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sexta-feira, 13 de março de 2015

No dia 13 de Março de 1881, dia em que a Rússia receberia uma nova constituição e uma nova czarina consorte, o czar Alexandre II foi assassinado

Ficheiro:Alexander II of Russia (Nikolay Lavrov 01).jpg

No dia 13 de Março de 1881, dia em que a Rússia receberia uma nova constituição e uma nova czarina consorte, o czar Alexandre II foi assassinado por jovens anarquistas.
Ascendeu ao trono em 2 de Março de 1855 aos 37 anos e logo tomou consciência do atraso da Rússia. Comprometeu-se, sem perder tempo, com corajosas reformas. Mas no dia 4 de Abril de 1866, um estudante, Dimitri Karakosov, atirou sobre ele e por pouco não o matou.
Este primeiro atentado contra a pessoa sagrada do czar, segundo os costumes locais, provocou consternação. Um novo ataque ocorreria a 1 de Junho de 1867, quando visitava Paris.
Amargurado e preocupado, interrompe as reformas liberais e inicia aventuras bélicas no Cáucaso, nos Balcãs e na Sibéria. Entre os estudantes anarquistas, a agitação não cessa. Serge Netchaïev, filho de um camponês, discípulo de Michel Bakunin e Pierre Proudhon, preconiza em seu Catecismo Revolucionário a destruição do Estado e o assassinato dos opositores.
Muitos dos jovens burgueses propõem-se falar com os "mujiques", os pobres do campo, a fim de incitá-los a sublevarem-se contra o regime. Uma organização secreta chamada Zemlia i Volia (Terra e Liberdade) nasce do fracasso da tentativa. O seu propósito é radical: os revolucionários só devem acreditar neles mesmos para acabar com a autocracia.
Em 9 de Janeiro de 1878, a jovem Vera Zassulitch, alveja o general Trepov, chefe de polícia célebre pela sua brutalidade. Ela é absolvida. Outros atentados acontecem contra os representantes da polícia e da justiça.
O próprio czar seria vítima de vários tiros disparados por um desequilibrado nas cercanias do palácio em 2 de Abril de 1879. Nasce então uma nova organização secreta, a Narodnaia Volia (A Vontade do Povo), que assume o objectivo de assassinar o czar.
Alexandre escapa dum atentado que destruiu um vagão do comboio em que viajava e uma outra explosão atinge a sala de jantar de seu palácio.
Por um decreto de 12 de Fevereiro de 1880, confere poderes ditatoriais ao conde Loris-Mélikov, heroi da guerra contra a Turquia, com a missão de erradicar o niilismo e concluir a reforma das instituições. Ele mesmo escapa por pouco de um tiro de pistola no dia 20 de Fevereiro.
A 18 de Julho de 1880, o czar casa-se em segredo com a amante. No seu desejo de coroá-la imperatriz, pensa em realizar alterações na sua política, o que lhe valeria a indulgência do seu povo.
A Narodnaïa Volia, reunia jovens burgueses obcecados pelo ódio à autocracia. Entre eles, Sophie Perovski, filha de um governador militar de São Petersburgo. A prisão do seu amante, Jeliabov, não a desencoraja. A data fatídica é fixada para 13 de Março de 1881.
O czar é alertado quanto à possibilidade de um atentado. No dia 13 de Março percorre de carruagem as margens do canal Catarina. Lá estavam escondidos quatro homens com bombas, sob as ordens de Sophie. O soberano escapa da primeira bomba. Avança pelo meio de mortos e feridos e quer enfrentar pessoalmente o terrorista. Foi então que um cúmplice atira uma segunda bomba. O czar morreria poucas horas depois.
Alexandre III, seu filho, assumiria o trono em seu lugar, acarretando o retorno à autocracia absoluta.

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