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terça-feira, 7 de abril de 2015

Vilma Lucila Espín Guillois nasceu em Santiago de Cuba a 7 de abril de 1930


Vilma Lucila Espín Guillois nasceu em Santiago de Cuba a 7 de abril de 1930 e morreu em Havana a 18 de junho de 2007.
Vilma foi uma importante personalidade do movimento revolucionário cubano. Heroína da República de Cuba e presidente fundadora da Federação de Mulheres Cubanas em 1960.
Com o nome de guerra “Deborah” foi uma notável combatente clandestina sob as ordens de Frank País García, em especial durante o levantamento do 30 de novembre de 1956, en Santiago de Cuba.
Ligou-se ao Exército Rebelde na Sierra Maestra, quando a sua vida correu extremo perigo na insurreição urbana. Engenheira química, cumpriu funções no exercício dessa profissão.
A partir de 1959 foi a principal coordenadora das acções políticas e estatais para materializar o acesso pleno da mulher cubana aos seus direitos.
Os seus pais, José Espín y Margarita Guillois distinguiam-se pela solidez dos seus valores éticos, base da orientação da formação dos seus seis filhos Liliana, Vilma, Nilsa, Iván, Sonia e José Alejandro.
Ambos educaram os seus filhos com a influência dos serus próprios exemplos de austeridade, sensibilidade humana e compreensão, sem nenhum tipo de barreira pela origem social, racial ou religiosa. Inculcaram-lhes o amor ao estudo e à leitura, à superação cultural e ao gosto pelos desportos e a vida em contacto com a natureza.
Vilma fez os estudos primários na Academia Pérez Peña e os secundários no Sagrado Corazón, escolas da sua cidade natal, graduando-se no bacharelato de Ciencias, em 1948.
O seu ingresso na recém criada Universidade do Oriente marcou o início de uma etapa decisiva no desenvolvimento das suas ideias políticas, que a distinguiram entre a mais avançada juventude combatente da sua época.
Destacou-se no Grupo Coral Universitário dirigido pelo italiano Juan Viccini.
Também pertencia ao grupo de dança, já que desde pequena estudou ballet, destacava-se no desporto, era a capitã da equipa de voleibol da Universidade do Oriente.
Integrou a Federação Estudantil Universitária Oriental (FEUO). Participava em todas as manifestações da Universidade nas ruas de Santiago, levando, sempre à frente, a bandeirta que distinguia a sua escola de engenharia.
Vilma recebeu influências, durante a sua vida, de professores exilados espanhóis, chegados a Cuba, despois da Guerra Civil, entre outros: José Luis Galbe, que foi embaixador de Cuba em Roma, López Renduele y Francisco Prat Puig, professor de apreciação artística.
Em comemoração do fuzilamento dos Oito Estudantes de Medicina, celebrada nos salões do Governo Provincial, Vilma cantou com o Coro, onde se aproveitou para apoiar e desagravar o ex-presidente da República da Venezuela, Rómulo Betancourt, que tinha sido deposto por um Golpe de Estado. Também, com outros estudantes universitários, levantou a sua voz em apoio ao movimento independentista portoriquenho e seu lider Pedro Albizu Campos.
A 17 de março de 1952, a FEUO tinha tomado posição dos estudantes universitários oriental no que se refere ao Golpe de Estado, tomando a firme decisão de não retomar as aulas enquanto não fossem restauradas as garantias constitucionais, fechando as portas durante 45 dias.
Vilma participou no movimento político “La Invasión Constitucional de Oriente a Mantua,” em exigência do restabelecimento da Constituição de 1940, distribuiu proclamações por toda a cidade de Santiago de Cuba, incitando o povo a deslocar-se à Universidade no dia 8 de junho de 1952, ao comício de reafirmação patriótica e celebração do cinquentenário da Independência.
Nesse dia a FEUO convocou os estudantes e professores para jurar pela Constitução de 1940. Vilma com os restantes estudantes participou nesta acção, demonstrado a sua repulsa pela tirania.
Integrou o Comité Canal Via Cuba, juntamente com outros estudantes e professores, repudiando o chamado projecto do Canal Vía Cuba, que pretendia dividir a Ilha em duas.
