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segunda-feira, 16 de março de 2015

Iákov Mikháilovitch Sverdlov morreu em Oriol/Rússia a 16 de Março de 1919



Iákov Mikháilovitch Sverdlov nasceu em Níjni Novgorod/Rússia, a 3 de Junho de 1885 e morreu em Oriol/Rússia a 16 de Março de 1919, com 33 anos.
Sverdlov foi um revolucionário russo, membro do Partido Bolchevique desde 1901, do Comité Central desde 1912, dirigiu o Secretariado do CC desde 1917, ano em que, por proposta de Lenin ocupou o cargo de Chefe de Estado da Rússia Soviética, enquanto presidente do Comité Executivo Central de Toda a Rússia.
Filho de um artesão gravador judeu da pequena burguesia de Polts, filiou-se ao Partido Operário Social-Democrata da Rússia em 1901 e, logo a seguir, à sua fracção bolchevique, ao lado de Vladímir Lenin. Activo participante na Revolução de 1905 (que ficou conhecida como o "Ensaio Geral"), destacou-se pelo seu labor de orador e agitador.
Com Lenin, Stalin e outros revolucionários foi um dos principais protagonistas da Revolução de Outubro.
Já nos tempos do liceu, Iákov Sverdlov assumiu um sentimento revolucionário através das actividades do irmão mais velho, Zinovi, redactor do Diário de Níjni Novgorod, filho adoptivo de Gorki e, sobretudo, de V. E. Lázarev, militante social-revolucionário mais tarde revelado como um provocador.
No entanto, foi só na sua etapa de aprendiz numa farmácia de Kanavine que entrou em contacto directo com a classe operária, numerosa no sector florestal.
Sverdlov integrou-se nas suas actividades de formação e propaganda, utilizando as oficinas do pai para imprimir clandestinamente brochuras e documentos para as organizações ilegais socialistas.
Na casa dos pais, eram alojados militantes de passagem, armazenavam-se documentos e até armas, sendo conhecida como "A República Suíça" (Chveitsárkaia Respúblika) pelo seu papel em apoio aos círculos revolucionários clandestinos de Níjni Novgorod.
Em 1901, só com 16 anos, já era um destacado militante na organização do POSDR na referida cidade, no seio do movimento operário.
No ano seguinte foi detido pela primeira vez após ter participado nas exéquias do estudante Riúrikov, rebentadas por uma violenta intervenção policial.
Preso durante 14 dias, à saída deparou com problemas para arranjar um emprego e resolveu ir para Sarátov, onde morava a irmã mais velha. Mas a perseguição policial continuou.
Regressou a Níjni Novgorod e entregou-se por completo ao trabalho clandestino na fábrica de Sóromovo, na reorganização das fileiras do POSDR.
A cisão que se seguiu ao II Congresso do partido, em 1903, colocou o jovem Sverdlov do lado bolchevique, dedicando-se à sua organização na cidade, graças à influência de que já gozava junto da classe operária, bem como à confiança entre os camaradas mais antigos: Rikov, Semachko, Vladímirsky e outros.
Sverdlov é já reconhecido pelas qualidades como organizador e homem de partido.
Durante os anos seguintes trabalhou na constituição e fortalecimento de comités como o de Kostromá, Kazã, Ekaterinburg e Perm.
O "Camarada Andrei" é um dirigente referencial dos bolcheviques até a sua detenção em 1906 em Perm, ficando preso até 1909, e completando em prisão a sua sólida formação teórica.
Em Moscovo continua o seu labor de organizador do partido, após as vagas repressivas que dizimaram as fileiras bolcheviques.
É novamente detido e exilado em Narim durante três anos. Foge e em Janeiro de 1910 está de novo em Moscovo, no centro da luta e em defesa das posições de Lenine no seio partido.
Novamente detido no mês de Novembro, fica preso até Maio do ano seguinte, sendo enviado novamente para Narim durante quatro anos.
Conseguiu finalmente evadir-se e em 1912 foi eleito para o Comité Central do partido em São Petersburgo, apoiando a actuação dos deputados bolcheviques na IV Duma e trabalhando na consolidação da nova linha do Pravda, sob a direcção de Staline, Molotov e Raskolnikov.
Em 1913 é novamente feito preso e enviado à Sibéria, na região de Turujansk, onde manteve correspondência com os camaradas que estavam livres.
Transcorridos os anos da guerra no exílio forçado, em Fevereiro de 1917 chegam notícias das primeiras faiscas revolucionárias.
Sverdlov tenta desesperadamente aderir à luta. Foge a cavalo durante mais de 2.000 quilómetros seguindo o rio Yenisei, até chegar a Krasnoyarsk, e daí para São Petersburgo.
Participa na Conferência de Abril de 1917 em Petrogrado, sendo reeleito em Julho membro do Comité Central e ficando responsabilizado por um trabalho fundamental: a concentração das forças bolcheviques no objectivo concreto de levar a termo o processo revolucionário em curso.
No mesmo mês de Julho, há uma vaga de detenções de dirigentes bolcheviques e Sverdlov consagra-se como o primeiro grande organizador do partido, de grande intuição na hora de lidar com os problemas internos e sem nenhum afã de protagonismo ou poder.
Com Lenin na clandestinidade, Sverdlov é a cabeça visível do partido, dirigindo desde Agosto o bureau de organização do Comité Central, presidindo as reuniões desse organismo.
Apoiou sem hesitar as posições de Lenin nos debates mais decisivos para a vitória revolucionária, quando a maior parte do Comité Central considerava que o triunfo não era possível e propunha esperar.
Na Revolução de Outubro, Sverdlov exerceu de ligação entre o aparelho do partido e o Comité Militar Revolucionário de que ele próprio fazia parte.
A continuação, será eleito presidente do Comité Executivo Central dos sovietes de operários e camponeses, em cujo cargo participa directamente na elaboração dos principais decretos revolucionários.
Sob a sua direcção, o governo revolucionário deu os primeiros passos, dirigindo seis congressos como presidente permanente nos anos mais duros da construção da República Soviética.
Não entrou no primeiro governo revolucionário após a conquista do poder em Outubro, continuando dedicado a tarefas de organização interna do partido, como presidente do Secretariado do Comité Central, e assumindo a presidência do Comité Executivo Centra dos Sovietes.
Faleceu com só 33 anos, devido a uma febre tifóide que apanhou numa viagem à Ucrânia prévia ao XI Congresso.
Mereceu as seguintes palavras de Vladímir Lenin num acto de homenagem:
"Se tivemos a sorte de aturar durante mais de um ano as cargas que pesam sobre o círculo estreito dos revolucionários convictos; se os grupos no poder puderam tão firme e unanimemente resolver questões mais difíceis, isto fica a dever-se, apenas, à presença junto deles de um organizador de talento tão excepcional como o de Sverdlov. Ele sozinho obteve um conhecimento pessoal surpreendente dos dirigentes do movimento proletário; ele sozinho, durante os seus longos anos de luta, soube cultivar o seu senso da prática, o seu talento de organizador e essa autoridade peremptória graças à qual pôde levar a termo, também ele sozinho, a obra tão importante do Comité Executivo Central dos sovietes, tarefa que teria ficado, sem dúvida, por cima das forças de um grupo. (...) Um homem tal não poderá nunca ser substituído, se por substituir tomarmos encontrar um camarada que reúna tais qualidades. O trabalho que realizava só deverá ser confiado, doravante, às mãos de um grupo que, a seguir as suas pegadas, continue a obra dele".

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