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sábado, 16 de maio de 2015

A 16 de Maio de 1834 -- Guerra Civil 1832-34. Batalha de Asseiceira garante a vitória às forças liberais de D. Pedro IV.


Batalha de Asseiceira



As forças liberais, saídas na manhã de 16 de Maio de 1834, de Tomar sob o comando do General António Joaquim Guedes de Oliveira, colocaram-se estrategicamente nessa tarde na encosta sul que domina a baixa que corre para lá de Santa Cita, entre Linhaceira, à direita, e Asseiceira, à esquerda.
A ala direita era comandada pelo Brigadeiro Bernardino Coelho Soares. O centro pelo Regimentode Infantaria nº21, Coronel José de Andrade Corvo de Camões. A Cavalaria era comandada pelo Brigadeiro Conde Henri de Puissieeux, tendo como Segundo Comandante o Coronel Calcy.
O Duque da Terceira apesar de inferioridade numérica, e das excelentes posições do adversário, não hesitou em atacá-las, com a seguir se descreve.
À direita sobre Asseiceira, o Coronel António Vicente Queirós, Conde de Santa Maria, com Caçadores nº12 e o Regimento de Infantaria nº10. Ao centro ficaram os voluntários da Rainha e o Regimento de Infantaria nº18 comandados pelo Brigadeiro João Nepumuceno de Macedo, Barão de S.Cosme. O Coronel José de Vasconcelos Bandeira de Melo, Barão de Leiria, comandava a ala esquerda, composta pelo 2ºRegimento Ligeiro da Rainha, pelo Batalhão móvel de Alcobaça, e por um Batalhão de Infantaria nº4, actuando na direcção da Linhaceira. A artilharia do Duque da Terceira era comandada pelo Major Fonseca Passos e a Cavalaria pelo Coronel José da Fonseca.
Os postos avançados dos liberais manobravam em retirada, ante o fogo dos absolutistas, aberto ao romper da alva do dia 15. Rapidamente o combate se generalizou e às 9 horas da manhã já se batalhava em toda a linha.
Como a sua esquerda era a mais atacada, o General Guedes de Oliveira ordenou ao Brigadeiro Puissieux que carregasse sobre os constitucionais. Fogosa foi a carga. Recuaram os absolutistas, avançando assim Puissieux com os seus esquadrões. Já nas fileiras liberais ressoava o grito - Vitória!
A situação dos absolutistas era tão critica que, a determinada altura, o Duque da Terceira vendo o seu ajudante gravemente ferido, mandou ordem ao comandante da sua ala direita, Coronel Conde da Ponta de Santa Maria, para mandar engatar a artilharia, para uma possível retirada. Ao que o Coronel Queirós retorquiu "DIGA AO GENERAL QUE AQUI NÃO SE ENGATA NEM DESENGATA; E QUE HAVEMOS DE IR PARA A FRENTE, OU FICAMOS AQUI TODOS!"
Esta atitude, conjugada com a de Queirós, o Capitão Comandante de uma Companhia de Reserva do Batalhão de Caçadores nº12 decidiu a batalha.
Este bravo capitão, com enorme sangue frio, não tendo sequer tempo de formar quadrado, ante a avalanche de Cavalaria de liberais que se aproximava à rédea solta mandou cerrar fileiras e ordenou uma descarga à queima roupa.
O efeito foi fulminante, pois num ápice tudo mudou: Puissieux e Calcy caíram mortalmente feridos, bem como muitos dos seus homens. A restante Cavalaria, sem comandantes,soprando-lhe o medo à garupa deu rapidamente meia volta e fugiu desordenadamente. O General Duque da Terceira, vendo a situação deu celeremente ordens para efectuar um movimento envolvente à ala direita que retrocedeu. Então o Barão de S.Cosme atacou o centro do adversário, rápida e energicamente. Os absolutistas completamente derrotados, debandaram na direcção da Golegã, Barquinha e Torres Novas. Foi assim que o Duque da Terceira ganhou a Batalha de Asseiceira, graças à decisão e valentia de dois "Queiroses".
Assim, no dia 16 de Maio as tropas fiéis aos ideais liberais comandadas pelo Duque da Terceira impuseram uma pesada derrota aos defensores da causa miguelista o que acabou por contribuir para a vitória de D.Pedro. Este facto possibilitou a subida ao trono da sua filha, D.Maria II, tendo ele mantido a sua posição de regente. E assim uma vez mais a Aldeia de Asseiceira contribuiu para a História do nosso Portugal.

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