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quinta-feira, 5 de março de 2015

Rosa Luxemburgo, nasceu em Zamość/Polónia a 5 de março de 1871


 
Rosa Luxemburgo, nasceu em Zamość/Polónia a 5 de março de 1871 e foi assassinada em Berlim a 15 de janeiro de 1919, com 47 anos.
Rosa Luxemburgo foi uma revolucionária marxista.
Entre os dirigentes e teóricos do movimento comunista internacional, Rosa Luxemburgo ocupa uma posição muito destacada.
A sua contribuição para a organização revolucionária dos trabalhadores da Polónia (onde nasceu em 1871), a sua actividade teórica e prática no quadro da ala revolucionária da «social democracia» alemã e da II Internacional, o seu combate intransigente contra o reformismo e o revisionismo e a sua luta contra a guerra, a sua posição solidária para com a Revolução de Outubro, fazem de Rosa Luxemburgo, como dela disse Lénine, «uma águia».
Foi mérito histórico de Rosa, com Karl Liebknecht, ter fundado o movimento Spartakus e o Partido Comunista Alemão.
Perseguida desde os seus tempos de estudante em Varsóvia, Rosa Luxemburgo foi forçada ao exílio e conheceu numerosas prisões.
A Revolução de Outubro na Rússia e a Revolução de Novembro de 1918 na Alemanha, apanharam-na na prisão.
Em liberdade, retomou imediatamente a luta, sendo vilmente assassinada, juntamente com Karl Liebknecht, em Berlim a 15 de Janeiro de 1919.
Em homenagem à sua memória, e com base em artigo do Militante, publicamos um texto de Rosa Luxemburgo sobre a Revolução alemã de Novembro, escrito pouco antes do seu assassinato, bem representativo da profundidade do seu pensamento:
“...O que nos ensina toda a história das revoluções modernas e do socialismo? A primeira fogueira da luta de classes na Europa terminou com uma derrota. O levantamento dos operários das fábricas de seda de Lyon, em 1831, saldou-se por um grande fracasso. Derrota também para o movimento cartista em Inglaterra. Derrota esmagadora para o levantamento do proletariado parisiense no decurso das Jornadas de Junho de 1848. A Comuna de Paris conheceu finalmente uma terrível derrota. A estrada do socialismo, considerando as lutas revolucionárias – está repleta de derrotas.
E no entanto esta história leva irresistivelmente, passo a passo, à vitória final! Onde estaríamos hoje sem todas estas «derrotas», de onde retirámos a nossa experiência, os nossos conhecimentos, a força e o idealismo que nos animam?
Hoje, que chegámos precisamente à véspera do combate final da luta proletária, estamos acantonados nestas derrotas e não podemos renunciar a nenhuma delas, pois de cada uma retiramos uma porção da nossa força, uma parte da nossa lucidez.
Os combates revolucionários são opostos às lutas parlamentares. Na Alemanha, durante quatro décadas, no plano parlamentar, só conhecemos «vitórias»; voávamos literalmente de vitória em vitória. E qual foi o resultado aquando da grande provação histórica de 4 de Agosto de 1914? Uma derrota moral e política esmagadora, um desmoronamento inaudito, uma bancarrota sem exemplo. Em contrapartida, até agora, as revoluções só nos trouxeram derrotas, mas esses fracassos inevitáveis são precisamente a caução reiterada da vitória final.
Com uma condição, é verdade! Porque é preciso estudar em que condições cada derrota teve lugar. Resulta ela do facto de que a energia das massas se quebrou contra a barreira das condições históricas que não tinham atingido maturidade suficiente, ou ela é atribuível às meias-medidas, à indecisão, à fraqueza interna que paralisaram a acção revolucionária?
Para cada uma destas duas eventualidades, dispomos de exemplos clássicos: a Revolução francesa de Fevereiro, a Revolução alemã de Março. A acção heróica do proletariado parisiense em 1848 é a fonte viva onde todo o proletariado internacional colhe toda a energia.
Pelo contrário, as pungentes ninharias da Revolução alemã de Março são como uma grilheta que entrava toda a revolução da Alemanha moderna. Elas repercutiram-se – através da história particular da social-democracia alemã – mesmo nos acontecimentos mais recentes da Revolução alemã, mesmo na crise que acabamos de viver.
À luz desta questão histórica, como julgar a derrota do que se designa por «semana spartaquista»? Ela é proveniente da impetuosidade da energia revolucionária e da insuficiente maturidade da situação, ou da fraqueza da acção desenvolvida?
De uma e de outra! O duplo carácter desta crise, a contradição entre a demonstração vigorosa, resoluta, ofensiva das massas berlinenses e a indecisão, as hesitações, os adiamentos da direcção, tais são as características deste último episódio.
A direcção ficou enfraquecida. Mas pode e deve-se instaurar uma nova direcção, uma direcção saída das massas e por elas escolhida. As massas constituem o elemento decisivo, a rocha sobre a qual será construída a vitória final da revolução.
As massas estiveram à altura da sua tarefa. Elas fizeram desta «derrota» um elo na série de derrotas históricas, que constituem o orgulho e a força do socialismo internacional. E está aí a razão por que a vitória florescerá no terreno desta derrota.
«A ordem reina em Berlim!» polícias estúpidos! A vossa «ordem» está construída na areia. A partir de amanhã a revolução «erguer-se-á de novo com estrondo» proclamando aos quatro ventos, para vosso maior pavor: «Eu era, eu sou, eu serei!»”

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