Previsão do Tempo

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Humberto da Silva Delgado nasceu em Torres Novas, Brogueira, Boquilobo a 15 de Maio de 1906




Humberto da Silva Delgado nasceu em Torres Novas, Brogueira, Boquilobo a 15 de Maio de 1906 e foi assassinado pela PIDE em Villanueva del Fresno/Espanha a 13 de Fevereiro de 1965, foi um militar português da Força Aérea que corporizou um amplo e intenso movimento popular de apoio à sua candidatura à Presidência da República em 8 de junho de 1958, onde através de uma autêntica burla e fraude deram a vitória ao famigerado fascista Américo Tomás.
Quando o PCP desenvolvia um processo para a apresentação de um candidato presidencial às eleições de 1958 e quando tudo já estava acordado com o democrata, engenheiro Cunha Leal, e feitas várias acções unitárias e de trabalho, foi confrontado com o anúncio da candidatura do general Humberto Delgado, feito no Porto, tudo indicando que a iniciativa partira de António Sérgio.
Algum tempo depois Cunha Leal foi internado no Hospital da CUF e teve de desistir da sua candidatura.
Tal situação, por inesperada, trouxe algumas dificuldades e preocupações para arranjar um outro candidato.
Surgiu a possibilidade de Arlindo Vicente, que veio a aceitar a tarefa.
A campanha rapidamente deu origem a grande entusiasmo e apoio, nomeadamente entre os trabalhadores, com grandes comícios, em especial no sul.
No entanto, a candidatura de Humberto Delgado veio a galvanizar o País inteiro e o seu posicionamento público surpreendeu toda a “oposição ao regime fascista, pela clareza, firmeza e frontalidade com que se ia pronunciando e não havia dúvidas de que o Partido não mais poderia deixar de reconhecer a justeza e a amplitude do movimento nacional por ele desencadeado”.
A ofensiva desencadeada pelo governo fascista contra Humberto Delgado e a brutal intervenção da PIDE e das outras forças policiais para tentar impedir as suas deslocações e acções eleitorais, resultaram na sua crescente firmeza e combatividade, assim como apoio popular.
Face á situação colocou-se a possibilidade de negociar com o general um acordo político que pudesse gerar a fusão das duas candidaturas e TODA A OPOSIÇÃO AO FASCISMO!
Da parte de Arlindo Vicente houve logo acordo.
Os fascistas TREMERAM imediatamente com esta possibilidade de acordo, que galvanizaria ainda mais o povo!
A Pide começou a perseguir com muito mais intensidade.
O encontro das duas candidaturas correu muito bem e de madrugada de 30 de maio de 1958 foi obtido o acordo, que foi anunciado no dia seguinte ao País.
O candidato único da oposição era o general Humberto Delgado.
A partir daí a campanha eleitoral ampliou-se e intensificou-se, com um papel destacado dos camaradas e amigos do Partido até ao dia das eleições.
Nas vésperas do acto eleitoral foi elaborado o Manifesto ao Povo Português, assinado pelo general Humberto Delgado, por Arlindo Vicente e outras personalidades como representantes da Comissão de Apoio.
Nele era feito apelo à participação na votação e à fiscalização/vigilância, tendo em conta as vigarices, chapeladas e outras habilidades habituais dos fascistas.
Este Manifesto não chegou a sair, pois a PIDE assaltou a tipografia, impedindo-o.
A PIDE actuou sempre e permanentemente para dificultar a acção da campanha de Humberto Delgado e no próprio dia das eleições, que foram a 8 de junho de 1958, incomodaram e prenderam muitos camaradas e democratas.
Nas eleições é já por demais conhecida a autêntica burla eleitoral.
Os contactos do PCP com o general Humberto Delgado mantiveram-se, mesmo depois das eleições-burla.
Admitia-se que Humberto Delgado poderia tornar-se um polo aglutinador das forças da oposição ao fascismo até à “insurreição nacional que deveria levar ao derrubamento do regime fascista”.
O pedido de asilo que Humberto Delgado fez à Embaixada do Brasil foi uma surpresa e colocou imediatamente em dúvida tal ideia.
De quem partiu o aconselhamento para tal decisão de sair do País e assim enfraquecer o movimento que em torno dele se criou, não há a certeza.
Certamente de alguns “transfugas” que viam no seu entendimento com o PCP, durante o processo eleitoral, uma preocupação.
A ida de Humberto Delgado para o exílio, iria facilitar os habituais intriguistas e as manobras tenebrosas de Salazar e da PIDE.
Foi o que acabou por acontecer no ardiloso e cobarde assassinato do general Humberto Delgado e da sua secretária, na emboscada que lhe montaram em Badajoz em 1965.

Sem comentários:

Enviar um comentário