Em Santiago de Cuba, pela morte do estudante universitário Rubén Batista em Habava a 13 de fevereiro de 1953, declarou-se uma paralização de 72 horas dos docentes, provocando uma ampla mobilização estudantil que se lançou nas ruas, colocando laços negros nos cidadãos como expressão pública de sentimentos.
Houve um acordo para realizar um enterro simbólico do primeiro mártir estudantil até ao Cemitério Santa Ifigenia. Os estudantes das turmas da 2ª fase da FEUO participaram levando cartazes e estandartes. Vilma ia presidindo a esta manifestação.
A 26 de julho de 1953 realiza-se o assalto ao Quartel Moncada, acção levada a cabo por um grupo de jovens dirigidos por Fidel Castro Ruz.
Ante a repressão da tirania contra estes jovens, em casa de Vilma escondeu-se Severino Rosell e também prestaram ajuda aos que se encontravam escondidos no hospital de La Colonia Española.
Vilma foi seleccionada para participar no I e II Forum Açucareiro, evento levado a cabo pela Universidade do Oriente.
A 7 de dezembro participa na peregrinação que se realiza até á casa dos Maceos.
A 14 de julho realizou o último exame na Universidade do Oriente, licenciando-se como Engenheira Química Industrial, uma das duas primeiras mulheres que em Cuba alcançavam esse título, terminando a sua vida como estudante, mas não a sua vinculação com a que foi a sua querida Universidade.
Desde jovem que assumiu posições políticas revolucionárias, participando activamente em manifestações estudantis, logo após o golpe de Estado de 10 de março de 1952.
Foi, desde então, inseparável colabortadora do lider revolucionário oriental Frank País, militando nas organizações fundadas por ele na luta contra a ditadura de Batista, até que os integrantes da Acção Nacional Revolucionária, se juntaram ao Movimento 26 de julho.
Integrada nos preparativos da nova etapa da luta e após concluir um curso de pós-graduação nos Estados Unidos, por orientações da Direcção do Movimento 26 de julho, fez escala no México para entrevistar-se com Fidel Castro e reciber as suas instrucções e mensagens para os combatentes que estavam na clandestinidade em Cuba.
Sob as ordens directas de Frank participou no levantamento armado de Santiago de Cuba a 30 de novembro de 1956, em apoio aos expedicionarios do iate Granma, convertendo-se a sua casa, depois desta acção relevante, em quartel general do movimento revolucionário em Santiago de Cuba.
Nos momentos mais dificeis da guerrilha dirigida por Fidel Castro, em fevereiro de 1957, marchou ao encontro desta na companhia de Frank País, Faustino Pérez y outros membros da Direcção Nacional do Movimento 26 de Julho, para coordenar o apoio e guiar o jornalista do New York Times, Herbert Matthews à presença de Fidel.
A publicação da entrevista que o jornalista fizera ao lider da guerrilha, deitaria por terra a propaganda de Batista sobre a suposta morte de Fidel Castro.
Por ser integrante da Direcção Nacional do Movimento 26 de julho, pouco tempo antes de Frank País ser assassinado, foi nomeada por ele para Coordenadora Provincial da organização clandestina na provincia Oriente, tarefa que desempenhou com particular capacidade e valentía até que se incorporou no Exército Rebelde, em junho de 1958, convertendo-se em guerrilheira da Segunda Frente Oriental Frank País e eficaz coordenadora do movimento clandestino do Oriente com o territorio da Frente.
Os contactos de Vilma Espín com a guerrilha iniciaram-se com a reunião da Direcção Nacional em fevereiro de 1957, à qual foi levada por Frank País, que avaliava as qualidades de revolucionária que tinha a jovem lutadora clandestina.
A 20 de julho de 1957, Vilma Espín, ascende à direcção da luta como coordenadora provincial do MR-26-7 e sobre ela recaiu a grande responsabilidade do abastecimento às frentes guerrilheirasros existentes nesse momento.
A partir daqui move-se, gere, organiza e dirige diferentes acções com este fim, para o que estabeleceu um sistema de mensagens com a participação entusiastica e decidida de outras mulheres e homens do território.
Com a morte de Frank País se assume a estrutura desenhada por ele, uma delas que os coordenadores provinciais fizessem parte da Dirección Nacional. Assim, Vilma passa a ser membro da máxima direcção da luta.
Viajou muitas vezes aos territórios guerrilheiros, para participar em missões e decisivas, entre elas as reuniões efectuadas nos primeiros meses de 1958.
