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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Sete coisas que os transmontanos não são!




1. Não são ignorantes
Ao contrário do que aparece às vezes nas novelas (apesar de haver tantas persongens transmontanas como albinas ou tuberculosas), a gente de Trás-os-Montes não é alheia ao resto do Mundo. Os transmontanos sabem o que é um mp3 e não choram de contentamento ao ver o mar (como aconteceu numa novela da TVI, há tempos), a não ser que fossem cegos antes disso, que aí já era uma boa razão para carpir. Nenhum transmontano vive em cativeiro nem é mais ignorante do que qualquer outra pessoa, pelo simples facto de vir de onde vem, ok?


2. Não são desprovidos de Internet
É provável que tenhas ficado surpreendido com o título deste slide, mas é verdade! Existe Internet em Trás-os-Montes – bem como em todo o interior do país – e existe acesso a toda a informação que todo o resto do país tem (se bem que por vezes era melhor que não houvesse). O pessoal do interior não só tem acesso à Internet (quando o MEO não demora 2 semanas a vir arranjar o cabo), como ainda cria conteúdo para a mesma. Sim, há alguns sites e/ou páginas que são de lá e tu assumes que são Lisboetas, porque a escrita não tem sotaque.

3. Não são todos agricultores ou pastores
Não, os transmontanos, os alentejanos e a gente da Beira Interior não vivem todos da agricultura, não têm todos um bronze à trolha por passarem a tarde toda a lavrar, nem têm sempre as unhas cheias de terra. Da mesma forma, também não possuem todos um rebanho de ovelhas – ainda que isso fosse engraçado – nem passam o dia inteiro deitados num planalto com uma boina a escrever poemas sobre a natureza, como Alberto Caeiro. O interior também tem cidades, serviços e pessoas completamente normais (às vezes).

4. Não são todos torgueiros
Por mais estranho que possa parecer, os transmontanos não têm todos uma valente unicelha nem andam todos com um palito na boca, num tractor xuning ou numa mula manca. Não falam todos alto nem se riem como se tivessem sido criados no meio de javalis. Ao contrário do que se possa pensar assim de repente, as mulheres transmontanas também não têm todas um buço semelhante ao de um garoto do 9° ano que já devia ter tirado aquele bigode mas, por alguma razão, tem vergonha de o fazer. Mulheres bonitas? É o que mais lá há!

5. Não são maus falantes
Quando vão estudar ou trabalhar para cidades maiores (ou melhor, para as cidades da parte visível do país), os transmontanos são muitas vezes gozados pela sua pronúncia, que é muitas vezes referida como “falar à torgueiro”. Pois bem, a verdade é que o pessoal do nordeste não fala melhor ou pior do que os outros. É uma questão de sotaques (há muitos e muito carregados por todo o país) e de expressões regionais (das quais já falamos neste artigo anterior), que também existem em todos os cantos do país. Ah, e a conjugação dos verbos de acordo com o pronome “vós”, em vez de “vocês” está totalmente correcta, portanto não sejam tontos a dizer que está mal.

6. Não estão em 1980
Tal como já referimos, existe acesso à Internet e a toda a informação em todo o país. Como tal, as tendências também chegam a Trás-os-Montes e, mais uma vez, a todo o interior no geral. Não, já não se usam calças à boca-de-sino, no interior, nem os penteados dos Beatles ou da Teresa Guilherme em 1990. Infelizmente para todos nós, também se usam leggings horríveis e os miúdos também arranjam chapéus da Obey. As salas de cinema também não estão a estrear agora o Jurassic Park original.

7. Não são os que comem melhor
Estava a brincar! São sim senhor! Só quem é de Trás-os-Montes é que sabe o verdadeiro sabor de uma Alheira em condições, e conhece o cheirinho de uma Feijoada à Transmontana, que é uma mistela de feijão vermelho com todo o tipo de enchidos e carnes de porco. Só quem já provou é que sabe que isto é do melhor que há, bem como uma valente Posta Mirandesa, com carne de vitela mirandesa.

Meus amigos, é mesmo assim. Trás-os-Montes não é o Fim-do-Mundo. É uma região tão bonita e tão rica como todos os recantos do nosso país.

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