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sábado, 21 de março de 2015

Dinis Ramos Machado nasceu em Lisboa a 21 de Março de 1930



Dinis Ramos Machado nasceu em Lisboa a 21 de Março de 1930 e morreu também em Lisboa a 3 de Outubro de 2008, com 78 anos, foi um jornalista e escritor português.
Viveu no Bairro Alto, na Rua do Norte, até 1963, quando se casou aos 34 anos, com Marília Ferreira Alves, engenheira química, de que houve uma filha, Rita.
Começou por frequentar o Curso Geral do Comércio, que não concluiu.
Foi funcionário da Federação das Caixas de Previdência, onde foi colega e amigo de Eugénio de Andrade, que o influenciou nas suas leituras.
Filho de um árbitro de futebol, conhecido por Oliveira Penalty, foi, durante duas décadas, jornalista desportivo nos jornais Record, Norte Desportivo, Diário Ilustrado e Diário de Lisboa.
Desenvolveu posteriormente as actividades de tradutor, autor de guiões para cinema e séries televisivas, estando ainda ligado profissionalmente à actividade editorial.
Durante 11 anos, até 1979, foi chefe de redacção da edição portuguesa da revista de banda desenhada Tintin.
Em 1971-72, surgiu como editor e chefe de redacção da 1ª série da versão portuguesa do semanário Spirou.
Depois de enviuvar, a partir de 1985 viveu com a cantora lírica e bibliotecária Dulce Cabrita (1928-2010).
Fumador inveterado, morreu em 2008, vítima de cancro do pulmão.
O seu maior sucesso literário, tanto junto da crítica como do público, foi “O que diz Molero”, publicado em 1977.
O que diz Molero marcou o reinício de um processo crítico sobre a necessidade de nos interrogarmos acerca da identidade portuguesa, bem como os caminhos possíveis para a convivência de uma pluralidade de formas artísticas.
A linguagem coloquial, humorada e inventiva, a que não é alheia uma oralidade popular, tenta cristalizar figuras, lugares e imagens de um quotidiano que parece perdido. 5 Sobre este romance de Dinis Machado, afirmou Eduardo Lourenço tratar-se «de um livro-chave do nosso tempo».
Luiz Pacheco fala de «uma cavalgada furiosa de episódios,uma feira, um tropel de gente, uma festa popular de malucos e malucas, tudo chalado, uma alegria enorme quase insensata, o sentimento nos momentos doloridos mas tudo tão próximo de nós e tão naturalmente reproduzido na escrita.»
O que diz Molero conta a história de um rapaz, nunca referido pelo nome próprio, que, depois de ter sobrevivido a todas as aventuras e desventuras de uma infância e adolescência normais a uma criança que vive inserida numa comunidade pobre, enceta uma viagem para procurar compreender quem é e qual o significado da vida.
Molero é encarregue por Austin e Mister Deluxe, seus superiores, de se pôr na pele de detective e procurar traçar o itinerário do rapaz.
Os relatórios de Molero vão sendo lidos pelos superiores e é através deles que o leitor vai sabendo o que aconteceu ao herói, os vários países por onde foi passando, os livros que foi lendo, as mulheres que foi amando e os amigos que foi fazendo e reencontrando. Pedaços fragmentados de uma vida que nos dão as pistas necessárias para traçar o perfil de alguém que procura um sentido para a existência.
O romance já foi traduzido para seis idiomas: alemão, búlgaro, castelhano, romeno, francês e checo.
“O que diz Molero” teve a sua consagração teatral, numa adaptação feita por Nuno Artur Silva, José Pedro Gomes e António Feio, tendo subido pela primeira vez ao palco a 27 de Outubro de 1994, na Sala Estúdio Amélia Rey Colaço - Robles Monteiro do Teatro Nacional D. Maria II.
Uma produção que conheceu excelentes críticas e obteve, no ano de estreia, alguns prémios da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro.
Desde muito cedo um frequentador das salas de cinema, em especial do Cinema Loreto, organizou no princípio da década de 1960 os primeiros ciclos de cinema da Casa da Imprensa e publicou críticas na revista Filme.
Autor de vários argumentos e diálogos para filmes fez ainda crítica de cinema no “Diário Ilustrado”, de 1958 a 1963, e na revista “Filme”, de 1959 a 1965.
Tendo organizado diversos Festivais de Cinema da Casa da Imprensa de Lisboa, entre 1964 e 1966, Dinis Machado colaborou na fase inicial de Kilas, de José Fonseca e Costa, sendo co-autor do argumento e autor dos diálogos de Maria Vai
Com As Outras, um projecto de Fernando Lopes inspirado em O que diz Molero.
Escreveu para a RTP Um gato no caixote do lixo, série policial dirigida por Rogério Ceitil e, em 1979, colaborou na série Retalhos da vida de um médico.
Voltou mais tarde a fazer crítica de cinema em jornais e revistas, tais como "Opção", "Sete" ou "Isto é Cinema".

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