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sexta-feira, 20 de março de 2015

A 20 de Março de 1602: É criada a Companhia Holandesa das Índias Orientais

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No dia 20 de Março de 1602, mercadores holandeses fundam a corporação Verenigde Oost Indische Compagnie – a Companhia das Índias Orientais.
A grande empresa tinha por objectivo o comércio com países da região do Oceano Índico e do leste asiático. Seria rapidamente reconhecida no mundo inteiro sob a sigla VOC.
A sua fundação marcou o início de uma extraordinária epopeia, da qual nasceria a segunda potência colonial mais rica do mundo, atrás apenas do Império Britânico.
Alguns anos antes, em 1579, as Províncias Unidas tinham conquistado a sua independência com uma terrível guerra contra Filipe II de Habsburgo, rei de Espanha.
Os holandeses não queriam ter que passar por Lisboa e Sevilha para adquirir as mercadorias que distribuíam pela Europa. Inspirados nos relatos de viagem de Huygen van Linschotten de Amsterdão, os negociantes fundam em 1594 a Companhia Van Verre ou Companhia dos Países Longínquos, organização que buscaria directamente na Ásia as preciosas especiarias.
No ano seguinte, uma primeira expedição de quatro navios deixa Amesterdão e, graças a um acordo com o principado local, aporta em 22 de Junho de 1596 em Banten, oeste de Java. Já em Sumatra, o chefe da expedição, Cornelis van Houtman, é morto pelos indígenas.
O retorno não foi glorioso. A carga cobria apenas os custos do frete. Os holandeses não desanimam, criam novas companhias e multiplicam as expedições. Eles regressariam com os porões cheios de cravo, canela, pimenta, cânfora e noz moscada.
Como a concorrência se revelava caótica, os mercadores compreenderam a necessidade de reagrupar os seus recursos. É assim que cinco companhias unem-se em apenas uma, a Verenigde Oost Indische Compagnie. Os mercadores de Amesterdão e de outras cidades investem 6,6 milhões de florins nesse projecto, treze vezes mais que os seus rivais de Londres, que haviam fundado a Sociedade dos Mercadores de Londres.
A VOC recebe do príncipe de Orange o privilégio exclusivo de comércio com as Índias e de construção de fortes.
Era dirigida por um conselho de 17 directores, os Heren XVII (Senhores 17). Outros sete lugares eram reservados a Amesterdão, Zelande, Roterdão, Delft, Hoorn, Enkhuizen e um último era de posse rotativa entre as cidades menores.
A partir de 1605, tomam posse do arquipélago das Molucas. Desencorajam a ida de rivais europeus inspecionando os seus navios e difundindo falsos rumores sobre as ilhas. Chegaram a prevenir crises de superprodução arrancando plantações de árvores de especiarias.
Em Java, onde o príncipe de Banten tributava as exportações com taxas excessivas, a VOC decide estabelecer uma feitoria. Um dos seus agentes, Jan Pieterszoon, desembarca em Jacarta e, em 1619, com um exército privado, toma o principado com extrema violência.
Prosseguindo no seu avanço, os holandeses tomam a ilha de Ceilão e expulsam os portugueses da maioria das suas colónias do Oceano Índico. Ocupam no extremo-oriente a ilha de Formosa (hoje Taiwan) e começam a negociar com o Japão. Na rota para as Índias, fundam a Colónia do Cabo, no Cabo da Boa Esperança.
A VOC vale-se da sua hegemonia para conquistar o monopólio do cravo, da canela e da noz moscada nas duas ilhas do arquipélago das Molucas.
O império colonial da VOC começaria a declinar no século XVIII em virtude da concorrência do Brasil com a cana de açúcar e frente ao comércio clandestino. A VOC seria dissolvida durante a ocupação das Províncias Unidas pelas tropas napoleónicas em 1 de Janeiro de 1800. Seria recuperada pelo Estado holandês e nacionalizada.


Fontes: Opera Mundi

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