça de Simões d’Almeida teve um grande destaque simbólico.
Por detrás desta troca de bustos, podem estar também várias razões. Sobretudo de gosto, ou sensibilidade. Na opinião de alguns historiadores, o trabalho de Francisco dos Santos tem um toque mais de Paris, com uma mulher mais elegante. No de Simões d’Almeida, é mais portuguesa, com os seios mais fartos.
Hoje, a peça de Simões de Almeida é a que figura em todas as reproduções oficiais ou oficiosas.
Na sede da Academia Nacional Belas Artes está a peça original de Simões d’Almeida (a de 1908), em barro. Foi restaurada em 2009 pelo artista João Duarte.

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