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quarta-feira, 1 de abril de 2015

Octávio Pato nasceu a 1 de Abril de 1925 em Vila Franca de Xira



Octávio Pato nasceu a 1 de Abril de 1925 em Vila Franca de Xira e morreu em Lisboa a 19 de Fevereiro de 1999 e foi militante e dirigente do PCP e um dos seus construtores mais destacados.
Octávio Floriano Rodrigues Pato começou a trabalhar com a idade de 14 anos na indústria do calçado e como empregado de comércio.
Entrou para o PCP em 1941. Funcionário do Partido desde 1945, viria a aceder ao Comité Central em 1949, sendo dos mais jovens num colectivo cujos três membros mais velhos ainda não tinham atingido a idade de 35 anos.
Aos 15 anos iniciara a sua actividade revolucionária na Federação da Juventude Comunista Portuguesa. Após a reorganização de 1940/41 fez parte do Comité Local de Vila Franca de Xira e do Comité Regional do Baixo Ribatejo.
Na região de Vila Franca de Xira, teve participação activa na preparação, organização e desencadeamento das grandes greves de 8 e 9 de Maio de 1944, que abrangeram todo o Ribatejo, a região de Lisboa e Loures. Foi assinalável o seu papel na organização do amplo e emocionante movimento de solidariedade e apoio popular aos grevistas e suas famílias.
Obrigado a passar à clandestinidade em 1945, passou a dirigir as organizações juvenis e estudantis do Partido. Em 1946, usando o nome de Octávio Rodrigues, foi, numa situação de semi-clandestinidade e por incumbência do Partido, um dos fundadores e dirigentes do MUD Juvenil (Movimento de Unidade Democrática Juvenil).
Em 1947, por ter sido referenciado pela polícia política, voltou à mais rigorosa clandestinidade e passou a integrar a Direcção da Organização Regional de Lisboa do PCP.
Em 1949 foi eleito para o Comité Central como membro suplente e em 1952, já como efectivo, foi designado para o Secretariado do Comité Central.
Como membro do CC, trabalhou nas direcções das Organizações Regionais de Lisboa, do Norte e do Sul, bem como na Redacção do “Avante!”, tendo sido também responsável pelo controlo das duas tipografias clandestinas centrais.
Preso pela PIDE em 1961, foi barbaramente espancado e torturado (impedido de dormir durante 18 dias e noites seguidos e quatro meses incomunicável). Recusou-se a responder a quaisquer perguntas. A firmeza com que fez a sua defesa política durante a mascarada de julgamento no Tribunal Plenário de Lisboa valeu-lhe ser espancado na própria sala de audiências.
Condenado a oito anos e meio de prisão, prorrogados indefinidamente por via das célebres «medidas de segurança», foi libertado em 1970 após um grande movimento de solidariedade. Voltou pouco depois à luta na clandestinidade.
No período que antecedeu o 25 de Abril, era membro do Secretariado e da Comissão Executiva do Comité Central, tendo a seu cargo, entre outras tarefas, a responsabilidade pela Redacção do “Avante!”.
Depois do 25 de Abril, Octávio Pato foi deputado e Presidente do Grupo
Parlamentar do PCP na Assembleia Constituinte, candidato à Presidêncdia da República em 1976, e deputado à Assembleia da República de 1976 a 1991. Membro da Comissão Central de Controlo e Quadros de 1988 a 1992; membro da Comissão Política de 1974 a 1988, e do Secretariado do Comité Central de 1974 até ao seu falecimento a 19 de Fevereiro de 1999.
Os seus camaradas de jornada apreciaram-lhe, desde a juventude, a frontalidade, a ponderação e a enorme capacidade de iniciativa de que deu mostras em todas as tarefas partidárias. Qualidades essas que, juntas à coragem, firmeza e determinação com que enfrentou todas as situações, mesmo as mais complexas, mesmo as mais difíceis, mesmo as mais extremas, lhe mereceram a admiração e o respeito de camaradas, amigos e adversários, mas sobretudo dos trabalhadores portugueses, justificação nuclear de uma vida de combate que não vacilou até ao último momento.
Por isso o funeral de Octávio Pato foi uma afirmação da democracia portuguesa na defesa dos seus próprios valores, independentemente das divergências de percurso e de opinião.
Na última homenagem a este destacado dirigente comunista estiveram presentes Jorge Sampaio, Presidente da República, Almeida Santos, Presidente da Assembleia da República, e António Guterres, Presidente do Conselho de Ministros. Presentes ainda os ministros Jorge Coelho e João Cravinho, em representação do Governo, e o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, João Soares. Várias forças e partidos políticos fizeram-se representar pelos seus dirigentes mais destacados: Partido Socialista, Partido Ecologista Os Verdes, Intervenção Democrática, UDP, PSR, Política XXI.
Presentes igualmente representações ao mais alto nível de associações e sindicatos, entre os quais a CGTP-IN, a Associação 25 de Abril, o Sport Lisboa e Benfica. E ao Partido chegaram mensagens de todo o País, não só individuais como emanadas das mais variadas associações e colectividades que dão vida à sociedade portuguesa.
Marcaram igualmente presença dezenas de personalidades dos meios político, intelectual, artístico e científico, integrados numa multidão de gente anónima do povo que, de punho erguido e cravo vermelho ao alto, prestou homenagem a um dos seus que partia.

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