A 22 de junho Raúl Castro, chefe dasegunda frente guerrilheira Frank País García, ditou a Ordem No. 30 que determinou a captura de norte-americanos, conhecida como operação anti-aérea, ocasião em que Vilma foi como intérprete das conversações do chefe guerrilheiro com o cônsul norte-americano, devido aos seus conhecimentos de inglês .
O seu desempenho permitiu-lhe ser protagonista deste facto sem precedentes e sobretudo permitiu que os participantes conhecessem a envergadura do que estava a ocorrer na zona, com o apoio do seu governo.
A sua participação se moveu entre a vida militar e civil fundamentalmente:
- Presença na constituição de novas colunas;
- Distribuição equitativa dos abastecimentos, tendo como premissa a campanha de austeridade no gasto dos fundos da Revolução;
- Fortalecimento dos Departamentos que constituiam a organização da frente, muitos combatentes da Segunda Frente subiram através da sua gestão;
- Contribuição para o abastecimento de explosivos à fábrica de armamento e gestão para a fórmula do fabrico de bombas;
- Participação na codificação e descodificação das chaves utilizadas como meio de comunicação eficaz.
A 21 de setembro del 1958, realizou-se o Congresso dos Camponeses em Armas, estando Vilma na presidência, foi fundamental para a unidade indestrutível com o campesinato.
O desenvolvimento educacional contemplou a formação política dos oficiais e por isso foi criada, no mês de setembro, aa escola para instrutores de tropas “José Martí”, adstrita ao Comando Geral. Vilma fez parte don corpo de professores.
Com Raúl foram padrinhos de eventos nupciais que se celebraram no território pelo departamento de justiça.
A tomada da sua querida cidade requereu importantes reuniões, em La Rinconada, na central América, em Tamarindo, central Oriente e a que coordenação santuário do Cobre, que não se realizou devido à traição do general Eulogio Cantillo.
Anos mais tarde ao ser questionada sobre o Exército Rebelde disse:
“… foi uma escola, um imenso laboratório onde començaram as novas relações sociais e os princípios da igualdade humana, da dignidade em que se funda a nossa Revolução. Começámos a construir nas montanhas o que aspiravamos para todo o país”.
Com o triunfo da Revolução Cubana a 1 de janeiro de 1959, Vilma encabeçou a unificação das organizações femininas, constituindo a Federação de Mulheres Cubanas (FMC) a 23 de agosto de 1960, a cuja organização, desde a sua máxima direcção se consagrou com singular empenho até ao último minuto da sua vida.
Vilma integrou o Comité Central do Partido Comunista de Cuba (PCC) desde a sua fundação em 1965, condição em que foi ratificada em todos os seus Congressos.
Em 1980, por ocasião do Segundo Congresso do Partido Comunista de Cuba, foi eleita membro suplente do Bureau Político e no Terceiro foi promovida a membro efectivo dessa instância de direcção, responsabilidade que desempenhou até 1991.
Foi Deputada à Assembleia Nacional do Poder Popular desde a sua primeira legislatura e miembro do Conselho de Estado desde a sua constituição.
Vilma presidiu, desde a sua criação, à Comissão Nacional de Prevenção e Atenção Social e à Comissão para as Crianças, Juventude e a igualdade dos dereitos da Mulher, da Assembleia Nacional doPoder Popular.
Pelos seus relevantes méritos recibeu múltiplas condecorações, títulos e ordens nacionais e internacionais, entre as quais se destaca o título honorífico de Heroína da República de Cuba.
Vilma morreu a 18 de junho de 2007, em Havana, devido ao agravamento de uma doença que a perseguia já a algum tempo.
Os seus restos descansam no Mausoleo da Segunda Frente Oriental Frank País, lugar histórico situado perto da montanha de Mícara, inaugurado pelo presidente cubano, Comandante em Chefe Fidel Castro Ruz, a 11 de março de 1978, por ocasião do XX Aniversário da criação da Segunda Frente, fundada e dirigida pelo hoje General de Exército e Ministro das FAR, Raúl Castro Ruz, durante a luta na Sierra Maestra.
Vilma Espín, heroína da República de Cuba era casada com Raul Castro Ruz, teve quatro filhos e sete netos.
A sua filha, Mariela Castro Espín, lidera actualmente o Centro Nacional Cubano para a Educação Sexual.

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