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domingo, 12 de outubro de 2014

Zeinal Bava e o ‘strip-tease’ desnecessário…


Vamos abordar a história de Zeinal Bava (ZB) sucintamente. ZB exerceu, desde 1999, diversos cargos na PT tendo assumido a presidência executiva da empresa, em 2008, e nesse cargo desfrutou do reconhecimento da Europa, enquanto gestor de sucesso.
A 4 de Junho de 2013, na sequência da fusão das empresas (Oi e PT) assumiu a presidência da Oi, em regime cumulativo com as funções na PT. A 7 de Outubro deste ano ZB renunciou ao cargo de presidente da Oi por não conseguir-se libertar de uma outra recente imagem (má gestão) resultante da aplicação de mais de 900 milhões de euros da PT em papéis da Rioforte (GES). Será, deste inglório modo, uma das primeiras vítimas (no 'estrelato da alta gestão') do caso BES/GES.
Ficamos a saber que o ex-gestor auferia um ordenado mensal de cerca de 150 000 euros e despediu-se (ou foi aconselhado a renunciar) com uma ‘compensação’ de 36 meses. O que associado a outras alcavalas perfaz a ‘módica’ quantia de 5 milhões de euros link.
Z B tem uma cláusula restritiva no seu contracto de rescisão: não poderá exercer funções em empresas de telecomunicações durante 3 anos. Trata-se de tentar precaver aspectos concorrenciais que dominam o mundo das telecomunicações.
Este o maravilhoso mundo da gestão e dos negócios (dos CEO's) onde as remunerações, participações nos lucros e as indemnizações dos cargos de topo são 'livres', generosas e em regra secretas.
Todavia, não ficam de fora do escrutínio dos cidadãos. Vivemos todos no mesmo País, estamos (aparentemente) no mesmo barco.
Bem, estamos num País em que a subida do Salário Minímo Nacional em 20 euros demorou tanto tempo e para ter acordo foi ‘compensada’ com uma descida da TSU das empresas, em que as indemnizações por despedimento desceram para 18 dias por cada ano de trabalho, em que não havendo cláusulas restritivas sobre exercício futuros a perda do posto de trabalho, se tivermos em consideração a idade do ex-gestor, é o desemprego de longa duração (definitivo?).
Sabemos, também, que a existir algum problema (e não existirá) este terá a ver, directamente, com os accionistas da empresa e, indirectamente, com os consumidores de serviços de telecomunicações. É nesta última qualidade que muitos portugueses não deixarão de ficar indignados com as prebendas e sinecuras atribuídas e interrogar-se como esta medida, e outras de igual teor, podem influenciar a factura mensal (dos consumidores).
Há ‘gestos compensatórios’ que só pela sua dimensão e desproporcionalidade entram no domínio da pornografia. E ninguém exige – ou vai exigir - que o ex-gestor faça um ‘strip tease’ (fiscal, entenda-se)…
Os contornos estão à vista e sua a pública exibição virou num espectáculo escandaloso...

In "Ponte Europa"

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