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terça-feira, 28 de outubro de 2014

AVALIAÇÃO EXTERNA E AUTOAVALIAÇÃO DAS ESCOLAS

AVALIAÇÃO EXTERNA E AUTOAVALIAÇÃO DAS ESCOLAS


Estão, para mim, entre as perversidades mais graves que, atualmente, afetam a Escola. A avaliação externa é, de facto, o grande projeto educativo de todas as escolas. Estas moldam a sua organização e as suas práticas para ficarem “bem avaliadas”. A natureza da autoavaliação é mais uma das consequências da referida moldagem.
A troco de alguns rebuçados ̶ porque não passa disso ̶ as escolas vão respondendo assertivamente aos inquéritos da IGE (nos quais tudo fica muito mais rosado), vão apertando os garrotes administrativos e pedagógicos para “forçar” o sucesso numérico, vão inventando estratégias de ocultação da indisciplina, vão fazendo mais o que a Inspeção quer do que aquilo que, realmente, acham que deveria ser feito. Tudo para ficarem bem na fotografia e para poderem “aparecer” como escolas de excelência. É curioso, pois nunca ouvi tantas vezes esta palavra como agora! Vamos todos a caminho da excelência! Certas coisas, quando repetidas até à exaustão, acabam por se tornarem “verdadeiras”.
As escolas, sobretudo as mais “celentes”, têm autênticas máquinas de registar, somar, dividir, fazer médias, percentagens, gráficos, grelhas, relatórios… Enfim, uma “torre babelística” consumidora de meios tecnológicos, de papel e de tempo dos profissionais da docência. Não sou contra a autoavaliação, entenda-se. Mas sou contra a sua sacralização, a sua macrocefalia, a sua submissão completa aos ditames da avaliação externa.

A PERVERSIDADE
É muito provável que a imagem da Escola que resulta dos processos de avaliação externa e de autoavaliação seja belamente cruel com todos os estabelecimentos de ensino, com os profissionais que aí trabalham e com os alunos. Não me admira nada que todos os índices e todos os resultados estejam a melhorar, quando as escolas estão a perder imensos professores, imensos funcionários e as turmas engordam em número de alunos. Um dia destes, o Ministério da Educação cala-nos a todos com esses dados.

PERVERSIDADE DAS PERVERSIDADES
Quanto menos professores, menos funcionários e mais alunos por turma, mais sucesso e menos indisciplina há nas escolas.


Luís Costa

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