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terça-feira, 21 de abril de 2015

A actriz Adelina Martins Campos faleceu em Lisboa no dia 21 de Abril de 2008

Adelina Campos

A actriz Adelina Martins Campos faleceu em Lisboa no dia 21 de Abril de 2008, aos 103 anos de idade. Era natural de Vila Flor, onde tinha nascido a 11 de Abril de 1905, mas foi viver para Lisboa com a avó, após o falecimento da mãe.
Formou-se em 1926 com o Curso de Arte de Representação do Conservatório Nacional de Lisboa, tendo-se estreado nesse mesmo ano, enquanto aluna do Conservatório, com a peça“As Duas Metades”, representada com grande sucesso no Teatro D. Maria II, em Lisboa.
Pertenceu, como convidada ou actriz residente, ao Teatro Nacional de D. Maria II – onde permanece durante catorze anos –, à Companhia de Ilda Stichine, à Companhia do Teatro Politeama, à Companhia Lucília Simões e à Companhia Maria Matos.
Prestou ainda relevante colaboração no Teatro da Trindade, na Companhia Gino Saviotti e na Companhia da Estufa Fria, e fez, também, diversas digressões artísticas ao Brasil. Revelou grandes dotes de ingenuidade dramática nas peças“Lourdes” e “Morgadinha de Valflor”.
Casara em 1927 com o actor Rodrigo Samwell Diniz(1888+1972), de quem teve um filho, Francisco Manuel Samwell Diniz. Visitara a sua santa terrinha, pela última vez, em 2002, na companhia dos netos, para «se despedir da terra que a viu nascer».
Em Julho de 2006, a Câmara Municipal de Vila Flor baptizou oficialmente o Auditório Municipal Adelina Campos, oito anos após a sua inauguração. Uma merecida homenagem, sem dúvida.
A atribuição do seu nome ao auditório deve-se à actriz Cecília Guimarães, que de visita a Vila Flor, em 2005, alertara a autarquia para a importância, longevidade e paradeiro de Adelina Campos, o que muito sensibilizou o presidente Artur Pimentel.
Assim o auditório do Centro Cultural de Vila Flor foi baptizado com o nome da actriz, por proposta do presidente da Câmara Municipal de Vila Flor, devido ao «facto da actriz de teatro e cinema mais velha do nosso País, com 101 anos [na altura], ser natural de Vila Flor».
«O nome deste auditório está muito bem entregue a Adelina Campos, uma grande actriz do nosso teatro e cinema», sublinhou o edil. A intenção do autarca era trazer a artista à sua terra natal, mas «devido à sua idade avançada, não foi possível», lamentou Artur Pimentel na altura.
No Museu de Vila Flor encontram-se depositadas uma série de cartas que a actriz Adelina Campos e o marido Samwell Diniz escreveram a Raul de Sá Correia, nas quais se negoceia a récita da peça “Três Num Automóvel”, que acabou por ser representada na Casa do Povo de Vila Flor, na noite de 28 de Fevereiro de 1952, em cuja peça também entrava como protagonista a actriz Hortense Luz.
O seu funeral realizou-se quarta-feira, 23 de Abril de 2008, a partir da igreja do Campo Grande para o talhão dos artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
Teve notáveis interpretações nas seguintes peças teatrais, entre outras:
Napoleão, de P. Reynal, em 1946;
Rapazes de Hoje, de R. Ferdinand, em 1947;
O Gebo e a Sombra, de Raul Brandão, em 1958.
Participou nos seguintes filmes:
José do Telhado, de Armando Miranda, de 1945;
História Simples da Gente Cá do Meu Bairro, de Varela Silva, de 1965;
Uma Vontade Maior, de Carlos Tudela, de 1967;
O Diabo Era Outro, de Constantino Esteves, de 1969.
Noutros tempos a actriz Adelina Campos foi presença assídua nos programas de televisão, nas peças semanais que então a RTP transmitia semanalmente. Foi, conjuntamente com o seu marido, uma das mais ilustres figuras do nosso meio teatral nas décadas de 1920 a 1960, com brilhante presença nos palcos.

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